MEMÓRIA AZUL E BRANCA - Os Anos Dourados do Juventude de Évora
O Juventude de Évora está a um passo (uma vitória) de regressar à II divisão. Num momento como este, assaltam-nos a memória outras eras, em especial as várias ocasiões em que o clube esteve à beira de subir, mas…à I divisão nacional, sem que infelizmente alguma vez o tenha conseguido. Apesar da mágoa e da decepção que cada um desses episódios originou na altura, eles são, inegavelmente, os pontos altos do historial deste grande clube alentejano. VEDETA DA BOLA, em semana que “tirou” para dar destaque ao "derby da década" em Évora, aproveita a circunstância para deixar aqui uma súmula daqueles que foram alguns dos momentos mais importantes da história do Juventude, tanto quanto a memória (minha ou de outros) o permite, agradecendo desde já a todos os que possam corrigir ou acrescentar algo aos dados que aqui estão apresentados.
O destaque vai naturalmente para o final dos anos setenta e principio de oitenta, altura em que, estando a ainda a despertar para o futebol, me tornei eu próprio juventudista, em parte à conta de tanto sofrimento nas dramáticas lutas pela subida à primeira divisão. Mas antes disso, já muita água correra debaixo da ponte deste rio. E muita correrá ainda daqui em diante, assim acredito e espero.
É difícil conhecer em rigor tudo aquilo que se passou em tantos anos de história (já lá vão oitenta e oito), que se começou a escrever nos antigos campeonatos regionais, e teve sequência em várias décadas de campeonatos nacionais das II e III divisões. Há todavia uma temporada, e em particular um jogo, que se pode destacar na história da velha rivalidade com o Lusitano, e que ainda hoje é recordado por quem o viveu, marcando (suponho) a primeira ocasião em que a equipa azul e branca esteve perto da glória da divisão maior.
Em 1951-52, Juventude e Lusitano disputavam o acesso à segunda fase do campeonato, que podia proporcionar a subida à primeira divisão - na altura a segunda divisão era disputada em três fases. O Juventude, campeão nacional da III divisão na época anterior, tinha uma equipa fantástica, onde actuavam o ex guarda-redes do Benfica Rogério Contreiras, bem como Casimiro, Lampreia, Buccheli, Pinto de Almeida, Jorge Mendonça e Passos entre outros, era a chamada equipa maravilha. No Lusitano actuavam também elementos de grande valia, não fosse essa a base da equipa que acabou por fazer furor na sua chegada ao primeiro escalão.
No Sanches de Miranda, ainda sem relva, os rivais disputaram uma das mais empolgantes partidas de sempre entre eles. Ao intervalo o Lusitano vencia por 1-4. Na segunda parte, uma extraordinária recuperação dos da casa levou o resultado até 4-5, beneficiando então de um penálti nos últimos instantes da partida, quando Jorge Mendonça foi agarrado pela cintura dentro da área verde e branca. O penálti foi convertido e o Juventude conseguiu uma espantosa igualdade 5-5, que então lhe permitia continuar a acalentar esperanças de apuramento.
Muito polémica foi a arbitragem, pois um dos golos do Lusitano terá resultado de uma grande penalidade mal assinalada - era abundante a especulação sobre a influência que o homem forte do Lusitano, o então todo poderoso governador civil de Évora, com fortes ligações à PIDE, tinha sobre as arbitragens.
Esse campeonato terminaria com uma igualdade de pontos entre ambos (28 pontos em 18 jogos), e vantagem para o Lusitano no número total de golos marcados (66 contra 64 do Juventude) – no confronto directo também existiu uma igualdade absoluta, pois no Campo Estrela dera-se outro empate, este a três golos.
O Lusitano apurou-se para a segunda fase, onde conseguiria juntamente com o Vitória de Setúbal o acesso à fase nacional, que venceu tornando-se campeão nacional da II divisão, e ascendendo ao escalão maior, onde ficaria por 14 anos consecutivos, e chegaria a alcançar um 5º lugar, venceria num também célebre jogo o Benfica por 4-1, e faria brilhar homens como o guarda-redes Dinis Vital, os defesas Falé e Paixão, o médios José Pedro e os avançados Pepe e Patalino, entre muitos outros.
O destaque vai naturalmente para o final dos anos setenta e principio de oitenta, altura em que, estando a ainda a despertar para o futebol, me tornei eu próprio juventudista, em parte à conta de tanto sofrimento nas dramáticas lutas pela subida à primeira divisão. Mas antes disso, já muita água correra debaixo da ponte deste rio. E muita correrá ainda daqui em diante, assim acredito e espero.
É difícil conhecer em rigor tudo aquilo que se passou em tantos anos de história (já lá vão oitenta e oito), que se começou a escrever nos antigos campeonatos regionais, e teve sequência em várias décadas de campeonatos nacionais das II e III divisões. Há todavia uma temporada, e em particular um jogo, que se pode destacar na história da velha rivalidade com o Lusitano, e que ainda hoje é recordado por quem o viveu, marcando (suponho) a primeira ocasião em que a equipa azul e branca esteve perto da glória da divisão maior.
Em 1951-52, Juventude e Lusitano disputavam o acesso à segunda fase do campeonato, que podia proporcionar a subida à primeira divisão - na altura a segunda divisão era disputada em três fases. O Juventude, campeão nacional da III divisão na época anterior, tinha uma equipa fantástica, onde actuavam o ex guarda-redes do Benfica Rogério Contreiras, bem como Casimiro, Lampreia, Buccheli, Pinto de Almeida, Jorge Mendonça e Passos entre outros, era a chamada equipa maravilha. No Lusitano actuavam também elementos de grande valia, não fosse essa a base da equipa que acabou por fazer furor na sua chegada ao primeiro escalão.
No Sanches de Miranda, ainda sem relva, os rivais disputaram uma das mais empolgantes partidas de sempre entre eles. Ao intervalo o Lusitano vencia por 1-4. Na segunda parte, uma extraordinária recuperação dos da casa levou o resultado até 4-5, beneficiando então de um penálti nos últimos instantes da partida, quando Jorge Mendonça foi agarrado pela cintura dentro da área verde e branca. O penálti foi convertido e o Juventude conseguiu uma espantosa igualdade 5-5, que então lhe permitia continuar a acalentar esperanças de apuramento.
Muito polémica foi a arbitragem, pois um dos golos do Lusitano terá resultado de uma grande penalidade mal assinalada - era abundante a especulação sobre a influência que o homem forte do Lusitano, o então todo poderoso governador civil de Évora, com fortes ligações à PIDE, tinha sobre as arbitragens.
Esse campeonato terminaria com uma igualdade de pontos entre ambos (28 pontos em 18 jogos), e vantagem para o Lusitano no número total de golos marcados (66 contra 64 do Juventude) – no confronto directo também existiu uma igualdade absoluta, pois no Campo Estrela dera-se outro empate, este a três golos.
O Lusitano apurou-se para a segunda fase, onde conseguiria juntamente com o Vitória de Setúbal o acesso à fase nacional, que venceu tornando-se campeão nacional da II divisão, e ascendendo ao escalão maior, onde ficaria por 14 anos consecutivos, e chegaria a alcançar um 5º lugar, venceria num também célebre jogo o Benfica por 4-1, e faria brilhar homens como o guarda-redes Dinis Vital, os defesas Falé e Paixão, o médios José Pedro e os avançados Pepe e Patalino, entre muitos outros.
