PASSO EM FRENTE MAS... MUITA APREENSÃO

Apesar da vitória, apesar dos três pontos, mesmo estando a apenas um empate da qualificação, a medíocre exibição da selecção portuguesa frente à Arménia não permite qualquer festejo, e não pode mesmo deixar de ser vista com alguma preocupação.
A selecção nacional esteve (tem estado) longe, muito longe dos registos das últimas grandes competições em que participou, demonstrando enormes fragilidades colectivas, e uma ansiedade que não lhe era, de todo, comum deixar transparecer. Para além da evidente desarticulação enquanto conjunto, à equipa nacional tem faltado também o brilho das estrelas - Ronaldo, Simão e Quaresma nada fizeram neste jogo – o que a deixa, temo, à mercê de uma Finlândia competitiva, organizada, fria, dura e forte fisicamente, recheada de experientes jogadores da Premier League, firmemente apostada em fazer o jogo da sua vida e em se apurar pela primeira vez para uma fase final. Não adianta chorar sobre leite derramado: Portugal, em clara quebra exibicional, vai ter de disputar uma verdadeira final, frente a um perigoso adversário directo.
Há atenuantes fortes para este estado de precariedade com que a nossa selecção tem de enfrentar o seu destino. Se olharmos para as ausências por lesão, contamos Paulo Ferreira, Miguel, Ricardo Carvalho, Jorge Andrade, Petit e Deco (agora também Hugo Almeida…), o que é gente a mais para qualquer equipa se não ressentir. Teremos de juntar-lhes Figo, Costinha, Pauleta e Nuno Valente, para concluir que esta selecção já pouco ou nada tem a ver com a vice-campeã europeia e semi-finalista do Mundial, sendo esta uma equipa, há que dizê-lo, francamente mais limitada, sobretudo ao nível do seu equilíbrio colectivo.
Por outro lado, numa perspectiva optimista, talvez possamos acreditar que parte da insipiência de sábado se deva também a alguma poupança de esforços para quarta-feira. Ao fim e ao cabo, qualquer que fosse o resultado, a decisão seria sempre com a Finlândia. No entanto, muito honestamente, não creio que esse factor possa explicar tudo. Esta selecção não parece de facto, neste momento, em condições de nos oferecer muito.
Apesar de tudo Portugal, mesmo sendo uma equipa à procura de uma nova identidade, continua sendo favorito. Afinal de contas joga em casa, tem unidades capazes de, a qualquer momento, desequilibrar, e tem um técnico capaz de lhe transmitir uma força mental à prova de todo o tipo de pressão, algo que já ficou cabalmente demonstrado noutras ocasiões. A Finlândia também não é uma França ou uma Itália. Mas é preciso ter cuidado, muito cuidado. E é preciso apoio, muito apoio. No jogo de Leiria pouco ou nada se aproveitou, para além do golo de Hugo Almeida. Tanto individual como colectivamente, a exibição da equipa das quinas foi um logro total. E temos até de agradecer ao árbitro inglês o facto de ter perdoado uma clara grande penalidade cometida por Ricardo com o resultado ainda em branco, sendo difícil imaginar as consequências caso a Arménia se adiantasse no marcador.
Enfim, vamos acreditar, mas na verdade não há objectivamente lugar para grandes optimismos. Portugal tem de jogar muito melhor do que o fez no sábado. Estará, com tantas lesões, com tantas mudanças, com tanta crise de forma, em condições de o fazer ? Essa é a dúvida que me assalta. Esperemos pois uma resposta positiva e uma noite de festa.
Viva Portugal !

2 comentários:

Anónimo disse...

LF

Não nos podemos desculpar com a má forma dos nossos jogadores, então os nossos adversários aparecem sempre em forma, correm sempre mais que nós

C. Ronaldo, vale mais que toda a equipa da Arménia, é o melhor jogador do mundo e pouco fez neste jogo

Não os podemos comparar com a equipa de Figo, Rui Costa e outros, no Euro2004, Portugal nessa altura tinha lideres dentro do campo, esta equipa fez um apuramento muito mau, por esta altura, já não devia necessitar destes jogos para nos qualificar

O LF fala das lesões, a equipa que jogou contra a Arménia, deveria ganhar sem problemas, os nossos jogadores são muito melhores que os arménios, podem é não ter tanta vontade de vencer, e como são craques, pensam que mais tarde ou mais cedo a bola entrava, sem problemas

Eu acho que a atitude competitiva, ao contrario do que diz o nosso treinador, não foi boa e só assim se compreende as dificuldades da nossa Selecção, pode ter sido a concentração, mas parece-me pouco profissional

Acredito que vamos ganhar á Filândia, com maior ou menor dificuldade, vamos vencer e garantir a nossa qualificação para o Euro2008

LF disse...

A questão das lesões, na selecção como em qualquer equipa, não tem só que ver com a qualidade dos susbtitutos.
O que acontece é que Portugal tem um determinado onze base, e desse onze eu contei 6 ausências. Por muito bem substituidos que sejam, é impossível terem as rotinas de jogo dos que há anos jogam juntos.
O que se viu não foi falta de empenho dos jogadores, mas sim falta de articulação de uns com os outros. Falta de rotinas, falta de conjunto.
Nesta medida as lesões, quando são várias em simultâneo, são dramáticas.

Mas também é verdade que see compararmos os 14 jogadores que jogaram em Coimbra, com os 14 que jogaram a final do Euro 2004 com a Grécia, vemos que só 3 estavam lá: Ricardo, Ronaldo e Maniche.
Essa (com Figo, Rui Costa, Pauleta, Deco, Ricardo Carvalho etc) era uma grande equipa. Esta é apenas uma boa equipa...