A ENTREVISTA

Mais uma vez Rui Costa deu a cara, e, com total transparência, justificou perante os sócios todas as decisões tomadas.
Confesso que ainda tenho algumas dúvidas sobre este modelo de comunicação. Talvez exponha demasiada informação, e no futebol português, com as máquinas que existem por aí, não sei se isto um dia não se irá virar contra o próprio, ou contra o clube. Saúdo, porém, a boa intenção. Sobre a seriedade do presidente do Benfica, nunca tive quaisquer dúvidas.
Quanto ao conteúdo, fiquei totalmente esclarecido quanto à posição de Enzo (já a imaginava, até por ter tido conhecimento de situações semelhantes noutros tempos e noutros casos menos públicos, que não me deixam quaisquer ilusões quanto ao "amor" à camisola, ou pelo menos quanto ao "respeito" à camisola, no futebol de hoje). Nada que surpreenda, sobretudo, em alguém que passou cá poucos meses, e no próprio clube onde fez a sua formação também não ficara muito bem visto - entre os adeptos do River já era conhecido como o "Euro" Fernandez... Enfim: um grande jogador, mas um homem sem grande dignidade.
Fiquei também esclarecido quanto à comissão de intermediação. Não precisava de ficar, pois tinha a certeza que teria sido um elemento negocial exigido por alguém (o Benfica não pagaria aquele valor por lhe apetecer), e a sua transparência estava certificada pelo comunicado à CMVM. Mas penso que todos os sócios compreenderam que estas coisas são mesmo assim. Não deviam ser, mas são.
O único ponto discutível, embora entendível, foi a questão da substituição do jogador. Percebe-se que não pudesse ser tratada às dez da noite de dia 31. Mas desde o início do mês, pelo que já acontecera até então, era de prever a saída do médio argentino. Mais: se não saísse agora saía seguramente no fim da temporada, pelo que uma eventual contratação nunca seria tempo (ou dinheiro) perdido. Se, em Maio, o Benfica for campeão, nada disto terá qualquer importância. Se não...
Globalmente foi um bom momento de Rui Costa, cujo mandato tem sido marcado por uma vontade enorme e genuína de devolver o Benfica às vitórias e aos títulos. É um presidente jovem, que tem um longo caminho pela frente. É um homem inteligente, que aprende depressa. Percebe muito de futebol, e vai com certeza enrijecer em alguns outros aspectos. Merece, sem dúvida, o apoio e a união total dos benfiquistas em torno dele.
Agora... é ganhar ao Casa Pia.

2 comentários:

Anónimo disse...

O RC explicou e compreendo, tinha alvos, mas depois do SLB vender pot 121M€ inflacionária tudo; vamos ver como corre nas próximas contratações, estou em crer que bem, mas todos vão querer reservar percentagem numa futura venda, faz sentido e é um “plus” para o enorme SLB.

joão carlos disse...

mas este modelo só se pode virar contra o próprio se ele mentir e depois se descobrir que o fez.
porque esclarecer coisas que já aconteceram nada tem de transcendental.

vamos lá ver a questão não é se as comissões foram inventadas, porque foram previstas, a questão nunca foi essa mas sim a necessidade da existência de comissões em determinados negócios ou em determinadas situações e se foram previstas foram mal previstas nalguns casos mas sobretudo o valor exagerado das mesmas, que até nem foi o caso desta.
e já agora como se viu as comissões nem sempre precisam de ser igual ao dizimo e nunca antes com o mais maior presidente de todos os tempos existiu um caso é que existisse um desconto na mesma porque seria.

já sobre não se ter precavido a saída mais que provável estou completamente de acordo até porque se podia ter contratado um jogador para o meio campo, não necessariamente para a posição do jogador que saiu, para o lugar do florentino que não tem substituto nem à altura nem sem ser a ela não tem nenhuma e deste modo não estarmos no estado em que estamos naquela posição dependente de adaptações, que tem tudo para não resultar, e de jogadores que produzem muito mais noutras posições e que ali vão ter muito menos rendimento.
e sobre isso o presidente vai ter de assumir as culpas disso e do problema que ficamos na baliza.