ESPREITANDO À JANELA DO VIZINHO

Segue-se um breve olhar sobre os candidatos às eleições do Sporting:
Godinho Lopes – Por mais que o queira evitar, cheira a continuidade que tresanda. É um novo Bettencourt, que provavelmente (e apesar da perspicácia de Carlos Freitas) deixaria os clubes rivais tranquilos durante mais alguns anos. A sua lista é um autêntico saco de gatos, mas, para além da banca, tem também a comunicação social a empurrá-lo para a vitória (a capa de hoje de “A Bola” é elucidativa). Por isso, até ver, e dado o tradicional conservadorismo dos sportinguistas, continua a ser o principal favorito.
Bruno Carvalho – É a grande surpresa destas eleições, pois saltou do quase anonimato para um despique aceso pela presidência. Só ele pode dificultar a vida a Godinho Lopes.
Tem juventude, ambição e um discurso fluído. Representa, pelo menos na aparência, o sentido de mudança que muitos sportinguistas desejam.
Fala-se agora em dinheiro russo sujo, como se houvesse dinheiro russo limpo, e como se a fortuna de Abramovich, por exemplo, fosse toda ela imaculada de ilegalidades, branqueamentos e corrupção.
A avaliar pela postura e pelos meios financeiros, parece ser o candidato mais capaz de refundar o Sporting.
Dias Ferreira – Surpreende-me que não figure como um dos favoritos, e que não atraia maiores índices de popularidade atrás de si. Tem o estigma de ter pertencido aos órgãos sociais, e terá cometido um erro de palmatória ao anunciar Paulo Futre (maldito entre muitos sportinguistas desde que jogou no Benfica) como homem forte para o futebol. Mas o seu sportinguismo e a experiência de dirigente que acumulou, justificariam mais apoios.
Pedro Baltazar – É o maior accionista privado da SAD, o que evidencia um conforto financeiro assinalável. Está dentro dos problemas do clube, é bem-falante, mas falta-lhe qualquer coisa. Talvez autenticidade. Talvez coerência e orientação. Tem poucas hipóteses de ganhar, e nem me admiro que acabe por desistir, possivelmente em favor de Godinho Lopes.
Abrantes Mendes – Esteve mal no debate, deixando cair a mascara de alguma impreparação. Não tem apoios, nem dinheiro, nem popularidade. É um mero out-sider.

3 comentários:

Nuno disse...

Como sportinguista, deixo algumas "correcções":

o Pedro Baltazar é tudo menos bem-falante... o homem gagueja e não tem discurso fluido... não tenho a certeza, mas penso que já não seja accionista da SAD...

o Dias Ferreira está demasiado conotado com o "regime"... não só por ter feito parte da Direcção anterior (na Mesa da Assembleia, mas ainda assim), mas por defender a anterior gestão num programa de debate. E o Futre ser malquisto não tem a ver com ter jogado no Benfica, mas sim pelo circo que fez aquando do seu regresso (jogava "de borla" e "para pagar a dívida moral", e depois quando lhe ofereceram as verdes, mudou de ideias). Além de que, considerá-lo um símbolo é um pouco rebuscado, para não dizer mais...

O Godinho tenta branquear o passado, mas ele andou metido na "era Roquette", o início do fim. Gastou-se como nunca, e destruíram-se duas equipas que foram campeãs. Luís Duque é um dos maiores (sinónimo de proxeneta) que passou pelo clube. E a CS, que tanto explora o passado do BdC, devia cavar até às alturas da Expo... paquetes e tal... boa gestão (sim, que na Justiça, como habitualmente, safou-se tudo).

O BdC parece uma opção credível. Não sei se é honesto, se o dinheiro do Fundo vem dos gulags da Sibéria, mas num Mundo em que fazemos negócios com Kadafhis e Cia, vir com argumentos morais é pouco honesto... relembro que o BdC foi o 1º a apresentar programa...

Anónimo disse...

"(...) Mas o seu sportinguismo (...)"

Caro LF, se substituíres a estrangeirada palavra por "antibenfiquismo"... posso dizer que concordo com tudo.

Anónimo disse...

lol nem se fala do Zeferino Boal, esse vai ter o voto dele e já é muito lol