NÃO ADOPTO
Só tive Multibanco em 1995, Telemóvel em 2001, e não tenho, nem tenciono ter, conta no Facebook. Não sei muito bem o que é um Ipod, nem um Ipad (nunca gastaria um cêntimo em coisas com estes nomes), e não consigo perceber o que de tão relevante fez Steven Jobs pela humanidade. Serei certamente uma espécie rara no mundo da blogosfera, que entendo de forma meramente instrumental. Continuo a gravar os meus filmes em cassetes VHS, e não vejo qualquer razão para mudar (até porque, ao contrário do que se diz, duram mais do que os DVD’s). E faço mentalmente as minhas contas ainda em escudos (preparando-me, quiçá, para o seu indesejado regresso).
Custo a adaptar-me a quase a tudo, e nunca me canso de quase nada. Mesmo sabendo que não posso parar o tempo, gosto de andar atrás, e não à frente, das tecnologias, e das novidades. Espero para ver se trazem algo de novo, algo de denso, e não passam de simples modas de circunstância, ou apelos a um consumismo vazio. Normalmente acabo por me render, sem complexos nem sectarismos, mas quase sempre já nas raias da segregação social, e quando a mudança (seja ela qual for) está já generalizadamente testada.
Com este espírito radicalmente conservador, que não prezo, nem desprezo (apenas constato), não me peçam para adoptar acordos ortográficos. Embora compreenda as suas fundamentações, sempre escrevi, escrevo, e escreverei, conforme aprendi na escola, e lá para 2022, se ainda estiver vivo e achar estritamente necessário, pensarei melhor no assunto. Até porque tenho mais de dois mil livros em casa, quase todos escritos com a mesma ortografia, e não tenciono deitá-los fora.
19 comentários:
idem, idem, aspas, aspas, exceptuando o tamanho da biblioteca.
Isto é, o nosso amigo LF não passa de um reaccionário! :-)))
O conservatorismo, à semelhança de tudo o resto, elevado à "n" potência não é uma virtude, é um defeito. E uma grande chatice.
Também não ligo ao acordo ortográfico. Escrevo como sempre escrevi, sabendo de antemão que a pouco e pouco irei mudando o meu estilo para o novo acordo sem sequer dar por isso. É assim que se aprende tudo: a pouco e pouco, sem se dar conta.
PS. Que não saibas o que é um iPad, ainda vá que não vá, agora um iPod, podendo carregar no bolso da camisa para todo o lado e ter acesso a toda a nossa colecção de música e de fotografias (e se no meu caso elas são extensas...) enfim..., acho que te está a falhar qualquer coisa, já que foi uma das melhores invenções dos últimos anos. Para além do acesso à internet, etc.
LF, não gostando do acordo, penso que, mais tarde ou mais cedo, todos o teremos de adoptar.
Trata-se, fundamentalmente, de evolução. Repito, faz-me muita confusão uma tão grande aproximação ao português do Brasil, tanto mais que não é nosso timbre utilizar gerúndios e tão pouco aceitar a utilização de k, w e y no alfabeto em uso nestas terras.
Mas daí a ficar, orgulhosamente só, na utilização de uma forma de escrita que, para todos os efeitos, é errada, vai uma grande distância.
Por outro lado, quanto mais cedo nos convertermos a uma necessidade (porque é disso que se trata e não de uma novidade tecnologia) menor será o esforço da tarefa. A tempo, deixará de ser visto como um discordante do acordo e apenas como alguém que comete muitos erros ortográficos.
Sendo o LF do benfica (e apesar disso) deixo-lhe um link para um corrector ortográfico do word já com as novas regras. Uma vez que escreverá em computador, será talvez mais fácil assimilar as alterações quando os "novos" erros aparecem sublinhados a vermelho:
http://www.microsoft.com/portugal/acordoortografico/default.mspx
ya titio... :)
digamos que por ti ainda estávamos na idade média, realmente mudar pode não ser fácil, mas a mudança faz parte do processo de progressista :)
vamos lá mudar!
viva a REVOLUÇÃO :)
Reaccionário? Não aceito de modo nenhum !
Conservador, sim, e muito, mas nos hábitos e consumos, sem quaisquer conotações políticas.
É que estas designações nem sempre são claras, e causam muitos mal-entendidos. Por exemplo, o que é um liberal? Nos EUA é uma coisa, na Europa é outra, e quase toda a gente é, e não é, porque normalmente os que são, não são, e vice-versa, e raramente os que são, o são sempre, e em tudo.
Enfim, discutir isso dava pano para mangas...
Quanto às fotografias, quando as guardava nos albuns à antiga, sabia sempre onde estavam. Agora que andam por computadores, pens e telemóveis, perdi o rasto a grande parte delas.
É como o VHS e o DVD. Em cerca de 700 VHS e nunca me avariou nenhuma (...vá lá, uma ou duas...). Pelo contrário, em 200 DVD's, já dei com mais de uma dezena riscados ou inutilizados, mesmo tratados como príncipes.
Mas às vezes chego a achar que é a tecnologia que, em forma de vingança, me persegue particularmente a mim :)
...mas há invenções que, de facto, fazem a diferença.
A internet é, inegavelmente, uma delas.
Por isso, ...cá estamos nós.
Aconselho a compra de um leitor Blu-ray e um ou dois filmes de acção. Se tiver um ecrã razoável, vai ver que não se arrepende.
Qt ao acordo ortográfico é escusado falar de um assunto que não existe...
Quem me dera poder dizer o mesmo, mas na minha vida profissional (que ainda não começou pois estou a tirar o mestrado), terei mesmo que adoptar este estrume de acordo (vida de tradutor é tramada).