Na temporada seguinte, o Juventude esteve ainda mais perto da glória. Desta vez, estavamos em 1952-53, venceu mesmo a sua zona (com 14 vitórias e dois empates em 18 jogos) e apurou-se para a tal segunda fase. Todavia aí, uma vez mais não foi feliz, sendo ultrapassado in-extremis por Oriental e CUF (perdeu todos os jogos fora, e cedeu um empate em casa perante os de Marvila, vencendo as restantes duas partidas), quedando-se no 3º lugar e assim fora da corrida.
Em 1953-54, enquanto o Lusitano já brilhava no escalão máximo, a equipa azul e branca continuava a tentar a sua sorte. O modelo do campeonato foi alterado, passando a existir apenas três zonas, e apenas uma fase final em sistema de poule com a participação dos dois primeiros de cada uma das zonas, a partir da qual, em seis, subiriam os três primeiros.
O Juventude ficou em segundo lugar na zona Sul com 31 pontos em 22 jogos, apurando-se assim para a fase final nacional, onde todavia não foi além do 5º lugar (em seis), sendo batido por CUF, Torreense e Sporting de Espinho. Só nos anos setenta o Juventude voltaria a estar próximo da subida.
Depois de algumas épocas discretas no segundo escalão - apimentadas com um 4º lugar em 1957-58, justamente um ano depois do Lusitano ter ficado em 5º, mas na I divisão -, os eborenses tombariam para a III divisão em 1961, de onde só voltaram após o 25 de Abril. A revolução marca aliás, de forma clara, uma inversão de forças no futebol eborense - queda competitiva do Lusitano, e robustecimento do rival Juventude. Após o regresso (justamente em 1974), depois de dois 12ºs lugares, o Juventude partiu para os anos eventualmente mais cintilantes do seu historial.
Em 1977-78, efectivamente, a equipa azul e branca esteve a um minuto (!) do escalão maior.
Uma equipa de onde haviam saído o goleador Pereira (para o Lusitano), bem como o guarda-redes Marcos, e ainda Mulatinho, Humaita, Zinho, Mitó e Torres, resultou todavia reforçada com a aquisição de elementos de grande qualidade como o guardião do primodivisionário Atlético Lapa, o ex sportinguista e internacional Fernando Peres, que seria jogador-treinador, e o ponta-de-lança do Portalegrense Arnaldo José. Era uma equipa bastante coesa, e que realizou um campeonato extremamente regular, no qual quase nunca largou a luta pelos primeiros lugares.
Depois de ter terminado em segundo lugar a dois pontos (a duas jornadas do fim a distância era apenas de 1 ponto, mas uma derrota no Montijo na última jornada selou as contas finais) do Barreirense de Jorge Martins, Frederico, Araújo e Carlos Manuel - mesmo vencendo os dois jogos com a equipa da margem sul, 2-0 em Évora na primeira jornada, e 1-0 a abrir a segunda volta no D.Manuel de Mello -, o Juventude apurou-se para a então liguilha de promoção, onde defrontou os segundos classificados das zonas centro (Académico de Viseu) e norte (Aliados de Lordelo), para definir o quarto novo primodivisionário.
Nessa pequena competição a três, a equipa eborense chegou à penúltima jornada, e seu último jogo (no mal fadado dia 10 de Junho de 1978), apenas com necessidade de empatar em terras de Viriato para subir à primeira divisão – perdera em Lordelo por 1-2, e vencera em casa os do norte por 4-0 (numa tarde inspirada de Jerónimo que fez um hat-trick) e os do centro por 3-2. Aos 89 minutos do jogo de Viseu registava-se uma igualdade a um - tendo o golo do Juventude sido apontado por Fernando Peres. Todavia, num lance ensombrado pela polémica, os viseenses marcaram o golo da vitória por intermédio de Penteado nos derradeiros instantes, lavando em lágrimas toda uma cidade que escutava, junto à antiga sede no Páteo do Salema, o relato da partida.
O Juventude mantinha ainda as esperanças, pois se na última jornada o Académico de Viseu perdesse em Lordelo, eram os alentejanos que subiam. Isso não se verificou, embora uma vez mais tenha sido a polémica a conduzir o Académico ao empate a um, depois de ter estado a perder durante muitos minutos.
O sonho foi-se, mas ficaram na história do clube esses homens que tão perto estiveram de o concretizar. A equipa tipo juventudista era constituída por Lapa, Modas, Ricardo, Fernando Sousa, José Luís, Ferro, Lelo, Peres, Arnaldo José, Edmilson e Jerónimo (melhor marcador da equipa com 21 golos). Jogavam também frequentemente Teles, Artur, Johny e Cila. O guarda-redes suplente era o histórico Antoninho.
Que me perdoem o apontamento auto-biográfico, mas esta época o Juventude, tendo falhado a subida, ganhou um novo adepto.
Tinha eu oito anos e o meu pai levou-me ao derby com o Lusitano no Sanches de Miranda. À partida para este jogo, ainda clubisticamente indefinido, recordo-me de pensar para mim próprio que a equipa que o vencesse teria o meu apoio para sempre.
Por volta dos 70 minutos de jogo, com o resultado ainda empatado a zero, Jerónimo recebeu a bola na área vinda do lado esquerdo, e atirou para o fundo da baliza de Gomes (do lado do então futuro campo de treinos). Estava feito o tento da vitória azul e branca.
Quando se deu o episódio de Viseu, já as minhas lágrimas se juntavam à dos maiores juventudistas…
O Lusitano desceria à III divisão nessa temporada (pela terceira vez no seu historial, as outras tinham sido episódicas e no início da década), mau grado ter uma equipa recheada de nomes sonantes como Gomes, Simplício, Leonel, Zambujo, Quim, Pereira, Fernandes (todos eles ex ou futuros juventudistas), e ainda Matine (ex Benfica), Gerúsio, Hilton, Cícero, José Chico e Hélder. Nos derbys, para além do 1-0 de que falei, no Campo Estrela aconteceu um empate a um golo.
Quis o destino que no ano imediato o Juventude voltasse a estar muito perto da tão almejada subida.
Para 1978-79, a direcção azul e branca investiu fortemente na sua equipa. Beneficiando da venda do esquerdino José Luís - foi para o Vitória de Setúbal e chegaria mais tarde a ser titular do F.C.Porto, em 1980-81 com Hermann Stessl – e do avançado Jerónimo, o Juventude adquiriu vários jogadores de grande categoria, formando uma equipa que talvez não tenha subido por ser desadequada do nível da II divisão. Na verdade era uma equipa de primeira, e talvez não seja exagero dizer que estaria entre as dez ou doze melhores equipas de futebol do nosso país. Mantendo o técnico, para se juntarem aos restantes jogadores da época anterior chegaram ao Juventude: o excêntrico guarda-redes Gomes e o lateral Simplício (ambos ex Lusitano), o central Barrinha (jogara no União de Tomar e seguiria depois para o Vitória de Guimarães), os médios Cardoso (ex Atlético) e Jorge Jesus (esse mesmo, actual treinador do Belenenses, e ex jogador do Sporting, União de Leiria e Estrela da Amadora), o ala Luís Filipe (ex Atlético, sendo de lembrar que o Atlético tinha então descido havia uma época da primeira divisão), o avançado brasileiro Dário (ex Feirense, e futuro jogador do Vitória de Setúbal, onde chegaria a marcar golos ao Benfica e ao F.C.Porto) e o avançado, também brasileiro, Nivaldo.
