REGRESSO À NORMALIDADE
Com o triunfo de Alvalade o Benfica voltou ao seu lugar: o primeiro.
Nada está ganho. Nada está garantido. Mas olhando de cima para baixo,
vê-se tudo mais nítido, e respira-se um ar diferente. Um ar que nos é familiar.
Conforme se esperava, os comentários do pós-jogo foram deliciosos. Que
jogámos como equipa pequena, que só defendemos, que não merecíamos vencer.
Enfim… litros de azia e mau perder, que só nos fazem rir.
A verdade é que o Benfica entrou no dérbi autoritário, e dominou os
primeiros minutos, até marcar. Uma vez em vantagem, adoptou uma estratégia de
contenção, cedendo a iniciativa e a posse de bola. Controlou alguns dos pontos
fortes do adversário (Slimani pouco se viu), e foi levando a água ao moinho.
Ganhou com justiça, e também com a dose de sorte que alimenta os campeões. Com
a sorte que havia faltado, por exemplo, no jogo com o FC Porto. Houve eficácia,
houve maturidade, houve solidariedade, e houve, sobretudo, humildade. Quatro
predicados de campeão. Do outro lado notou-se ansiedade a mais para tanta
presunção.
Agora, começa um novo campeonato. Um campeonato de 9 jornadas, no qual
não há margem de erro, mas para o qual partimos com a moral em alta.
A euforia entre os adeptos é saudável. Afinal, o futebol serve para
nos proporcionar momentos como estes, e temos o direito de os viver sem
espartilhos. Esse clima não pode é entrar pela porta do balneário, onde os
profissionais terão de estar cientes do longo itinerário que ainda falta
percorrer. Estou seguro de que saberão interpretar devidamente esta vitória. O
caminho para o 35º não terminou aqui. Começou aqui.
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