Cumprimentos.
J.
não és nada um velho... :)
OLha eu tive meu primeiro telemovel aos 20 anos... e nunca tive um dvd player... ja nem isso usam.. agora existe um tipo magazine em que poes la terabytes de filmes e series que queiras assistir na tua tv digital tudo HD. Nem isso tenho, apenas comprei agora uma TV Sansumg com 4 portas HDMI que so uso uma para meu laptop(filmes, jogos, animes) e flash(16GB filme que queira assistir) quando nao tenho o laptop disponivel.
Um dia teras que mudar... nem eu sei o que ipods e porcarias que lancam ai, sao muito caros, mas uma vez usas ficas dependente. Eu sei que em Portugal mesmo sem dinheiro para comer compram esses brinquedos, dever a merda da piramide de maslow.
De Mocambique, Viva
Só não acompanho a evolução do VHS porque já não tenho o leitor de VHS, pelo resto muito me apraz que outros não se reduzam ao consumismo e obsolescência planeada das grandes marcas. Do Ipod soube o que era quando o meu irmão comprou um em último Julho, Ipad soube como funcionava em Setembro quando um colega teve um, também gosto e costumo fazer as contas em contos, o valor das coisas soa logo diferente, para mais valor claro.
Um abraço e mantém resistência. Nesta sociedade de consumo e narcisista bem hajam os cavalheiros da velha escola.
Vou meter a minha colherada no assunto porque me divirti imenso o saber ou nao saber o que e um ipod ou um ipad ou ate um GPS que me leva a percorrer toda a America do Norte sem correr o risco de andar perdido,tambem nao mudo aquilo que aprendi na escola e imbirro mesmo quando abro a rtp para ver o telejornal la vem a palavra direto e nao directo como aprendi de pequenino,mas o que mais gostei foi o Luis dizer que nao muda o VHS porque possui centenas delas e ate duram mais que o DVD eu tambem tenho muitas ja muitos anos e continuam intactas o problema Luis e qualquer dia ficamos com as cassetes nas prateleiras para recordacao por falta dos respectivos leitores da mesma ou seja VCRS porque ja nao esta sendo facil encontralos no mercado porque o estao deixando de fabricar,vais ter mesmo que mudar para os dvds melhor ainda o que esta em voga (BLUERAYS}
Agora mudar o vocabulario Portugues estao loucos eu nao mudo uma correndo o risco de me chamarem atrazado lol.
De vez em quando estamos de acordo. Esta é uma delas
Se tratou os DVD's como príncipes e mesmo assim estão riscados e inutilizados é porque alguém nas suas costas lhe anda a "naifar" os discos! Tenho mais de 500 filmes em DVD e nenhum avariado, nenhum, VHS' tive algumas com a fita partida e afins.
Quanto ao conservadorismo trata-se apenas de embirração pelo que me parece. É muito melhor ter fotos impressas (com todos os custos que daí advêm, ambientais e monetários) do que ter fotos digitais arrumadas (é preciso organização, assim como tem com os árbitros que apitam o seu clube, ou os adversários da Taça dos seus rivais).
Quanto aos produtos Apple, parece-me tratar-se mais de um anti-Steve Jobs do que propriamente anti-tecnologia... e claro generalizar um leitor mp3 num iPod só mostra a importância de Steve Jobs, porque é que falou em iPod e não em Leitor de MP3, e falou em iPad e não em Tablet? Eu explico, porque o tal Steve Jobs os "criou", porque lhos meteu na cabeça, agora não consegue deixar de associar esses objectos aos produtos Apple ;)Aí está o grande mérito de Steve Jobs, criou produtos da sua marca que são ícones nas suas áreas, mesmo não fazendo mais (às vezes até menos) que os seus concorrentes de mercado!
Não deixa de ser curioso como um post desta natureza (totalmente extra-futebol) gera tanto comentário - quase todos bastante interessantes.
Isto surpreendeu-me, e até me faz pensar em criar uma rúbrica semanal (tipo "Fora de Jogo"), onde possamos falar de outros assuntos.
Vou ponderar a ideia.
Totalmente de acordo com o seu "post". Vivemos numa época de "precaridades": é na família, educação, no trabalho e claro no cultura. Nesta, deixamo-nos subjugar pela globalização (brasileira) que não respeita as especificidades lusitanas.É nas particularidades que se encontram as mais-valias neste mundo demasiado igual.
Um abraço e um óptimo 2012.
Também não adopto o "adoto"!
Assim como não os facebooks, rays, pods e outras coisas "esquisitas" para mim, claro!.
Telemóvel para fazer e receber chamadas, pc para ter uma vista mais alargada do mundo, nos intervalos em que não estou a fazer outras coisas como trabalhar, beber uns copos, comer, passear na praia ou estar numa esplanada com a Maria, ler um livro (revisitando D. Quixote) etc.
Abomino ver gente "agarrada" a jogos on-line até altas horas e dormir durante o dia perdendo lindas manhãs solarengas.
Um bocadinho de cada não faz mal a ninguém mas verdadeiras dependências fazem-me confusão!
Sem stress:
1 (tecnologia): mudar e usar quando dá jeito. É indesmentível que os CDs e DVDs trouxeram uma qualidade e flexibilidade não possíveis com os meios anteriores. Os telemóveis dão jeito na estrada, etc.
2 (acordo): é continuar a escrever e ignorar a sabujice reinante. O acordo é de subjugação, senão também tinham ido à vida os "h" mudos (omem, ipertensão, ortícola, etc). Daqui a 20 anos terá de haver outro, porque no Brasil a ortografia evolui mais depressa (mais gente, mais difícil uniformizar o ensino, etc).
bom ano!
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