A equipa tipo seria então Lapa, Simplício, Ricardo, Barrinha, Modas, Cardoso, Jesus, Luís Filipe, Arnaldo José, Edmilson e Dário.
O Juventude fez uma época fantástica, somando inclusivamente mais pontos que no ano anterior (41 em 77-78 e 44 em 78-79), e marcando 65 golos em 30 jogos, de onde avultaram impressionantes goleadas como os 6-1 ao Odivelas logo na primeira jornada e 5-0 ao Seixal. O futebol que praticava era apaixonante, e só um pequeno pauzinho estragava a engrenagem: havia também um Portimonense de luxo.
Efectivamente, apostada no rápido regresso ao escalão maior, a equipa algarvia contava com um plantel fabuloso, que aliás foi a base da sua equipa nos anos seguintes, nos quais se manteve na ribalta do futebol nacional. A sua grande força estava também no sector ofensivo, onde os dois Nelsóns eram uma fábrica de fazer golos. Nelson Fernandes, ex Benfica, ex Sporting, com muitos anos de futebol nacional e internacional de topo, era a experiência que compensava a juventude do ex júnior do Benfica e, na altura, grande promessa do futebol português, Nelson Moutinho, precisamente pai de João Moutinho actual médio do Sporting e da selecção nacional. Atrás deles, no meio campo, actuava o brasileiro Paulo Campos, grande goleador também, que em 1981-82 jogaria no Benfica, chegando a participar em jogos da Taça dos Campeões Europeus. Na baliza estava Pinhal, ex Sporting, e na defesa Mota também recrutado aos leões.
Nos jogos entre Juventude e Portimonense os eborenses levaram vantagem. Triunfando por 1-0 em Évora, numa tarde de Novembro e de casa cheia, com um golo de Dário aos 70 minutos num pontapé de fora da área, parecido com o golo de Nuno Gomes à Espanha no Euro 2004, marcado na baliza do lado da rua, a equipa alentejana arrancou um empate a zero em Portimão já em plena segunda volta, jogo que fez deslocar centenas, senão milhares de juventudistas ao Algarve.
Todavia, em termos globais o Portimonense acabou por levar a melhor, garantindo uma vantagem de três pontos após uma inesperada derrota do Juventude em Sarilhos Grandes por 3-0, vantagem essa que não mais perderia até ao fim. O Juventude ia portanto estar novamente na Liguilha.
Uma vez mais a equipa eborense entrou com o pé esquerdo nessa dramática prova que animava ano após ano os finais de época por essa altura. Na primeira jornada em Santa Maria de Lamas não conseguiu evitar uma copiosa derrota por 4-0 frente ao União local que não deixava bons augúrios. Todavia a equipa recuperou e venceu em casa o Rio Ave por 3-0.
Na jornada seguinte, em jogo que recordo como se fosse ontem, o Juventude comprometeu as suas aspirações ao ceder uma igualdade a zero frente ao Lamas, que contudo ainda deixava algumas esperanças para a última jornada, onde em Vila do Conde o Juventude, caso vencesse, asseguraria a subida.
Era difícil pois o Rio Ave, onde jogavam Alfredo, Adérito, Trindade, Mário Reis, Baltemar Brito (adjunto de Mourinho no Chelsea) e o avançado N’Habola também precisava de vencer e jogava em casa, sendo o grande favorito à subida.
Mais difícil ficou o panorama quando Cardoso, com o resultado em branco, desperdiçou uma grande penalidade, facto que muita tinta fez correr nos tempos seguintes, sendo a equipa acusada de não ter querido subir de divisão, numa altura em que, recorde-se, o maná das transmissões televisivas ainda não fora descoberto, e a divisão principal criava dificuldades financeiras que nem todos estavam preparados para enfrentar.
O resultado foi uma derrota por 1-0, e a festa vilacondense.
Nessa pequena competição a três, a equipa eborense chegou à penúltima jornada, e seu último jogo (no mal fadado dia 10 de Junho de 1978), apenas com necessidade de empatar em terras de Viriato para subir à primeira divisão – perdera em Lordelo por 1-2, e vencera em casa os do norte por 4-0 (numa tarde inspirada de Jerónimo que fez um hat-trick) e os do centro por 3-2. Aos 89 minutos do jogo de Viseu registava-se uma igualdade a um - tendo o golo do Juventude sido apontado por Fernando Peres. Todavia, num lance ensombrado pela polémica, os viseenses marcaram o golo da vitória por intermédio de Penteado nos derradeiros instantes, lavando em lágrimas toda uma cidade que escutava, junto à antiga sede no Páteo do Salema, o relato da partida.
O Juventude mantinha ainda as esperanças, pois se na última jornada o Académico de Viseu perdesse em Lordelo, eram os alentejanos que subiam. Isso não se verificou, embora uma vez mais tenha sido a polémica a conduzir o Académico ao empate a um, depois de ter estado a perder durante muitos minutos.
O sonho foi-se, mas ficaram na história do clube esses homens que tão perto estiveram de o concretizar. A equipa tipo juventudista era constituída por Lapa, Modas, Ricardo, Fernando Sousa, José Luís, Ferro, Lelo, Peres, Arnaldo José, Edmilson e Jerónimo (melhor marcador da equipa com 21 golos). Jogavam também frequentemente Teles, Artur, Johny e Cila. O guarda-redes suplente era o histórico Antoninho.
Que me perdoem o apontamento auto-biográfico, mas esta época o Juventude, tendo falhado a subida, ganhou um novo adepto.
Tinha eu oito anos e o meu pai levou-me ao derby com o Lusitano no Sanches de Miranda. À partida para este jogo, ainda clubisticamente indefinido, recordo-me de pensar para mim próprio que a equipa que o vencesse teria o meu apoio para sempre.
Por volta dos 70 minutos de jogo, com o resultado ainda empatado a zero, Jerónimo recebeu a bola na área vinda do lado esquerdo, e atirou para o fundo da baliza de Gomes (do lado do então futuro campo de treinos). Estava feito o tento da vitória azul e branca.
Quando se deu o episódio de Viseu, já as minhas lágrimas se juntavam à dos maiores juventudistas…
O Lusitano desceria à III divisão nessa temporada (pela terceira vez no seu historial, as outras tinham sido episódicas e no início da década), mau grado ter uma equipa recheada de nomes sonantes como Gomes, Simplício, Leonel, Zambujo, Quim, Pereira, Fernandes (todos eles ex ou futuros juventudistas), e ainda Matine (ex Benfica), Gerúsio, Hilton, Cícero, José Chico e Hélder. Nos derbys, para além do 1-0 de que falei, no Campo Estrela aconteceu um empate a um golo.
Quis o destino que no ano imediato o Juventude voltasse a estar muito perto da tão almejada subida.
