PENSAR PORTUGAL

Enquanto se aguarda pelo importante jogo da Polónia, que poderá representar um importante passo rumo a mais uma qualificação para importantes provas internacionais – a acontecer será a quinta consecutiva –, é altura de analisar as forças e fraquezas da equipa de todos nós.
Uma vez que o sistema táctico e o modelo de jogo estão há vários anos bem definidos – designadamente um 4-2-3-1 que procura, por um lado disfarçar a crónica falta de pontas-de-lança no futebol português, e por outro aproveitar em pleno a enorme qualidade dos nossos flanqueadores – poderemos elaborar esta análise posição a posição, encarando-a olhando também ao futuro, 2008 e pós 2008.
Guarda-Redes: Ricardo e Quim dão todas as garantias de eficácia na baliza, e ainda têm alguns anos de carreira pela frente. Na expectativa estão os jovens Bruno Vale e Moreira, que lhes poderão naturalmente suceder. Paulo Santos é também, no futuro imediato uma boa opção. Sobram Nuno, Carlos, Nelson, Hilário, Paulo Ribeiro entre muitos outros com qualidade para figurarem no lote dos convocados. Não há pois razões para preocupação quanto a este sector.
Defesas Direitos: Miguel é um dos melhores da Europa, e ainda tem muitos anos de futebol à sua frente. Como primeira e segura opção temos também Paulo Ferreira. Num caso de necessidade, também Abel seria capaz de assegurar o lugar. Para um futuro mais distante há que contar com Nelson e Bosingwa, sem esquecer uma possível evolução de Miguel Garcia ou João Pereira. Outro sector muito bem apetrechado.
Defesas Centrais: Não fossem as lesões e o único problema seria a escolha. Ricardo Carvalho e Jorge Andrade são a dupla mais forte e que se complementa melhor, mas o desempenho de Fernando Meira no Mundial fez dele uma opção a ter em conta para a titularidade. Atrás deste trio surge um Ricardo Rocha rápido, agressivo e experiente, e ainda teremos que contar com o intermitente Ricardo Costa, o bom jogo aéreo de Tonel e, a médio prazo, com a juventude de José António, Manuel da Costa, João Paulo, Rolando, Nuno Morais, Amoreirinha, Semedo e José Castro. Marco Caneira faz mais falta como lateral, mas também pode ser opção no eixo da defesa. Beto, Nunes, Pedro Emanuel e Litos parecem arredados destas contas.
Defesas Esquerdos: Um dos sectores problemáticos da equipa nacional, sobretudo quando Nuno Valente – muito dado a problemas físicos – deixar de fazer parte do lote de opções. Marco Caneira tem sido bem aproveitado no Sporting, e embora não se trate de um lateral de raiz capaz de dar profundidade ofensiva ao flanco, pode até constituir um bom complemento às constantes subidas de Miguel do lado oposto, fazendo a basculação interior para uma linha de três homens. O pior é que não há mais nenhuma opção credível. Veremos como evolui Miguelito no Benfica (tapado para já por Léo), e que rumo toma a carreira de Jorge Ribeiro. Há também a hipótese de adaptar Paulo Ferreira ao lado esquerdo, embora não se revele tão forte nessas funções.


