O REI ARTUR


Todos nos recordamos de algumas primeiras páginas de jornais na semana que antecedeu o último dérbi lisboeta, e das pressões que foram lançadas sobre os ombros do guarda-redes Artur, procurando desestabilizá-lo, desacreditá-lo, e até humilha-lo.

Artur respondeu como se impunha. Foi um dos melhores em campo nessa partida, e, nos quatro jogos que desde então realizou, apenas voltou a sofrer um golo (sem culpas, diga-se). Mais: nesses jogos (cinco no total), não cometeu qualquer erro, realizando excelentes intervenções. Bastará dizer que, nestas semanas, não se sentiu a ausência de Júlio César.

Não me esqueço (nem lhe perdoo…) a fantástica exibição que Artur fez pelo SC Braga, na meia-final da Liga Europa de 2010-11. Também não me esqueço dos seus primeiros meses no Benfica, ao longo dos quais exibiu grande segurança, contribuindo decisivamente para alguns bons resultados – designadamente na Champions. Na última Supertaça voltou a ser decisivo, quando muitos desconfiavam dele. E na primeira jornada deste Campeonato, defendeu um penálti num momento extremamente importante para a equipa.

Passou tempos menos felizes, que, para azar dele (e nosso) coincidiram com jogos decisivos – sobretudo na dramática ponta final da temporada 2012-13. Caiu então sobre Artur um anátema do qual custou a libertar-se, mas que é totalmente injusto face à sua grande categoria.

Poucos se têm lembrado dele por estes dias. Os guarda-redes dão nas vistas sobretudo quando erram. Mas Artur merece esta referência. E se o Benfica for campeão – como todos esperamos – terá um lugar muito especial nas festividades.

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