Para 1978-79, a direcção azul e branca investiu fortemente na sua equipa. Beneficiando da venda do esquerdino José Luís - foi para o Vitória de Setúbal e chegaria mais tarde a ser titular do F.C.Porto, em 1980-81 com Hermann Stessl – e do avançado Jerónimo, o Juventude adquiriu vários jogadores de grande categoria, formando uma equipa que talvez não tenha subido por ser desadequada do nível da II divisão. Na verdade era uma equipa de primeira, e talvez não seja exagero dizer que estaria entre as dez ou doze melhores equipas de futebol do nosso país. Mantendo o técnico, para se juntarem aos restantes jogadores da época anterior chegaram ao Juventude: o excêntrico guarda-redes Gomes e o lateral Simplício (ambos ex Lusitano), o central Barrinha (jogara no União de Tomar e seguiria depois para o Vitória de Guimarães), os médios Cardoso (ex Atlético) e Jorge Jesus (esse mesmo, actual treinador do Belenenses, e ex jogador do Sporting, União de Leiria e Estrela da Amadora), o ala Luís Filipe (ex Atlético, sendo de lembrar que o Atlético tinha então descido havia uma época da primeira divisão), o avançado brasileiro Dário (ex Feirense, e futuro jogador do Vitória de Setúbal, onde chegaria a marcar golos ao Benfica e ao F.C.Porto) e o avançado, também brasileiro, Nivaldo.
A equipa tipo seria então Lapa, Simplício, Ricardo, Barrinha, Modas, Cardoso, Jesus, Luís Filipe, Arnaldo José, Edmilson e Dário.
O Juventude fez uma época fantástica, somando inclusivamente mais pontos que no ano anterior (41 em 77-78 e 44 em 78-79), e marcando 65 golos em 30 jogos, de onde avultaram impressionantes goleadas como os 6-1 ao Odivelas logo na primeira jornada e 5-0 ao Seixal. O futebol que praticava era apaixonante, e só um pequeno pauzinho estragava a engrenagem: havia também um Portimonense de luxo.
Efectivamente, apostada no rápido regresso ao escalão maior, a equipa algarvia contava com um plantel fabuloso, que aliás foi a base da sua equipa nos anos seguintes, nos quais se manteve na ribalta do futebol nacional. A sua grande força estava também no sector ofensivo, onde os dois Nelsóns eram uma fábrica de fazer golos. Nelson Fernandes, ex Benfica, ex Sporting, com muitos anos de futebol nacional e internacional de topo, era a experiência que compensava a juventude do ex júnior do Benfica e, na altura, grande promessa do futebol português, Nelson Moutinho, precisamente pai de João Moutinho actual médio do Sporting e da selecção nacional. Atrás deles, no meio campo, actuava o brasileiro Paulo Campos, grande goleador também, que em 1981-82 jogaria no Benfica, chegando a participar em jogos da Taça dos Campeões Europeus. Na baliza estava Pinhal, ex Sporting, e na defesa Mota também recrutado aos leões.
Nos jogos entre Juventude e Portimonense os eborenses levaram vantagem. Triunfando por 1-0 em Évora, numa tarde de Novembro e de casa cheia, com um golo de Dário aos 70 minutos num pontapé de fora da área, parecido com o golo de Nuno Gomes à Espanha no Euro 2004, marcado na baliza do lado da rua, a equipa alentejana arrancou um empate a zero em Portimão já em plena segunda volta, jogo que fez deslocar centenas, senão milhares de juventudistas ao Algarve.
Todavia, em termos globais o Portimonense acabou por levar a melhor, garantindo uma vantagem de três pontos após uma inesperada derrota do Juventude em Sarilhos Grandes por 3-0, vantagem essa que não mais perderia até ao fim. O Juventude ia portanto estar novamente na Liguilha.
Uma vez mais a equipa eborense entrou com o pé esquerdo nessa dramática prova que animava ano após ano os finais de época por essa altura. Na primeira jornada em Santa Maria de Lamas não conseguiu evitar uma copiosa derrota por 4-0 frente ao União local que não deixava bons augúrios. Todavia a equipa recuperou e venceu em casa o Rio Ave por 3-0.
Na jornada seguinte, em jogo que recordo como se fosse ontem, o Juventude comprometeu as suas aspirações ao ceder uma igualdade a zero frente ao Lamas, que contudo ainda deixava algumas esperanças para a última jornada, onde em Vila do Conde o Juventude, caso vencesse, asseguraria a subida.
Era difícil pois o Rio Ave, onde jogavam Alfredo, Adérito, Trindade, Mário Reis, Baltemar Brito (adjunto de Mourinho no Chelsea) e o avançado N’Habola também precisava de vencer e jogava em casa, sendo o grande favorito à subida.
Mais difícil ficou o panorama quando Cardoso, com o resultado em branco, desperdiçou uma grande penalidade, facto que muita tinta fez correr nos tempos seguintes, sendo a equipa acusada de não ter querido subir de divisão, numa altura em que, recorde-se, o maná das transmissões televisivas ainda não fora descoberto, e a divisão principal criava dificuldades financeiras que nem todos estavam preparados para enfrentar.
O resultado foi uma derrota por 1-0, e a festa vilacondense.
Nesta temporada os únicos derbys foram para uma denominada Taça Amizade, e culminaram em vitórias dos azuis e brancos por 2-1 em casa e retumbante 1-4 num Campo Estrela cheio.
Na época 1979-80 deu-se uma razia no plantel com as saídas de Barrinha, Cardoso, Luís Filipe, Dário, Jesus, Nivaldo, mas também de Lapa e Edmilson. As contratações de Pinto (ex-V.Setúbal), Galhofas e João Santos (ambos ex-Benfica), Pedro Paulo (ex-Ac.Viseu), Edvaldo e Bolota (ex-Montijo) tardaram a surtir o efeito pretendido, e a equipa foi-se afundando na tabela, com várias derrotas consecutivas e de lanterna vermelha nas mãos.
Como sucede nestas ocasiões, foi Fernando Peres o primeiro a pagar a factura, sendo substituído pelo eborense, ex guarda-redes do Lusitano e futuro técnico do Farense na primeira divisão: Dinis Vital.
As melhorias foram notórias, com uma espectacular recuperação que, levando a equipa ao sexto lugar chegou a lançar a esperança de nova Liguilha (o primeiro lugar cedo ficou entregue ao Amora, que me lembro de ver ganhar em Évora por 0-3, numa tarde de glória para o avançado Tateu autor de dois golos). Mas alguns empates incómodos empurraram o Juventude para o 9º lugar final.
Nesta temporada a representatividade do futebol eborense ficou a cargo do Lusitano, que chegado da terceira divisão, onde em 1978-79 tinha sabido reconquistar o seu lugar, acabou por conseguir um surpreendente 2º lugar, alcançado in-extremis, após vitória retumbante por 0-3 na última jornada em Sacavém (depois de triunfo por 3-1 em Évora diante do Barreirense), numa verdadeira final pois ganhando o Sacavenense, seria ele a seguir para a Liguilha.
A equipa lusitanista não faria história nesse torneio de competência, fazendo apenas 2 pontos, resultado de uma vitória ante o Fafe, e derrotas em Fafe e em ambos os jogos com o…Académico de Viseu, autêntica besta negra das equipas de Évora nesta prova, e que não deixaria por aqui os seus estragos.
A equipa tipo do Lusitano, muito laboriosa e recheada de jogadores da cidade e com vários anos de clube, era composta por Figueiredo, Leonel, Pio, Zambujo, Cunha, José Chico, Lopes, Mosca, Zorrinho, Avelar e Filipe. Para outras opções sentavam-se no banco habitualmente Gaspar, Carvalho, Silva Santos, Fernando, Quim e Custódio, este último um talento que acabou por se perder nas malhas da droga.
