QUE FIQUE POR LÁ

Não me interessa quanto vai lucrar o FC Porto com a venda de Otávio. Enquanto adepto do futebol, agrada-me ver o campeonato português livre do seu elemento mais tóxico, e espero ardentemente que o seleccionador nacional também se esqueça dele - caso contrário serei eu, e muitos outros, a esquecerem-se progressivamente da Selecção.
Houve jogadores de clubes rivais que me irritaram pela sua enorme qualidade, pelas exibições e pelos golos que marcaram ao Benfica. Lembro-me, por exemplo, de Fernando Gomes, no FC Porto, e Manuel Fernandes, no Sporting. Ambos me magoavam bastante no plano desportivo, mas sempre se deram ao respeito dentro e fora do campo. Temia-os enquanto adversários, mas, terminadas as respectivas carreiras, não pude deixar de os aplaudir como desportistas exemplares que sempre foram. A Gomes, infelizmente, já não o poderei fazer, mas a Manuel Fernandes ainda gostava de um dia lhe dar um abraço e, pessoalmente, "pedir-lhe satisfações" pelo poker de 1987. São nomes fortes da minha infância e adolescência. Grandes jogadores de um tempo em que a rivalidade desportiva era apenas... rivalidade desportiva. Homens que conquistaram títulos para os seus clubes, marcaram centenas de golos (só ao Benfica, em conjunto, foram 26!!), sem precisarem de achincalhar ninguém. Engrandeceram o desporto português, e, à sua maneira, do lado de lá do campo, também contribuiram para a minha paixão pelo futebol.
Otávio é o contrário de tudo isso, e, diga-se, nunca marcou um golo ao Benfica. 
Admito que até tenha alguma qualidade técnica, não o conheço pessoalmente (nem quereria jamais conhecer), mas simboliza em campo tudo aquilo que é mais desprezível no futebol, e em particular no futebol português. As constantes provocações, as simulações teatralizadas, os protestos por tudo e por nada, a falta de respeito por adversários, árbitros e adeptos, no fundo, uma chico-espertice do mais alto nível levada para os relvados, alimentando o ódio e, em última análise, a própria violência  - que nasce de elementos e comportamentos nocivos como estes.
Prefiro, honestamente, ver o Porto embolsar 40, ou 50, ou lá quantos milhões são (nem que fossem 100), e nunca mais ver este indivíduo nos relvados portugueses.
Não tem a ver com o FC Porto. Tem a ver com dignidade e com cultura desportiva.
Adeus, que fique lá para sempre e nunca mais volte a este país.


7 comentários:

poison disse...

Porra! Finalmente alguém falou o que tinha que ser falado! Obrigado.

francisco disse...

Fica por la e nao voltes e isso mesmo,fica faltando o Pepe mas este mais ano menos ano evapora-se dos campos portugueses e quanto mais rapido melhor gente desta por muito bons jogadores que sejam nao fazem falta ao desporto.

Anónimo disse...

Caro LF,

bem dito e acrescento: Otávio é mais um jogador "à porto", tal como Pepe, F. Couto, Paulinho Santos, Jorge Costa, Quaresma, Taremi e outros. Pinto da Costa adora este tipo de jogadores...."à porto".

#UmSLBnaInvicta

Sócio SLB Nº 9583 disse...

Concordo que a saída dum jogador que não respeita nada nem ninguém seja a melhor noticia para o futebol português. Já só falta o Pepe e o Conceição.

Mas não deixa de ser um verdadeiro mistério como este mesmo jogador há umas semanas atrás tinha uma cláusula de 40 milhões e ninguém lhe pegou. Agora que a cláusula subiu para 60 milhões é que é comprado. Mas isto é assim tão banal que não mereça uma investigação séria? Quem comprou sofre de alguma perturbação mental? 20 milhões de diferença em poucas semanas não faz soar alarmes?

Anónimo disse...

Alguém aqui assistiu ao vivo ou tem o contrato em mãos para dizerem que foram esses os valores? É tudo béléléu de certeza tal como foram alguns e todos sabemos quais foram. 60 dele? Pois pois os outros são parvos, darem mais 20 acima, só se foi prenda pelo enésimo casamento do peidoso que o viagra de língua está caro pra cacete.

Anónimo disse...

Depois do que Manuel Fernandes fez ao Bento tenho certas dúvidas da sua lealdade...
https://www.dn.pt/desporto/sporting/manuel-fernandes-tem-calma-o-bento-ve-la-o-que-vais-fazer-2178908.html

RN disse...

Caro LF,
No caso de Manuel Fernandes acho que está equivocado. Era um jogar que dentro do campo frequentemente simulava penaltis e provocava os seus adversários, fazendo-se de vítima a seguir.