SEM LIMITES
Há muitos anos que o Sporting se faz notar pelas constantes queixas
contra a arbitragem, a maioria das vezes sem razão. Até aqui, o método
consistia em empolar todos os lances em que se sentiam prejudicados, e ignorar
sumariamente aqueles em que eram beneficiados. Na passada sexta-feira, subiram
um degrau. Chegaram ao absurdo. Agora, já não interessam as evidências, nem os
próprios lances. São prejudicados, porque sim.
O presidente grita, os funcionários replicam, e, numa reacção digna
dos cães de Pavlov, toda uma horda de comentadores amestrados, e de jornalistas
de vão-de-escada, faz o eco suficiente para criar uma nuvem de mistificação e
embuste.
Um penálti do tamanho do estádio, e uma expulsão óbvia, fizeram-me
esfregar os olhos. Seria aquele o lance que estava em causa? Céus! Como era
possível? Ouvindo o treinador, e as suas fantasmagóricas teorias, percebi que
era mesmo daquilo que se queixavam. Estavam, pois, a tentar tomar-nos por
parvos.
Para esta gente, vale tudo. Mentir descaradamente, pressionar, coagir
ou empurrar. Vendo algumas imagens da partida, lembrei-me dos jogadores do FC
Porto a correrem atrás de José Pratas, numa Supertaça dos anos do Apito
Dourado. Mas, como dizia Marx, a história repete-se sempre: primeiro como
tragédia, depois como farsa. Chegámos à fase da farsa.
Os benfiquistas não se deixam enganar. Já quanto aos árbitros, tenho receio
dos efeitos deste ruído. O Sporting quer chegar ao título a qualquer preço, e
vê na arbitragem, e na comunicação social, dois elementos a manipular. Estejamos
nós desatentos, e irão fazê-lo sem pudores e sem limites.
Sem comentários:
Enviar um comentário