Em 1980-81 seria o Juventude a resgatar o protagonismo, voltando a estar a um pequeno passo da subida ao escalão máximo do nosso futebol.
Mantendo Dinis Vital, o clube apostou numa equipa mais jovem, mais barata e combativa, mas não menos valorosa, como que fazendo jus ao seu lema “Força de Vontade”. Saíram Guerra, Fernando Sousa, Pedro Paulo, Pinto, Ferro, Arnaldo José, Artur, Santos e Galhofas. Foram contratados o guardião Peres (ex-Beira Mar), os centrais Sabú e José Carlos (ambos ex-V.Setúbal), os médios Quim (ex-V.Setúbal), Fernando e Carvalho (ambos ex-Lusitano) e o experiente avançado Coentro Faria (ex-Barreirense, V.Setúbal e Montijo).
O princípio de temporada não foi bom, e à quarta jornada o Juventude estava abaixo da linha de água com três derrotas consecutivas. No final da primeira volta contudo, mesmo com o peso de 5 derotas e 4 empates em 15 jogos, a equipa já fora capaz de recuperar até ao sétimo lugar.
Na segunda volta o Juventude explodiu então para uma das mais entusiasmantes temporadas da sua longa história. Com várias vitórias consecutivas - muitas vezes tangenciais (11 no campeonato), série apenas interrompida por uma derrota no Campo Estrela por 1-0 (na primeira volta o Lusitano perdera 3-2 no Sanches de Miranda) -, a equipa de Dinis Vital foi trepando lugares na classificação, vencendo em terrenos difíceis como Faro (0-1 ao Farense com golo de José Fernandes), Cova da Piedade, Oriental, Odivelas ou Montijo. A quatro jornadas do fim o Juventude, com uma sequência de 11 vitórias em 13 jogos (lém da derrota no Campo Estrela, deu-se um empate caseiro a zero com o Desportivo de Beja) já era segundo a dois pontos do Estoril-Praia.
Na antepenúltima jornada, os eborenses venceram em casa o Vasco da Gama de Sines por 3-2, enquanto o Estoril derrapava perdendo o seu jogo e deixando-se igualar no topo da tabela. A equipa estorilista beneficiava contudo da vitória por 1-0 sobre o Juventude na última jornada da primeira volta, mas…ainda tinha de vir a Évora.
Na jornada seguinte o Estoril ganhou, mas o Juventude não foi capaz de pontuar no Estádio dos Barreiros diante do Nacional, perdendo por 2-0, num jogo que fez uma vez mais juntar uma pequena multidão junto da sede do clube para ouvir o relato.
Mas nada estava perdido. Na última jornada, com dois pontos a separá-los, jogava-se na Cidade Museu um Juventude-Estoril !
Em caso de vitória por dois golos de diferença o Juventude igualava o adversário e ganhava vantagem no confronto directo, subindo assim de forma directa, à primeira divisão.
Não me recordo de ver tão grande enchente no Sanches de Miranda, e só a presença da selecção em Évora terá trazido tanta gente ao futebol na cidade nos últimos 40 anos. Foi erguida uma bancada suplementar, e foi precisamente nela que me sentei. Tinha 11 anos.
Nessa tarde tórrida de domingo, Juventude alinhou com Peres, Simplício, José Carlos, Ricardo, Modas, Lelo, Quim, Fernando, Edvaldo, Coentro Faria e Bolota. Viriam a entrar depois Carvalho e Baía.
O Estoril-Praia, orientado por António Medeiros, apresentava uma equipa tremendamente experiente e base da sua temporada anterior na primeira divisão: Manuel Abrantes, Teixeirinha (ex-F.C.Porto), Franque (futuro jogador do Juventude), Pedroso, José António (futuro internacional do Belenenses já falecido), Paris, Manaca (ex Sporting e V.Guimarães), Salvado, Jerónimo (esse mesmo, agora do outro lado), José Abrantes e Diamantino (ex titular do Benfica, no início dos anos setenta).
Depois de uma primeira parte equilibrada, quando se estava à beira do intervalo, Coentro Faria fez uma recarga vitoriosa a um remate de meia distância, atirando para o fundo da baliza de Manuel Abrantes. Foi o delírio no estádio, com uma mini-invasão de adeptos eufóricos com um golo em tão importante momento.
Durante o intervalo a esperança tomou conta do estádio e da cidade. Mas logo aos 5 minutos do segundo tempo, José Abrantes desviou um cruzamento de Diamantino e bateu Peres, restabelecendo a igualdade.
O Juventude sentiu muito este golo, e não mais voltou a ser a mesma equipa acutilante que fora até então. Veio ao de cima a experiência estorilista, e a dez minutos dos noventa, de novo José Abrantes em lance individual, acabou com o jogo e com a ilusão dos da casa. 1-2 foi o resultado final, com a invasão a ser agora dos muitos adeptos que acompanharam o Estoril e no relvado fizeram a festa de uma subida que deixou Évora em lágrimas.
Como vimos, já por três ocasiões o Juventude havia estado perto da subida à primeira divisão. Todavia nunca esses momentos de decisão tinham sido em Évora, nem na fase regular da prova. Este foi pois um momento que fica na história do clube, como um dos mais amargos, mas seguramente um dos mais altos.
Depois ficou uma vez mais a polémica, sobretudo em torno de Coentro Faria que, à data desta decisiva partida, estaria já comprometido com o Estoril, onde jogou no ano seguinte. O ponta-de-lança, que marcara 15 golos no campeonato (mais sete que Bolota, o segundo melhor marcador da equipa) foi então acusado de falta de zelo contra a sua futura equipa, algo que poderia ter estado na origem da derrota. Acusações sem sentido, até porque Franque, defesa estorilista, viria para o Juventude no ano seguinte. Coentro Faria viria mais tarde, em duas ocasiões, a treinar a equipa eborense.
Na Liguilha (agora a quatro), uma equipa cansada, desmoralizada e descrente, foi facilmente batida em casa e fora por Nazarenos e …Académico de Viseu (que mais uma vez ganhava esta poule). Só perante o Leixões o Juventude conseguiu dar um ar de sua graça, batendo os “bebés” por 3-0 em casa, e empatando no estádio do Mar 2-2.
O Lusitano fez um campeonato discreto acabando em 9º lugar.
Na época seguinte (1981-82) o Juventude começou muito bem, parecendo querer finalmente vingar-se da sua sorte. Ao fim de três jornadas, três vitórias e liderança isolada.
Seria sol de pouca dura, pois a equipa não tinha já a mesma coesão, e acabaria por ir perdendo fulgor, acabando em 6º lugar.
As aquisições foram várias, a saber: Damas e Andrade (ex juniores do Sporting), Franque (ex-Estoril), Marco Aurélio (ex-F.C.Porto, a quem Toni partira uma perna dois anos antes), Manuel Fernandes (ex-Belenenses), Zezinho (ex-Beira Mar), Marinho (ex-Farense), Pais, Barbosa e José António. Mas por outro lado saíram Bolota, Peres e José Carlos (todos para o rival Lusitano), além do já falado caso de Coentro Faria.
