QUATRO ANOS DE SAUDADE
O momento mais triste que o futebol me proporcionou em toda a vida aconteceu há precisamente quatro anos. Nunca esquecerei os minutos de angústia numa noite de domingo, após o V.Guimarães-Benfica, procurando sofregamente nas rádios e nas televisões a notícia que me pudesse tranquilizar, a notícia que infelizmente nunca cheguei a ouvir. Os cânticos das claques, clamando pelo seu nome enquanto jazia no relvado, ainda ecoam em mim como um terrível arrepio. Confirmada a morte, nada no futebol me parecia fazer sentido. O resultado do jogo, a classificação do campeonato tornavam-se breves notas de rodapé de uma tragédia que, francamente, não estava preparado para viver, enquanto benfiquista, enquanto adepto do futebol e do desporto.
Quatro anos depois, importa reter a memória de um jovem que tombou de águia ao peito em pleno campo de batalha. Importa também lembrar que todas as rivalidades, polémicas intestinas e ódios ridículos que se colam abusivamente ao desporto, nada são quando comparados com uma simples vida humana, com a vida de um homem nos deixou na força da sua juventude. Miklos Fehér, um símbolo que não se apaga. Que nunca se apagará.

1 comentário:

jsbmj@clix.pt disse...

LF, muito boa recordaçao.
A minha memória também em

www.futebolinesquecivel.blogspot.com