VIVOS!
Se a derrota sofrida em Israel havia deixado algumas interrogações no ar, e lançado muita inquietação para cima da família benfiquista, ter-se-á também de dizer, em nome da verdade, que a vitória de Aveiro forneceu abundantes e agradáveis respostas a quase todas essas dúvidas.
Desde logo acerca da união da equipa, e da sua vontade de ultrapassar o momento menos bom pelo qual tem passado. Percebeu-se isso na efusiva e emocionada comemoração dos golos, nos abraços finais de alguns jogadores ao técnico Jorge Jesus (como foi, por exemplo, o caso de David Luíz), mas, sobretudo, no sentido de solidariedade que se foi observando ao longo dos noventa minutos, em cada disputa de bola, em cada centímetro do relvado, e que contribuiu de forma determinante para que o Benfica tenha conseguido uma das melhores exibições da temporada - senão no sentido plástico do termo, certamente quanto à raça com que se decidiu a abordar o jogo, e a vencê-lo.
Não podemos desligar esta vitória de dois nomes que, por razões imponderáveis, haviam estado afastados da equipa ao longo de várias semanas. Olhando para a ficha do jogo, Óscar Cardozo será uma referência óbvia. Mas também Ruben Amorim teve papel fundamental na tarde-noite aveirense.
O paraguaio, com um penálti sofrido e superiormente convertido a fechar a primeira parte, com um golo de bandeira ainda na fase inicial da segunda, e uma assistência primorosa para Saviola marcar pouco depois (para além de mais um ou dois lances definidores da sua capacidade enquanto jogador de área), mostrou que é absolutamente imprescindível no ataque benfiquista, não dispondo de substitutos à altura – nem no plantel, nem, provavelmente, no mercado, ou pelo menos nos mercados onde o Benfica tem condições de se movimentar.
O médio português não fez uma exibição de encher o olho, mas a sua simples presença permitiu, por um lado, libertar Maxi Pereira para uma maior interacção nos lances ofensivos, e, por outro, resguardar Javi Garcia, dotando o meio-campo encarnado de uma consistência e de uma capacidade de pressão que nos últimos tempos pareciam perdidas. Preenchendo o flanco direito, possibilitou ainda o deslocamento de Carlos Martins para a sua verdadeira posição, onde, sobretudo durante a primeira parte, foi dos elementos mais em foco. Tratando-se do substituto natural de Ramires durante a época do título, Ruben Amorim era pois a peça que faltava para cumprir o papel anteriormente destinado ao internacional brasileiro (que chegou até, nalgumas ocasiões, a remeter para o banco de suplentes), coisa que, desafortunadamente, ainda não tinha sido possível comprovar de forma tão clara.
Com estes dois importantes regressos – Ruben não ocupava o seu lugar no meio-campo desde Agosto, e Tacuára não era titular desde Setembro – o Benfica mostrou, enfim, muito maiores semelhanças com aquilo que era a sua fisionomia normal na temporada passada. Só agora foi assim possível reproduzir tacticamente alguns dos aspectos colectivos que definiram a equipa campeã, o que, aliado a uma atitude competitiva feroz e determinada, foi suficiente para ultrapassar as circunstâncias adversas do jogo, entre as quais um penálti claro que ficou por assinalar quando o resultado estava ainda em branco. A equipa funcionou como um bloco, e mostrou capacidade física, táctica e mental para dar a volta aos receios que naturalmente sentiria, depois da amargura de uma derrota concludente e inesperada. E quando o colectivo funciona como tal, as estrelas emergem, resgatando o seu brilho natural. Foi o caso de Saviola, que finalmente se aproximou do altíssimo nível a que nos havia habituado durante a época anterior, mostrando uma vontade férrea de pôr fim ao cinzentismo que, inegavelmente, marcara as suas últimas prestações.
Com um colectivo mais equilibrado, e com muita vontade de vencer, não houve ansiedade que impedisse o Benfica de somar a sua sétima vitória em oito jogos do campeonato, e aproveitar o empate do FC Porto em Alvalade para se reaproximar do topo da tabela classificativa. Tendo o nosso adversário de se deslocar ainda à Luz, bem como, por exemplo, a Braga e ao Funchal, ainda resta algum espaço para o sonho. Sobretudo se, semana a semana, formos vendo a atitude competitiva que o Benfica demonstrou em Aveiro, com a qual não será fácil perder mais jogos nesta edição da Liga.
PS: A imbecilidade do repórter da TVI na flash-interview teve de Jorge Jesus uma resposta à altura. Já a entrevista a Saviola tinha sido recheada de tentativas de - talvez aproveitando o fraco domínio da língua portuguesa do argentino - causar dano no balneário encarnado. Depois seguiu-se a insistência perante o técnico. Mas o pior ainda estava para vir, com uma alusão disparatada às conferências de imprensa da Benfica TV, que fez cair a máscara ao personagem.
Desde logo acerca da união da equipa, e da sua vontade de ultrapassar o momento menos bom pelo qual tem passado. Percebeu-se isso na efusiva e emocionada comemoração dos golos, nos abraços finais de alguns jogadores ao técnico Jorge Jesus (como foi, por exemplo, o caso de David Luíz), mas, sobretudo, no sentido de solidariedade que se foi observando ao longo dos noventa minutos, em cada disputa de bola, em cada centímetro do relvado, e que contribuiu de forma determinante para que o Benfica tenha conseguido uma das melhores exibições da temporada - senão no sentido plástico do termo, certamente quanto à raça com que se decidiu a abordar o jogo, e a vencê-lo.