As notas de realce desta temporada foram dadas pelas duas vitórias sobre o Lusitano -impedindo-o de disputar a Liguilha, pois ficou em 3º lugar, com uma equipa em que o goleador Cândido era a principal estrela -, por 4-2 em casa e por 1-3 no Campo Estrela, mas sobretudo pela presença nos quartos-de-final da Taça de Portugal, onde depois de bater o Odivelas com um golo solitário de Zezinho num sábado de Carnaval, o Juventude soube que iria defrontar, também em casa, a equipa mais acessível do lote, o Ginásio de Alcobaça, também da II divisão, mas lider destacado da zona centro. Quem se apurasse para as meias-finais, teria como possíveis adversários Benfica, Braga e Sporting – no caso seria o Sporting em Alvalade.
Nesse jogo, com estádio cheio, reviveu-se o drama da época anterior frente ao Estoril. Dois golos de Nelito cedo definiram o rumo da eliminatória, e nem o golo de Lelo chegou para sonhar mais alto. 1-2, maldito resultado…
Lelo e Modas transferir-se-iam para o Ginásio de Alcobaça na época seguinte, em que jogaram na primeira divisão, voltando a Évora na temporada seguinte, depois de terem descido.
1982-83 marca o fim de um ciclo. O Juventude, desgastado anímica e financeiramente de tanta tentativa frustrada, vítima de uma região empobrecida em tempos de recessão económica, deixava-se enlear no novelo dos salários em atraso e caía para a III divisão.
Ameaças de greve, faltas a treinos, de tudo aconteceu nesta temporada. Muitos jogadores saíram, poucos ficaram. 14º lugar com 25 pontos foi bilhete para a despromoção.
O Lusitano, que nesta época, com uma equipa fortíssima - Peres, Manuel Fernandes, Paulo César, Dedeu, Cândido, Quim, Américo e o regressado a Évora José Luís, orientados por…Dinis Vital - voltou à Liguilha, perdendo para o Espinho a hipótese de subida, seguiria o mesmo caminho poucos anos mais tarde, acabando por descer em 1985-86.
Daí para cá não mais as equipas eborenses se aproximaram do escalão maior. A Liga de Honra tornou-se num filtro demasiado selectivo para estimular investimentos, e as subidas à II divisão B foram os únicos grandes motivos de regozijo para um e outro clubes.
Desde 1983 o Juventude dividiu as suas presenças entre a IIB e a III (doze épocas em cada, com três subidas e três descidas), nunca mais conseguindo o protagonimso anterior.
Na época 1979-80 deu-se uma razia no plantel com as saídas de Barrinha, Cardoso, Luís Filipe, Dário, Jesus, Nivaldo, mas também de Lapa e Edmilson. As contratações de Pinto (ex-V.Setúbal), Galhofas e João Santos (ambos ex-Benfica), Pedro Paulo (ex-Ac.Viseu), Edvaldo e Bolota (ex-Montijo) tardaram a surtir o efeito pretendido, e a equipa foi-se afundando na tabela, com várias derrotas consecutivas e de lanterna vermelha nas mãos.
Como sucede nestas ocasiões, foi Fernando Peres o primeiro a pagar a factura, sendo substituído pelo eborense, ex guarda-redes do Lusitano e futuro técnico do Farense na primeira divisão: Dinis Vital.
As melhorias foram notórias, com uma espectacular recuperação que, levando a equipa ao sexto lugar chegou a lançar a esperança de nova Liguilha (o primeiro lugar cedo ficou entregue ao Amora, que me lembro de ver ganhar em Évora por 0-3, numa tarde de glória para o avançado Tateu autor de dois golos). Mas alguns empates incómodos empurraram o Juventude para o 9º lugar final.
Nesta temporada a representatividade do futebol eborense ficou a cargo do Lusitano, que chegado da terceira divisão, onde em 1978-79 tinha sabido reconquistar o seu lugar, acabou por conseguir um surpreendente 2º lugar, alcançado in-extremis, após vitória retumbante por 0-3 na última jornada em Sacavém (depois de triunfo por 3-1 em Évora diante do Barreirense), numa verdadeira final pois ganhando o Sacavenense, seria ele a seguir para a Liguilha.
A equipa lusitanista não faria história nesse torneio de competência, fazendo apenas 2 pontos, resultado de uma vitória ante o Fafe, e derrotas em Fafe e em ambos os jogos com o…Académico de Viseu, autêntica besta negra das equipas de Évora nesta prova, e que não deixaria por aqui os seus estragos.
A equipa tipo do Lusitano, muito laboriosa e recheada de jogadores da cidade e com vários anos de clube, era composta por Figueiredo, Leonel, Pio, Zambujo, Cunha, José Chico, Lopes, Mosca, Zorrinho, Avelar e Filipe. Para outras opções sentavam-se no banco habitualmente Gaspar, Carvalho, Silva Santos, Fernando, Quim e Custódio, este último um talento que acabou por se perder nas malhas da droga.
Em 1980-81 seria o Juventude a resgatar o protagonismo, voltando a estar a um pequeno passo da subida ao escalão máximo do nosso futebol.
Mantendo Dinis Vital, o clube apostou numa equipa mais jovem, mais barata e combativa, mas não menos valorosa, como que fazendo jus ao seu lema “Força de Vontade”. Saíram Guerra, Fernando Sousa, Pedro Paulo, Pinto, Ferro, Arnaldo José, Artur, Santos e Galhofas. Foram contratados o guardião Peres (ex-Beira Mar), os centrais Sabú e José Carlos (ambos ex-V.Setúbal), os médios Quim (ex-V.Setúbal), Fernando e Carvalho (ambos ex-Lusitano) e o experiente avançado Coentro Faria (ex-Barreirense, V.Setúbal e Montijo).
O princípio de temporada não foi bom, e à quarta jornada o Juventude estava abaixo da linha de água com três derrotas consecutivas. No final da primeira volta contudo, mesmo com o peso de 5 derotas e 4 empates em 15 jogos, a equipa já fora capaz de recuperar até ao sétimo lugar.
Na segunda volta o Juventude explodiu então para uma das mais entusiasmantes temporadas da sua longa história. Com várias vitórias consecutivas - muitas vezes tangenciais (11 no campeonato), série apenas interrompida por uma derrota no Campo Estrela por 1-0 (na primeira volta o Lusitano perdera 3-2 no Sanches de Miranda) -, a equipa de Dinis Vital foi trepando lugares na classificação, vencendo em terrenos difíceis como Faro (0-1 ao Farense com golo de José Fernandes), Cova da Piedade, Oriental, Odivelas ou Montijo. A quatro jornadas do fim o Juventude, com uma sequência de 11 vitórias em 13 jogos (lém da derrota no Campo Estrela, deu-se um empate caseiro a zero com o Desportivo de Beja) já era segundo a dois pontos do Estoril-Praia.
Na antepenúltima jornada, os eborenses venceram em casa o Vasco da Gama de Sines por 3-2, enquanto o Estoril derrapava perdendo o seu jogo e deixando-se igualar no topo da tabela. A equipa estorilista beneficiava contudo da vitória por 1-0 sobre o Juventude na última jornada da primeira volta, mas…ainda tinha de vir a Évora.
Na jornada seguinte o Estoril ganhou, mas o Juventude não foi capaz de pontuar no Estádio dos Barreiros diante do Nacional, perdendo por 2-0, num jogo que fez uma vez mais juntar uma pequena multidão junto da sede do clube para ouvir o relato.
Mas nada estava perdido. Na última jornada, com dois pontos a separá-los, jogava-se na Cidade Museu um Juventude-Estoril !
