ESTES SANTOS JÁ NÃO FAZEM MILAGRES

Quem quiser ver, vê. O problema de Portugal tem dois nomes: Ronaldo e Santos.
O capitão foi um grande jogador. Dos melhores da história do futebol, como Maradona, Pelé, Cruyfff, Di Stefano ou Eusébio. Foi um privilégio a Selecção Nacional poder contar com ele tantos anos ao mais alto nível. Todos lhe agradecemos as exibições e os golos. Agora, acabou.
Só o mesmo não percebe que, aos 37 anos, o seu tempo já era. E como é ele que manda na Selecção (que, diga-se, também fatura milhões à sua custa), joga quando e como quer. Ao mudar a residência para Turim meteu férias e a Selecção que se lixasse. Agora precisava de ganhar ritmo e mostrar alguma coisa a Ten Haag, jogou 180 minutos seguidos contra todas as evidências. Não é Ronaldo ao serviço de Portugal. É Portugal ao serviço de Ronaldo. Eis o mundo de pernas para o ar.
Vamos agora ao engenheiro, que é uma pessoa estimável, que todos respeitamos enquanto ser humano e homem do futebol. Como treinador falhou sucessivamente no FC Porto, no Sporting e no Benfica (o que também deve constituir algum record...). Ganhou um Europeu, façanha que, aparentemente, lhe deu crédito para continuar na Selecção Ad Eternum (mesmo que, em quinze jogos de fases finais de europeus e mundiais, nos noventa minutos regulamentares apenas tenha ganho a Gales, Marrocos e Hungria). Todos vibrámos com o Euro 2016. Eu também festejei. Mas é preciso perceber como o ganhámos, e uma análise fina e realista lembra que ficámos em terceiro lugar num grupo com Islândia, Áustria e Hungria, sem vencer uma única partida, apurámo-nos milagrosamente numa chave em que, por factores alheios (um golo da Islândia à Áustria no minuto 94), não estava nenhum dos favoritos, e entre prolongamentos e penáltis lá fomos caminhando até à final e ao chouriço do improvável Eder. A Grécia fez o mesmo em 2004, e depois também voltou à normalidade. A diferença é que Portugal tem, desde então, um dos melhores plantéis da sua história, perfeitamente capaz de discutir um título mundial. É pena ver esta geração desaproveitada.
Ninguém percebe como joga a equipa portuguesa. Vemos jogadores fora de posição, vemos jogadores que nem deviam ali estar, vemos outros inexplicavelmente de fora, tudo para enquadrar CR7. O resultado é uma equipa caótica, medrosa e insonsa. Sem rasgo, nem critério. Com a criatividade fechada a sete chaves numa caixa que o engenheiro teme abrir. Portugal, ora dá sono, ora dá medo. Não empolga um só adepto.
Acrescem declarações absurdas e por vezes graves, como “não vi o jogo da Espanha”, “a Espanha joga sempre da mesma maneira”, “não sei o que aconteceu”, “não convoco ninguém para a bancada”, entre outras, cingindo-nos apenas a esta última semana.
O jogo com a Espanha foi igual ao jogo com a Sérvia na Luz. Bastava o empate, entrámos bem, e depois fomos recuando, recuando, recuando até o adversário, com naturalidade, marcar. A sorte não dura sempre, e se não fosse um pontapé fortuito de um tal Trajkovski em Palermo, cheira-me que nem sequer estaríamos no Qatar.
Com Ronaldos, Ronaldetes e engenheiros, isto ainda vai acontecer mais vezes. Oxalá eu não tenha razão.

5 comentários:

Anónimo disse...

Caro LF,

Conclusão: viva o grande pequeno grande RAFA.
O atacante luso em melhor forma - GR - estava na bancada. Só isto deita por terra qualquer engenheiro ou ronaldete!

PS: faltaram ainda o macaco na bancada a apoiar os lusos e uma arbitragem "à" ASD. Era limpinho....

#UmSLBnaInvicta

Anónimo disse...

O Cristiano Ronaldo não está ao nível dos nomes que mencionaste (Pelé, Maradona, Eusébio...) porque ao contrário dos melhores de sempre, o Ronaldo nunca brilhou em mundiais e europeus e na prática a selecção não lhe deve nada, tirando aquele famoso apuramento no playoff contra a Suécia, em que marcou dois golos em contra-ataques e que é repetido até à exaustão quando se mostra os melhores momentos do Ronaldo com a camisola da selecção (pudera, pouco mais há para mostrar).

Mesmo a nível de clube, o Ronaldo nunca foi excepcional, um líder, uma estrela, em grandes jogos. Aquela ânsia de se destacar, de provar que é o melhor, eclipsou-o sempre. Marcava 50 golos por época, sim, mas era capaz de ficar em branco nos jogos decisivos e depois marcar 4 golos ao Levante e mais 3 ao Málaga. A média de golos é fantástica, mas a presença enquanto líder, estrela de classe mundial, essa nunca conseguiu.

Da Fonseca disse...

Pois não, bom bom era o jonas, o Pedro Guerra, o Valdemar, Vieira e toupeira Gonçalves e César Falido Boaventura com a maleta esses eram excelentes..

Alma Encarnada disse...

Isto!

joão carlos disse...

mas já há muito tempo que é a selecção ao serviço do filho da dona dolores e não o contrario, alias já é assim há quinze anos a diferença é que ele como ai marcando muitos ia dirfaçando a coisa.
agora que não o consegue fazer é que parece que alguns descobriram a pólvora.