COM PENA(S)

Num jogo onde o mais natural seria uma vitória do Manchester United, lastima-se sobretudo a forma cruel como ela se concretizou. Quando o problema da baliza do Benfica parecia, enfim, resolvido, o jovem adolescente Svilar (até aí irrepreensível, ou mesmo empolgante) cometeu um erro colossal, oferecendo três pontos à equipa de Mourinho - que pouco fizera por os merecer, e até parecia de algum modo satisfeita com o empate.
O Benfica perdeu o jogo, e, com ele, terá perdido também as poucas hipóteses que ainda lhe restavam de seguir em frente na Champions League (só a Liga Europa ainda é possível). Mas deve sublinhar-se que esta derrota não teve muito a ver com outros maus resultados recentemente registados pela equipa, quando o cinzentismo, a descrença e a mediocridade arrastaram jogadores, técnico e adeptos para a beira de um precipício. Frente ao United, os encarnados realizaram um bom jogo, mostraram finalmente um plano B, e deixaram alguma esperança para  futuro no que às competições internas diz respeito, e em particular para a luta pelo Penta.
Muito boas indicações dos jovens Ruben Dias e Diogo Gonçalves. "Recuperação" para a equipa e para os adeptos de Filipe Augusto (que grande exibição!). Capacidade do meio-campo a três agarrar o jogo, e bloquear o adversário durante largos períodos. Alguns detalhes de Douglas (particularmente no plano ofensivo). Regresso de Grimaldo às boas exibições. Um Salvio mais alegre do que se tem visto. E...Svilar, que esteve quase perfeito à excepção do fatídico lance do golo (erro que certamente não cometerá mais na sua carreira). Muitas notas de realce na noite da Luz, na qual Lindelof e Matic tiveram oportunidade de demonstrar porque valeram tanto dinheiro aos cofres encarnados.
Se o onze ideal do Benfica parece finalmente encontrado (Filipe Augusto dará o lugar a Jonas nos jogos de ataque continuado), resta ainda muito por melhorar. Pizzi, por exemplo, continua uma sombra do jogador da época passada. E Raul Jimenez tarda em confirmar ser capaz de substituir Mitroglou nas funções mais adiantadas do campo - sendo ainda, porém, a opção menos má para o lugar. 
Uma derrota que, paradoxalmente, pode significar um ponto de viragem na época benfiquista.

7 comentários:

Anónimo disse...

Num jogo em que nem fazemos um remate enquadrado, alguns acham que é o jogo da viragem.. tá bem tá

Ass: Medalhão de pescada

Anónimo disse...

LF é o diminutivo de LFV? Só pode...

José Rama disse...

Luís Filipe (Vieira?) já estás a preparar a grande mala conforme premonição do Mourinho?

No.Worries disse...

Quem me dera partilhar deste optimismo... acho que ontem houve continuidade no cinzentismo, descrença e mediocridade. Pareceu-me que jogamos como equipa pequena. Concordo com os elogios a Rúben, Grimaldo e Diogo. Quanto ao Svilar julgo que Mourinho disse tudo. Já não concordo com o que é dito sobre Filipe Augusto e Douglas. Banalíssimos! E um dos maiores mistérios para mim no que a Rui Vitória diz respeito é que Samaris só joga quando Fejsa não joga. E considero que neste meio campo a 3 ambos são mais do que compatíveis. Sálvio também nem pouco mais ou menos me convence. São muitas más decisões. O Pizzi de facto deveria ser considerado um case study, pois foi de longe o melhor jogador da época passada e este ano desde Vila do Conde (sim, porque na supertaça faz as 3 assistências para os 3 golos) que está irreconhecível, sem alegria, parecendo mais uma questão mental do que física. O Jonas é só (se não tiver lesões) o melhor jogador a jogar em Portugal. Deixá-lo no banco mesmo que seja para jogar só com um avançado devia ser considerado crime. Ou alguém acha que mesmo não sendo um ponta de lança fixo não faria melhor que Raúl? O problema do Raúl (outro que terminou a época passada em grande) é ter a mania que é nº10. Depois quer estar em todo o lado e acaba por não estar em lado nenhum.

LF disse...

Em relação ao Douglas reconheço que possa não haver consenso: mostrou bons detalhes a atacar (nomeadamente velocidade e drible), mas cometeu demasiados erros a defender (perdas de bola e desposicionamentos). Creio que, em certos jogos do campeonato, quando apenas há que atacar, pode ser uma boa opção. Veremos.

Já em relação ao Filipe Augusto, acho que foi mesmo dos melhores em campo. Não me lembro de um erro, recuperou várias bolas, e entregou-as sempre com critério. Não é um portento de técnica, mas é um jogador que cabe perfeitamente num plantel de 25 do Benfica. Tem sido demasiado injustiçado, como outros no passado.


Concordo com a pouca utilização do Samaris, que quando chegou a Portugal fez uma temporada extraordinária a 6.

O Jonas esteve em dúvida para o jogo. É provável que não estivesse a 100%.
Se é uma solução para muita coisa, é também um elemento que acaba por impor um sistema táctico exclusivo (4-4-2). Sozinho na frente não rende, como se viu na selecção brasileira, e num ou noutro momento do Benfica. Não me choca que neste tipo de jogos (onde nem tem tradição de ser muito feliz) possa ficar no banco.
Dito isto, digo também que é o melhor jogador a jogar em Portugal, e será até, porventura, o melhor jogador do Benfica do sec XXI. Mas a equipa tem de estar sempre à frente das individualidades.

Monte_SLB disse...

Só estranhei o Gabigol não ter ficado nem no banco, depois daquele golo tão bonito contra o Olhanense. Não sei se concordam, mas o Diogo Gonçalves jogaria muito bem no lugar do Jonas. Já o vi fazer excelentes jogos na equipa B precisamente como 2º ponta-de-lança. O Jonas é classe pura, mas infelizmente já não aguenta os 90 minutos. Outra característaca boa do Diogo é a facilidade no remate. Temos poucos rematadores no Benfica.

LF disse...

Sim. Na equipa B jogou muitas vezes nessa posição.
Mas...Jonas (ainda) é Jonas. Em 4-4-2 só se estiver lesionado ficará de fora.

Quanto ao Gabigol, tem muito talento, mas não sei se já terá consciência do grau de profissionalismo que terá de mostrar para vingar no futebol de alto nível. Penso que as ausências terão a ver com isso.