Em caso de vitória por dois golos de diferença o Juventude igualava o adversário e ganhava vantagem no confronto directo, subindo assim de forma directa, à primeira divisão.
Não me recordo de ver tão grande enchente no Sanches de Miranda, e só a presença da selecção em Évora terá trazido tanta gente ao futebol na cidade nos últimos 40 anos. Foi erguida uma bancada suplementar, e foi precisamente nela que me sentei. Tinha 11 anos.
Nessa tarde tórrida de domingo, Juventude alinhou com Peres, Simplício, José Carlos, Ricardo, Modas, Lelo, Quim, Fernando, Edvaldo, Coentro Faria e Bolota. Viriam a entrar depois Carvalho e Baía.
O Estoril-Praia, orientado por António Medeiros, apresentava uma equipa tremendamente experiente e base da sua temporada anterior na primeira divisão: Manuel Abrantes, Teixeirinha (ex-F.C.Porto), Franque (futuro jogador do Juventude), Pedroso, José António (futuro internacional do Belenenses já falecido), Paris, Manaca (ex Sporting e V.Guimarães), Salvado, Jerónimo (esse mesmo, agora do outro lado), José Abrantes e Diamantino (ex titular do Benfica, no início dos anos setenta).
Depois de uma primeira parte equilibrada, quando se estava à beira do intervalo, Coentro Faria fez uma recarga vitoriosa a um remate de meia distância, atirando para o fundo da baliza de Manuel Abrantes. Foi o delírio no estádio, com uma mini-invasão de adeptos eufóricos com um golo em tão importante momento.
Durante o intervalo a esperança tomou conta do estádio e da cidade. Mas logo aos 5 minutos do segundo tempo, José Abrantes desviou um cruzamento de Diamantino e bateu Peres, restabelecendo a igualdade.
O Juventude sentiu muito este golo, e não mais voltou a ser a mesma equipa acutilante que fora até então. Veio ao de cima a experiência estorilista, e a dez minutos dos noventa, de novo José Abrantes em lance individual, acabou com o jogo e com a ilusão dos da casa. 1-2 foi o resultado final, com a invasão a ser agora dos muitos adeptos que acompanharam o Estoril e no relvado fizeram a festa de uma subida que deixou Évora em lágrimas.
Como vimos, já por três ocasiões o Juventude havia estado perto da subida à primeira divisão. Todavia nunca esses momentos de decisão tinham sido em Évora, nem na fase regular da prova. Este foi pois um momento que fica na história do clube, como um dos mais amargos, mas seguramente um dos mais altos.
Depois ficou uma vez mais a polémica, sobretudo em torno de Coentro Faria que, à data desta decisiva partida, estaria já comprometido com o Estoril, onde jogou no ano seguinte. O ponta-de-lança, que marcara 15 golos no campeonato (mais sete que Bolota, o segundo melhor marcador da equipa) foi então acusado de falta de zelo contra a sua futura equipa, algo que poderia ter estado na origem da derrota. Acusações sem sentido, até porque Franque, defesa estorilista, viria para o Juventude no ano seguinte. Coentro Faria viria mais tarde, em duas ocasiões, a treinar a equipa eborense.
Na Liguilha (agora a quatro), uma equipa cansada, desmoralizada e descrente, foi facilmente batida em casa e fora por Nazarenos e …Académico de Viseu (que mais uma vez ganhava esta poule). Só perante o Leixões o Juventude conseguiu dar um ar de sua graça, batendo os “bebés” por 3-0 em casa, e empatando no estádio do Mar 2-2.
O Lusitano fez um campeonato discreto acabando em 9º lugar.
Na época seguinte (1981-82) o Juventude começou muito bem, parecendo querer finalmente vingar-se da sua sorte. Ao fim de três jornadas, três vitórias e liderança isolada.
Seria sol de pouca dura, pois a equipa não tinha já a mesma coesão, e acabaria por ir perdendo fulgor, acabando em 6º lugar.
As aquisições foram várias, a saber: Damas e Andrade (ex juniores do Sporting), Franque (ex-Estoril), Marco Aurélio (ex-F.C.Porto, a quem Toni partira uma perna dois anos antes), Manuel Fernandes (ex-Belenenses), Zezinho (ex-Beira Mar), Marinho (ex-Farense), Pais, Barbosa e José António. Mas por outro lado saíram Bolota, Peres e José Carlos (todos para o rival Lusitano), além do já falado caso de Coentro Faria.
As notas de realce desta temporada foram dadas pelas duas vitórias sobre o Lusitano -impedindo-o de disputar a Liguilha, pois ficou em 3º lugar, com uma equipa em que o goleador Cândido era a principal estrela -, por 4-2 em casa e por 1-3 no Campo Estrela, mas sobretudo pela presença nos quartos-de-final da Taça de Portugal, onde depois de bater o Odivelas com um golo solitário de Zezinho num sábado de Carnaval, o Juventude soube que iria defrontar, também em casa, a equipa mais acessível do lote, o Ginásio de Alcobaça, também da II divisão, mas lider destacado da zona centro. Quem se apurasse para as meias-finais, teria como possíveis adversários Benfica, Braga e Sporting – no caso seria o Sporting em Alvalade.
Nesse jogo, com estádio cheio, reviveu-se o drama da época anterior frente ao Estoril. Dois golos de Nelito cedo definiram o rumo da eliminatória, e nem o golo de Lelo chegou para sonhar mais alto. 1-2, maldito resultado…
Lelo e Modas transferir-se-iam para o Ginásio de Alcobaça na época seguinte, em que jogaram na primeira divisão, voltando a Évora na temporada seguinte, depois de terem descido.
1982-83 marca o fim de um ciclo. O Juventude, desgastado anímica e financeiramente de tanta tentativa frustrada, vítima de uma região empobrecida em tempos de recessão económica, deixava-se enlear no novelo dos salários em atraso e caía para a III divisão.
Ameaças de greve, faltas a treinos, de tudo aconteceu nesta temporada. Muitos jogadores saíram, poucos ficaram. 14º lugar com 25 pontos foi bilhete para a despromoção.
O Lusitano, que nesta época, com uma equipa fortíssima - Peres, Manuel Fernandes, Paulo César, Dedeu, Cândido, Quim, Américo e o regressado a Évora José Luís, orientados por…Dinis Vital - voltou à Liguilha, perdendo para o Espinho a hipótese de subida, seguiria o mesmo caminho poucos anos mais tarde, acabando por descer em 1985-86.
Daí para cá não mais as equipas eborenses se aproximaram do escalão maior. A Liga de Honra tornou-se num filtro demasiado selectivo para estimular investimentos, e as subidas à II divisão B foram os únicos grandes motivos de regozijo para um e outro clubes.
Desde 1983 o Juventude dividiu as suas presenças entre a IIB e a III (doze épocas em cada, com três subidas e três descidas), nunca mais conseguindo o protagonimso anterior.
Dois quartos lugares na II B, com o técnico João Cardoso, foram o que de melhor a equipa eborense conseguiu nos últimos 15 anos, apesar de terem passado pelo Juventude jogadores como Mamede (que fez carreira no futebol italiano, designadamente na Reggina), Juvenal (partiria para o V.Setúbal), Trindade (seguiu para norte, jogando em alguns clubes da Liga de Honra), Paulo Barreto, Rui Pedro, João Cabral, Ença Camará, Ibraima, João Serrano, Stoynov, Ciro, Nuno Gaio ou David (este logrando a fama nesta época ao marcar no Dragão o golo vitorioso do Atlético em jogo da Taça).