Pivots: Costinha e Maniche constituem por ora a dupla mais forte. Como Costinha já não durará muitos mais anos ao mais alto nível, perfilam-se para a sua sucessão vários nomes. No futuro imediato Petit parece ser a opção natural para o lugar, enquanto que a médio prazo Manuel Fernandes, Raul Meireles, Custódio ou num futuro menos próximo Miguel Veloso, Ruben Amorim e Paulo Machado parecem ser alternativas suficientes para tranquilizar qualquer seleccionador. Como opção a Maniche surge a fortíssima concorrência de Tiago, se bem que Meireles, Fernandes ou até João Moutinho podem também cumprir o lugar de médio de transição ao lado de um centro-campista mais defensivo e posicional.
Médios Criativos: Outro dos pontos críticos da selecção portuguesa. Desde o aparecimento de Rui Costa que Portugal sempre utilizou um médio de construção bastante criativo, capaz de jogar nas costas do ponta-de-lança, de apoiar os corredores e pautar o jogo ofensivo da equipa. Após Rui Costa, surgiu Deco, que ainda está “para lavar e durar”. O problema põe-se quando o “mágico” não pode actuar.
Tiago já foi testado várias vezes no lugar mas não é esse o seu perfil futebolístico. Hugo Viana é um jogador talentoso mas de rendimento muito instável. Carlos Martins, fruto de constantes lesões, ainda mais instável se tem revelado. João Moutinho não parece encaixar muito bem neste modelo de jogo, embora seja ele, a médio prazo, a opção mais verosímil para a posição. Veremos como evolui a carreira de Nani, para já mais forte como interior a entrar pelas alas. Numa emergência Simão pode fazer o lugar, mas perde-se um excelente extremo para se ganhar um “número dez” vulgar. Nuno Assis e Hugo Leal, assim como o veterano João Pinto parecem fora de destas cogitações.
Alas: Extremos talentosos, rápidos, e goleadores são, de há muitos anos a esta parte, a principal força da equipa das quinas. Foi assim com Chalana, Paulo Futre, depois com Figo, e agora com Cristiano Ronaldo. Mais do que a estrela do Manchester – o melhor jogador português da actualidade, e um dos melhores da Europa -, a selecção conta com várias e diferentes opções para as alas, mesmo após a renúncia de Luís Figo. Simão Sabrosa é para já o indiscutível titular no lugar do ex-capitão, mas Nani perfila-se desde já como fortíssima concorrência. Ricardo Quaresma, embora fora de forma depois de uma temporada fabulosa, é também um jogador a ter em conta para a titularidade. Para além destas quatro estrelas de primeira grandeza, temos ainda opções como Luís Boa Morte, ou numa perspectiva de futuro, Manú, Duda, Paulo Jorge, Ivanildo, Carlitos, Hélder Barbosa, Filipe Oliveira e Vieirinha.
Pontas-de-lança: Juntamente com o lugar de lateral-esquerdo e de médio criativo, a posição “nove” é das mais preocupantes em termos de futuro próximo. Será mesmo aquela onde haverá menos qualidade e quantidade de opções, o que não deixa de ser uma fortíssima dor de cabeça, tratando-se de uma tão relevante posição.
Com a saída de Pauleta a titularidade caiu nas mãos de um Nuno Gomes algo irregular, e a caminho da ponta final da sua carreira (mesmo assim oremos a todos os santos para que não se lesione). Depois restam Hélder Postiga, Hugo Almeida, João Tomás ou o jovem Ricardo Vaz Tê, todos muito longe de garantirem o nível que competições como os Mundiais e os Europeus exigem. Veremos como evoluem Yannick Djaló e Varela.
A menos que se avance para a utilização de brasileiros como Derlei ou mesmo Liedson, não se vê como solucionar este difícil problema, que já nos afligiu antes do aparecimento de Pauleta, com os parcos resultados que se conhecem, e que afastaram Portugal das grandes competições internacionais durante mais de uma década.

5 comentários:

Anónimo disse...

telefona-me

Anónimo disse...

Mau...

Anónimo disse...

Peço aos participantes que sejam simultaneamente meus amigos, o favor de quando me quiserem contactar para assuntos particulares o fazerem através de e-mail e não por esta via.
Obrigado.

Anónimo disse...

Penso que uma boa alternativa para o lugar do Deco seria o Bruno Gama ou mesmo o João Coimbra. O Miguel Veloso também é uma alternativa para a zona central do terreno!Para a baliza Portugal está muito bem servido pelo Ricardo, Quim, Moreira, Bruno Vale, Paulo Ribeiro, mas não se podem esquecer do jovem Rui Patricio que ainda é junior do Sporting que daqui por uns anos será o Guarda-Redes da nossa selecção seguramente!Um abraço e parabéns pelo blog que está muito porreiro!

Anónimo disse...

Obrigado Pedro pelas simpáticas palavras.

Sem dúvida que os nomes que refere também são alternativas, embora a mais longo prazo.
Esperemos que todos esses jogadores evoluam positivamente.