MERECER A FELICIDADE
Antes do jogo tinha aqui falado de fé e de esperança. Também de história.
Pois o Benfica de Copenhaga, carregado de fé e de alma, soube fazer por merecer a sorte que, inicialmente, teve do seu lado, e soube reflectir no relvado - e sobretudo no resultado - o peso de um historial que o faz frequentemente, quase que por magia, agigantar-se na prova onde assinou as páginas mais brilhantes do seu palmarés.
Foi um início de jogo tumultuoso para os encarnados. Tal como seria de prever, o Copenhaga entrou decidido a marcar cedo e empurrou desde logo os encarnados para a sua área, onde as fragilidades de entrosamento eram evidentes. O Benfica, juntando compreensivelmente Petit aos centrais, e abrindo Luís Filipe e Di Maria nas alas, deixava no centro do campo um imenso espaço apenas preenchido por Rui Costa. Criava-se assim uma inferioridade numérica flagrante nessa zona do terreno, o que conjugado com algum desnorte do flanco direito da linha defensiva encarnada – Nelson esteve um tanto infeliz – permitia aos dinamarqueses um domínio absoluto e quase asfixiante. Logo no primeiro quarto de hora por duas vezes o golo esteve à vista.
Mas não há vencedores sem sorte, e foi com ela, deve dizer-se, que o Benfica começou a traçar o destino deste jogo. Quando menos se esperava, e praticamente na primeira vez que chegou à área dinamarquesa – na sequência de um livre, eu diria, simpático -, Katsouranis marcou, deitando assim um cubo de gelo em cima da efervescência com que os da casa entraram em campo. Com um golo fora, a eliminatória, longe de estar sentenciada, colocava-se porém incomparavelmente mais risonha.
Depois de uns minutos de algum arrefecimento, o Copenhaga partiu de novo em busca dos golos, e durante a primeira parte criou mais umas quantas ocasiões flagrantes de marcar, entre as quais duas bolas aos postes da baliza de Quim. Foi nessa altura que também um outro lance demonstrou cabalmente como a deusa fortuna estava nesta noite com os portugueses: o jovem Miguel Vítor, depois de perder posição para um avançado dinamarquês agarrou-o pela camisola já em plena área. Seria grande penalidade, e de certo um novo tónico para a fúria nórdica, mas o árbitro holandês (que tanto se temia) acabou por não ver – ou quem sabe, quis antes compensar os da Luz pela noite de Montjuic em Abril passado – , dissipando-se assim mais um momento de aflição para a defesa encarnada.
No segundo tempo, com o decorrer dos minutos, o Benfica foi ganhando confiança, à medida que por outro lado os dinamarqueses afrouxavam a sua ofensiva. Com a entrada de Nuno Assis o meio-campo tornou-se mais compacto, e o Benfica tomou conta do jogo, chegando então inclusivamente a pairar a possibilidade do 0-2, nomeadamente quando o mesmo Nuno Assis, a dois metros da baliza, cabeceou para as mãos do guarda-redes.
Depois de uma fase inicial de intenso sofrimento, da subsequente sorte de marcar e evitar sofrer golos, era agora a vez da equipa de Camacho mostrar a sua raça - foi notável o sentido colectivo e capacidade de luta e entreajuda desta equipa. Talvez a juventude injectada por Camacho tenha tido esse condão, o que é certo é que desde há algum tempo que se não via um onze benfiquista tão combativo, tão empenhado, discutindo cada lance como se da vida se tratasse, pondo toda a sua alma em campo, sabendo decerto que só assim conseguiria alcançar este importante objectivo.
No conjunto das duas mãos aceita-se pois a passagem do Benfica. Foi a equipa mais feliz, mas soube merecer essa felicidade, lutando com todas as (poucas) armas que tinha, diante de um Copenhaga empenhado, vibrante, mas, diga-se também, algo limitado – que falta lhe fez Gronkjaer…- no plano da criatividade.
Pois o Benfica de Copenhaga, carregado de fé e de alma, soube fazer por merecer a sorte que, inicialmente, teve do seu lado, e soube reflectir no relvado - e sobretudo no resultado - o peso de um historial que o faz frequentemente, quase que por magia, agigantar-se na prova onde assinou as páginas mais brilhantes do seu palmarés.
Foi um início de jogo tumultuoso para os encarnados. Tal como seria de prever, o Copenhaga entrou decidido a marcar cedo e empurrou desde logo os encarnados para a sua área, onde as fragilidades de entrosamento eram evidentes. O Benfica, juntando compreensivelmente Petit aos centrais, e abrindo Luís Filipe e Di Maria nas alas, deixava no centro do campo um imenso espaço apenas preenchido por Rui Costa. Criava-se assim uma inferioridade numérica flagrante nessa zona do terreno, o que conjugado com algum desnorte do flanco direito da linha defensiva encarnada – Nelson esteve um tanto infeliz – permitia aos dinamarqueses um domínio absoluto e quase asfixiante. Logo no primeiro quarto de hora por duas vezes o golo esteve à vista.
Mas não há vencedores sem sorte, e foi com ela, deve dizer-se, que o Benfica começou a traçar o destino deste jogo. Quando menos se esperava, e praticamente na primeira vez que chegou à área dinamarquesa – na sequência de um livre, eu diria, simpático -, Katsouranis marcou, deitando assim um cubo de gelo em cima da efervescência com que os da casa entraram em campo. Com um golo fora, a eliminatória, longe de estar sentenciada, colocava-se porém incomparavelmente mais risonha.
