A HORA DA VERDADE





Agora é a doer.

A Selecção Portuguesa tem dois jogos para mostrar se merece, ou não, estar presente no quinto Campeonato da Europa consecutivo, e por muito que a relva esteja mal tratada, que exista barulho em redor do hotel, que o estádio não tenha condições, que A ou B se tenham lesionado, ninguém irá perdoar a Paulo Bento, nem aos seus comandados, um eventual fracasso nesta missão.

Em rigor, Portugal já deveria ter conseguido o apuramento na fase regular, onde enfrentou um grupo relativamente acessível. Aí, teremos de lembrar um folclórico início de prova, do qual a direcção federativa não pode isentar-se de culpas. Agora, é com Paulo Bento, Cristiano Ronaldo e companhia. Agora, não haverá atenuantes, perante um adversário que, dispondo de um grande jogador (Dzeko), não é propriamente um colosso do futebol internacional, nunca se tendo qualificado para qualquer prova de relevo.

O seleccionador mereceu, desde cedo, o meu apoio. Nos últimos tempos tem, porém, cometido erros que não posso deixar de lhe apontar. Não compreendo as convocatórias de alguns jogadores (que, se não são, parecem de encomenda), mas, sobretudo, não entendo esta forma peculiar de exercer a disciplina, que passa por afastar liminarmente todos os insubordinados, deixando a equipa competitivamente destapada. Expulsar elementos do grupo, de qualquer grupo, é tarefa fácil. Desse modo, qualquer um saberia liderar o que quer que fosse. Difícil é integrar, congregar, motivar e aglutinar todos, mesmo os mais complicados. Veja-se o caso de José Mourinho, e como lidou ele com temperamentos e egos como os de Ibrahimovic ou Benzema, entre muitos outros. Paulo Bento não o tem conseguido fazer, e quando mais necessitávamos, ficámos privados de dois dos melhores defesas do futebol europeu, sem substitutos á altura num país onde o campo de recrutamento não é muito amplo.

Mas agora não é hora de criticar. Estarei na Luz na próxima terça-feira, e diante do televisor já nesta sexta, sofrendo pela Selecção do meu país. Já não imagino um mês de Junho, e uma grande competição de futebol, sem o sal de uma presença portuguesa. Cresci com as ausências (e vibrei com Mundiais como o de 1978 e 1982, sem Portugal), mas há mais de uma década que a nossa Selecção nos habituou a fazer parte do filme. Num momento em que a Europa vive um período de grande convulsão económica, e de alguma desintegração moral, a importância de estar no Euro (neste Euro) resulta acrescida.

Se os jogadores portugueses estiverem ao seu melhor nível, creio que a qualificação não fugirá. É isso em que acredito.

Fica aqui a minha escolha para o primeiro jogo, no qual um empate me deixaria satisfeito:

10 comentários:

João disse...

Posso muito inocentemente perguntar porque raio é que o Ruben Amorim joga? É titular do Benfica? Em que posição? É que ainda não entendi muito bem se é um tapa-buracos, ou um gajo que dá para o gasto! No Benfica joga quando:
- O Maxi não pode, e mesmo assim deixa qualquer adepto do futebol a suspirar por um qualquer Emerson que jogue à Direita também;
- O Jesus não assume o jogo e prefere jogar mais fechado na direita, e mesmo assim deixa qualquer adepto do futebol a suspirar por um Carlos Martins fora de forma;
- O Jesus quer defender o resultado a 5 minutos do fim.

Pode ser um jogador muito útil mas se nem no Benfica é titular porque raio é que o seria na Selecção?

Posto isto se já não entendo a sua convocatória, mas infelizmente não é caso único. Pergunto-lhe a si Sr. Luis, sem ser pelo seu lampionismo e pelo facto de ser o único elemento do plantel benfiquista no 11 da Selecção, qual o motivo da entrada no onze do Ruben Amorim?

Varennes disse...

