COMUNICAÇÃO E CONFLITO
O conflito exerce uma certa sedução sobre a natureza humana. E nos
povos latinos assume frequentemente medida desproporcionada face àquilo que o
origina. Gostamos de falar, de debater, de criticar, e temos uma comunicação
social que se aproveita disso para vender papel ou audiências – estimulando a discórdia
até níveis por vezes intoleráveis, renunciando assim à análise objectiva e
esclarecedora.
O futebol é palco privilegiado para tal, com a paixão exacerbada de
milhões de pessoas pelos seus clubes, e a correspondente repulsa face aos
emblemas rivais. Todos nós, adeptos, gostamos de uma boa discussão de bola, recorrendo
mesmo à provocaçãozinha na hora da vitória, a devolver quando as coisas
correrem mal. Mas há quem ultrapasse as fronteiras do razoável e, abusivamente,
transforme tudo em ódio, ou até em violência.
Neste caldo cultural seria absolutamente dispensável que os clubes,
eles próprios, fomentassem a conflitualidade, estimulando o que há de mais
negativo nos seus seguidores, em nome de interesses sectários, ou apenas para
protagonismo de alguns agentes.
Ora é precisamente isso que têm feito Sporting e FC Porto,
nomeadamente através dos respectivos directores de comunicação – figura que não
constava do futebol da minha infância, e que hoje, particularmente nesses dois
casos, tem uma preponderância muito para além daquilo que seria natural.
O Benfica tem adoptado uma postura de reserva e
prudência. Isso orgulha-me. Mas enquanto as autoridades competentes não tiverem
mão firme sobre quem sob os mais diversos pretextos promove a guerra, o futebol
português não terá paz.
1 comentário:
Tenho perdido o interesse no futebol graças a estas personagens cancerígenas que entraram em cena desde que o BC é presidente do Sporting
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