Depois de uns minutos de algum arrefecimento, o Copenhaga partiu de novo em busca dos golos, e durante a primeira parte criou mais umas quantas ocasiões flagrantes de marcar, entre as quais duas bolas aos postes da baliza de Quim. Foi nessa altura que também um outro lance demonstrou cabalmente como a deusa fortuna estava nesta noite com os portugueses: o jovem Miguel Vítor, depois de perder posição para um avançado dinamarquês agarrou-o pela camisola já em plena área. Seria grande penalidade, e de certo um novo tónico para a fúria nórdica, mas o árbitro holandês (que tanto se temia) acabou por não ver – ou quem sabe, quis antes compensar os da Luz pela noite de Montjuic em Abril passado – , dissipando-se assim mais um momento de aflição para a defesa encarnada.
No segundo tempo, com o decorrer dos minutos, o Benfica foi ganhando confiança, à medida que por outro lado os dinamarqueses afrouxavam a sua ofensiva. Com a entrada de Nuno Assis o meio-campo tornou-se mais compacto, e o Benfica tomou conta do jogo, chegando então inclusivamente a pairar a possibilidade do 0-2, nomeadamente quando o mesmo Nuno Assis, a dois metros da baliza, cabeceou para as mãos do guarda-redes.
Depois de uma fase inicial de intenso sofrimento, da subsequente sorte de marcar e evitar sofrer golos, era agora a vez da equipa de Camacho mostrar a sua raça - foi notável o sentido colectivo e capacidade de luta e entreajuda desta equipa. Talvez a juventude injectada por Camacho tenha tido esse condão, o que é certo é que desde há algum tempo que se não via um onze benfiquista tão combativo, tão empenhado, discutindo cada lance como se da vida se tratasse, pondo toda a sua alma em campo, sabendo decerto que só assim conseguiria alcançar este importante objectivo.
No conjunto das duas mãos aceita-se pois a passagem do Benfica. Foi a equipa mais feliz, mas soube merecer essa felicidade, lutando com todas as (poucas) armas que tinha, diante de um Copenhaga empenhado, vibrante, mas, diga-se também, algo limitado – que falta lhe fez Gronkjaer…- no plano da criatividade.
Esta é uma vitória determinante a vários níveis. Não só pelos milhões da Champions, mas também no aspecto anímico, dando uma machadada - as próximas semanas dirão se definitiva ou não - nos tempos de crise que se têm vivido na Luz. Uma vida nova pode hoje começar para este Benfica 2007-2008.
Em termos individuais o destaque vai para Petit. Num jogo onde a vertente guerreira seria predominante, teria que ser naturalmente o general do meio campo a comandar o exército. Petit fez um jogo fantástico, foi defesa, foi médio, correu quilómetros, abriu a cabeça. Destaque também para Rui Costa - durante muito tempo o único a ser capaz de transportar a bola para longe da baliza de Quim -, Léo e Katsouranis. Os avançados tiveram um papel de sacrifício, saindo-se muito bem nesse particular. Os jovens, como já se disse, mostraram a sua fibra. Nuno Assis também entrou bem no jogo.
Do árbitro já disse quase tudo: foi amigo !
Na fase de grupos o Benfica não vai ter vida fácil, mas também é verdade que com os novos reforços integrados, com mais umas semanas de treino, e com os lesionados recuperados, a equipa terá inquestionavelmente mais argumentos. Veremos se a sorte que acompanhou os encarnados na Dinamarca se mantém a seu lado esta tarde em Monte Carlo.
Do árbitro já disse quase tudo: foi amigo !
Na fase de grupos o Benfica não vai ter vida fácil, mas também é verdade que com os novos reforços integrados, com mais umas semanas de treino, e com os lesionados recuperados, a equipa terá inquestionavelmente mais argumentos. Veremos se a sorte que acompanhou os encarnados na Dinamarca se mantém a seu lado esta tarde em Monte Carlo.
4 comentários:
LF
Com isto tudo ganhamos uma equipa, solidária, com espirito de luta e crente na sua missão - ganhar os jogos - umas vezes com arte (fato e gravata) outras com garra (fato de macaco)
Está visto, que o primeiro tratamento de Camacho, foi a nivel psicologico, demostrando aos jogadores, que todos fazem falta, mesmo sendo juniores, o Benfica necessita deles em determinadas alturas, quem esta no plantel serve para ajudar, o importante é o Benfica ganhar
Outra das coisas, que Camacho fez passar, talvez mais para os adeptos, é que não olha para o B.I. dos jogadores, olha sim, para as suas caracteristicas e personalidades
Em relação ao jogo de Copenhaga, é certo que tivemos sorte, como ouve outros jogos que tivemos azar, é futebol, acima de tudo ficou o resultado, os milhões de € e uma nova equipa com mentalidade vencedora e de luta
O LF pergunta, se esta atitude será para ficar, é claro que vai continuar, com Camacho será assim sempre, caso contrario os jogadores vão ter problemas, o treinador espanhol só entende o futebol deste jeito, luta, garra e espirito vencedor, já era assim como jogador e será assim como treinador, luta, luta e mais luta, só assim se podem vencer jogos e serem campeões
Esperemos que a atitude seja para continuar. Mas ainda há muito trabalho por fazer...
LF
Sem trabalho, nada se consegue
Eu acho que a equipa, tem condições para melhorar muito mais, a rapaziada jovem, pelo menos aqueles que vi, têm bom toque de bola, são lutadores e desejo, que sejam humildes para aprender com os mais velhos
O Camacho pode estar a formar uma equipa para o futuro, podendo dar cartas já este ano, temos de esperar para ver a adptação dos jogadores Sul-Americanos a este tipo de futebol e à pressão de serem jogadores do Benfica
Ainda estamos no inicio da temporada, o fcp e Sporting, também não estão a jogar nada, de meter medo, facilmente escorregam,
Eu acho, que não é necessario dramas, vamos fazer uma boa equipa a jogar á Benfica
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