Há uma primeira vez para tudo, ou não te lembras do mundial que fez a Croácia em França?
Para além de Dzeko há Pjanic, Misimovic, Spahic, Ibisevic ou Rahimic. São bons, experientes e pior ainda, nunca se qualificaram para competições internacionais. Imagina a fome que não têm!! Precisamos de pernas, cabeça e coração. Coração que não se vê na selecção desde o amigável com Espanha.

LF disse...

Ponho o Ruben Amorim pelo mesmo motivo que o João Pereira ou o Rui Patrício: não há mais ninguém.

As alternativas eram o Carlos Martins (fora de forma) e o Ruben Micael (também). Ambos demasiado ofensivos.
Num jogo em que o empate é um bom resultado, acho que Paulo Bento pode fazer o mesmo que Jesus fez com o Manchester e em Braga, fechando o meio-campo.

Mas o facto de ser do Benfica também ajuda. Não é irrelevante o facto de os principais clubes estarem representados na selecção numa ocasião tão importante. É também com estes pormenores que se cativa o público.

Anónimo disse...

Caro LF,

Não se recorda de mourinho mandar vitor baía treinar para o parque da cidade?

Por vezes tem de se dizer basta.

Já agora, a ser verdade que bosingwa lhe disse que já não estaria a treinar os juniores do sporting, que faria? continuava a convocar o jogador, minando o grupo e a sua autoridade ou deixava de o fazer?

Repito, a ser verdade acho que paulo bento fez mais do que devia, protegendo o jogador de consequências ainda mais nefastas.

LF disse...

Admito que a Bósnia tenha de facto mais do que um bom jogador, mas, caramba, não é a Espanha, nem a Alemanha, nem a Itália.
É uma selecção ao nosso alcance, e Portugal tem obrigação de vencer.

FranciscoB disse...

Ruben Amorin???

Rui Patrício??

João Moutinho?

LF disse...

Anónimo,

Mourinho foi campeão europeu e ganhou a Taça Uefa com Vitor Baía na baliza.
Penalizou-o como devia, mas recuperou-o para o grupo.

Paulo Bento não soube fazer o mesmo com Ricardo Carvalho, nem com Bosingwa.
Não digo que deva ouvir e calar. Pelo contrário.
Mas liderar assim é fácil. Quem não está comigo vai fora.

Se o Cristiano Ronaldo e o Nani agora tivessem atitudes idênticas? Como faria ele? Ficávamos sem selecção?

Quando é um caso isolado, damos o benefício da dúvida. Já vão dois casos graves, e ao contrário do que se passa num clube, aqui não dá para comprar outros jogadores.

Se o Bosingwa disse mesmo isso, dado o que se passou a seguir, talvez tenha alguma razão.
Aquilo não é os juniores do Sporting, e se é fácil contratar um novo treinador, parece-me mais difícil substituir jogadores deste nível.

Jotas disse...

Caro João a sua necessidade de falar tão mal do JJ é assim tanta que aproveita um post com assunto completamente diferente?
Estarei sempre a vibrar pela minha selecção e estou convicto que Portugal estará no europeu.

Tiago disse...

Meu caro: confesso que nunca fui adepto fervoroso da Selecção como sou do nosso Benfica. É assim desde que uma pessoa que nem no setúbal é titular foi idoltrado por uma imprensa e fabricado por um seleccionador. Pessoa essa que nos custou um campeonato da Europa. Mas adiante. Eu não posso torçer por uma selecção que tem como defesa central umn assassino, e violento: Bruno Alves. Não me vejo representado por uma pessoa deste caracter, e muito menos gostava que Portugal fosse associado a gente desta estirpe. Nao sou bósnio, mas não grito a pulmões cheios Portugal em Futebol de 11 Sénior.
PS: Eu sei que falar de assassino e só falar do Bruno Alves é ser simpático com o Pepe. São os 2, mas o alves é pior!

xirico disse...

Basta comparar a maneira como Mourinho lidou com a situação de Kaka.Ele nunca desiste de um jogador.O Paulo Bento não foi uma desilusão porque nunca me iludiu.