O Juventude permanece há sete épocas consecutivas na terceira, tendo agora óptima oportunidade para regressar ao seu lugar.
O Lusitano por seu turno, desde que desceu em 1986, apenas disputou a II divisão em quatro épocas, descendo mesmo em 2003 aos Distritais, naquele que foi o momento mais negro da sua brilhante história, e que na próxima semana se poderá lamentavelmente repetir.
Veremos o que acontece no domingo, e que continuidade terá a história destes dois históricos emblemas.
FOTOS: www.juventudesportclube.blogspot.com e www.cromosdefutebol.blogspot.com
O Lusitano por seu turno, desde que desceu em 1986, apenas disputou a II divisão em quatro épocas, descendo mesmo em 2003 aos Distritais, naquele que foi o momento mais negro da sua brilhante história, e que na próxima semana se poderá lamentavelmente repetir.
Veremos o que acontece no domingo, e que continuidade terá a história destes dois históricos emblemas.
FOTOS: www.juventudesportclube.blogspot.com e www.cromosdefutebol.blogspot.com
10 comentários:
lusitano é merda
LF
Esses tempos dos finais dos anos setenta e toda decada de oitenta, foram os melhores anos da história do Juventude, pelo menos esses eu estive lá a viver os acontecimentos
Recordo-me desses jogos todos, agora que LF relatou os acontecimentos passados nesse tempo, sinto uma certa nostalgia e uma tristeza, lembro-me perfeitamente dos campos cheios, da azafama antes dos jogos, das alegrias e tristeza depois dos jogos, das trocas de opiniões, ás vezes emotivas entre Juventudistas e Lusitanistas, enfim outros tempos, que tive oportunidade de viver na nossa cidade
Agora tudo é passado, as gerações actuais não fazem a minima ideia do que era um Juventude-Lusitano e como era vivido pela cidade
Agora praticamente não se percebe que vai haver um Derby, a rivalidade está muito esbatida, mais de 80% dos adeptos do futebol, apoiam a ideia de um só clube (profissional) para Évora
Noutros tempos assistia a todos os jogos do Juventude, no Sanches de Miranda, acompanhava algumas vezes a equipa fora, saia de casa logo após o almoço para chegar cedo e poder trocar ideias com pessoas que só via quando havia jogos, durante a semana, lá estava a assistir aos treinos
Toda esta vivencia no clube deu para perceber muitos "podres" e jogadas de bastidores que aconteciam, em especial na formação do nosso clube, afastei-me já a alguns anos, mas o "bichinho" está cá dentro, tenho a certeza, que um dia vou voltar a acompanhar mais de perto a vida do nosso clube
Entretanto que o Juventude ganhe ao Lusitano e que suba de divisão como todos os Juventudistas desejam
Catn,
Esses 80 % são um dado objectivo, um uma mera impressão ?
Eu por mim já fui algo receptivo as essa ideia. Agora sou frontalmente contra.
Quem se aperceba da história dos clubes,da sua grandeza e antiguidade, só pode achar um absurdo deitá-la para o lixo.
O Lusitano então, com uma história de 14 anos na primeira divisão...
Ainda acredito que, dentro de anos ou mesmo décadas, seja possível um dos clubes chegar à primeira divisão, ou pelo menos lá perto.
Era interessante que os dirigentes do Juventude ponderassem um projecto a longo prazo, de modo a pensar pôr o Juventude no futebol profissional por alturas do centenário do clube (2018).
A época é de crise, mas a crise toca a todos. E de certo muitos dos clubes que agora disputam Liga do Honra e II divisão, vão em breve sentir os seus efeitos.
Tem de haver uma alteração dos modelos competitivos de modo combater a asfixia deste tipo de clubes. Se isso acontecer, depois se verá.
Mas é claro que também eu, que vivi de perto esses anos setenta e oitenta, sinto uma enorme nostalgia. Às segundas feiras na escola, não se discutia o Benfica e o Sporting, mas sim o Juventude e o Lusitano. Penso que o gigantesco incremento das transmissões televisivas foi devastador para as divisões secundárias. Mas isso daria outro post...
Chamo a atenção de quem já leu, que acrescentei algumas linhas ao post, designadamente resultantes de informação a que só hoje tive acesso relativa aos campeonatos dos anos 50.
ja comentei ptrabalho anterior e ajo k tambem este merece ser comentado é pena k nao seja no site do club mas esta mais uma vez de parabens ja agora aproveito pra lhe pedir se me podia dar nomes de alguns ciclistas k em tempos forom ateletas do juventude ja k nao tive resposta do site do juventude mais uma vez parabens. crespo (frança)
gostaria de receber algumas fotos se possivel. para o mail crespocarlos@hotmail.fr
LF
Quando os pensadores do nosso futebol, acabaram com a II Divisão Nacional e com as sua 3 Zonas, não perceberam (ou perceberam demais) as implicações que esta medida iria trazer para o interior e para os clubes do Sul, onde a densidade populacional é menor e de menores recursos financeiros
Se os quadros competitivos continuarem como estão, nunca mais vai haver clubes de Évora e de muitas regiões de Portugal na Liga profissional é impossivel não há dinheiro para investir no futebol,
Repare a situação do Vit. Setubal, grande agregado populacional, grande tecido industrial, mas sem dinheiro para o futebol, o mesmo se passa com o Algarve, um Estádio novo, mas sem clube, uma região com muito turismo, cadeias de hoteis, casinos, muita industria ligada ao turismo, mas não há dinheiro para o futebol
Na minha maneira de ver, o que está a provocar esta situação é o quadro competitivo Nacional, é necessario um grande investimento para se chegar á Liga de Honra e depois um ainda maior, para lutar pela subida á I Liga, não há condições financeiras para que todas as regiões lutem de igual para igual
Eu penso que a melhor maneira eram as 3 Zonas e lutar directamente, cada zona, para subir á I liga, só assim poderia haver incentivos regional, para manter uma equipa no escalão maximo do nosso futebol
Catn,
Penso que perceberam muito bem.
Aliás a medida foi tomada em 1990, numa altura em que o poder do norte no futebol era absoluto. E a ideia era perpetuá-lo.
Tenho dúvidas que, nos tempos mais próximos, a coisa mude tanto quanto seria necessário...
Caro Carlos Crespo,
Muito obrigado pelas suas palavras.
Gostava de o poder ajudar quanto ao ciclismo, modalidade de que também gosto bastante, mas não tenho mais nenhuma informação sobre a modalidade no clube do que aquela que consta no site.
Quanto às fotos, as que tenho são as que publiquei, e que aliás fui copiando do site do clube e de um outro (Cromos de Futebol) a que também faço referência no post.
Pode copiá-las a partir do blog (não estão protegidas).
Se por acaso conseguir arranjar mais, terei todo o gosto em enviar-lhas por mail.
Um abraço
Para IF
Os meus parabéns, gostei muito desta resenha histórica do Juventude (e Lusitano)...acima de tudo dos jogos entre ambos sempre com histórias curiosas.
Gostava de saber quem me pode fornecer os resultados entre o JUVENTUDE-LUSITANO E LUSITANO-JUVENTUDE, das épocas:
72-73
74-75
75-76
76-77
obrigado
e-mail: gualdino2@portugalmail.pt
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