Não podemos desligar esta vitória de dois nomes que, por razões imponderáveis, haviam estado afastados da equipa ao longo de várias semanas. Olhando para a ficha do jogo, Óscar Cardozo será uma referência óbvia. Mas também Ruben Amorim teve papel fundamental na tarde-noite aveirense.
O paraguaio, com um penálti sofrido e superiormente convertido a fechar a primeira parte, com um golo de bandeira ainda na fase inicial da segunda, e uma assistência primorosa para Saviola marcar pouco depois (para além de mais um ou dois lances definidores da sua capacidade enquanto jogador de área), mostrou que é absolutamente imprescindível no ataque benfiquista, não dispondo de substitutos à altura – nem no plantel, nem, provavelmente, no mercado, ou pelo menos nos mercados onde o Benfica tem condições de se movimentar.
O médio português não fez uma exibição de encher o olho, mas a sua simples presença permitiu, por um lado, libertar Maxi Pereira para uma maior interacção nos lances ofensivos, e, por outro, resguardar Javi Garcia, dotando o meio-campo encarnado de uma consistência e de uma capacidade de pressão que nos últimos tempos pareciam perdidas. Preenchendo o flanco direito, possibilitou ainda o deslocamento de Carlos Martins para a sua verdadeira posição, onde, sobretudo durante a primeira parte, foi dos elementos mais em foco. Tratando-se do substituto natural de Ramires durante a época do título, Ruben Amorim era pois a peça que faltava para cumprir o papel anteriormente destinado ao internacional brasileiro (que chegou até, nalgumas ocasiões, a remeter para o banco de suplentes), coisa que, desafortunadamente, ainda não tinha sido possível comprovar de forma tão clara.
Com estes dois importantes regressos – Ruben não ocupava o seu lugar no meio-campo desde Agosto, e Tacuára não era titular desde Setembro – o Benfica mostrou, enfim, muito maiores semelhanças com aquilo que era a sua fisionomia normal na temporada passada. Só agora foi assim possível reproduzir tacticamente alguns dos aspectos colectivos que definiram a equipa campeã, o que, aliado a uma atitude competitiva feroz e determinada, foi suficiente para ultrapassar as circunstâncias adversas do jogo, entre as quais um penálti claro que ficou por assinalar quando o resultado estava ainda em branco. A equipa funcionou como um bloco, e mostrou capacidade física, táctica e mental para dar a volta aos receios que naturalmente sentiria, depois da amargura de uma derrota concludente e inesperada. E quando o colectivo funciona como tal, as estrelas emergem, resgatando o seu brilho natural. Foi o caso de Saviola, que finalmente se aproximou do altíssimo nível a que nos havia habituado durante a época anterior, mostrando uma vontade férrea de pôr fim ao cinzentismo que, inegavelmente, marcara as suas últimas prestações.
Com um colectivo mais equilibrado, e com muita vontade de vencer, não houve ansiedade que impedisse o Benfica de somar a sua sétima vitória em oito jogos do campeonato, e aproveitar o empate do FC Porto em Alvalade para se reaproximar do topo da tabela classificativa. Tendo o nosso adversário de se deslocar ainda à Luz, bem como, por exemplo, a Braga e ao Funchal, ainda resta algum espaço para o sonho. Sobretudo se, semana a semana, formos vendo a atitude competitiva que o Benfica demonstrou em Aveiro, com a qual não será fácil perder mais jogos nesta edição da Liga.
PS: A imbecilidade do repórter da TVI na flash-interview teve de Jorge Jesus uma resposta à altura. Já a entrevista a Saviola tinha sido recheada de tentativas de - talvez aproveitando o fraco domínio da língua portuguesa do argentino - causar dano no balneário encarnado. Depois seguiu-se a insistência perante o técnico. Mas o pior ainda estava para vir, com uma alusão disparatada às conferências de imprensa da Benfica TV, que fez cair a máscara ao personagem.
4 comentários:
Exactamente, fazes a abordagem ao jogo da forma que eu faria. Pois bem, queria frisar que o que nos fez perder jogos foi não ter um lateral que fizesse uma posição mais interior. Da forma aberta que jogávamos, o óbvio era marcar ou sofrer muito. Desta forma a força que tínhamos atrás permitia ao Javi ter futebol apoiado (coisa que não tem tido com o Salvio). Faço jus ás palavras de Jesus no fim do jogo (a cara de parvo do jornalista).
O Benfica venceu com inteira justiça e com momentos de qualidade um Beira-Mar muito bem organizado, com Cardozo a mostrar a todos os que o assobiaram, que desde há muitos anos que o Benfica não tinha quem marcasse tantos golos, esses que nos jogos do Benfica, são tão prontos a assobiar seja quem for, fustigando as suas frustaçoes, são os mesmos que ironicamente tanto pedem o Nuno Gomes e quando ele jogava tanto o assobiavam.
Concordo, Amorin foi fundamental para equilibrar aquele meio campo, o quel se mostrou bem mais coeso.
À parte tudo isto, para q raio servem aquelas coiass coloridas q alguns jogadores tem coladas nas pernas??!!? Aquelas fitas, ao longo das coxas. Servem pra quê?
Alguem me esclarece a curiosidade?
Não reparei se no Beira-Mar - Slb alguns tinham...mas vêem-se muitos por aí. Este fds reparei em Chelsea e Braga.
Mais nada! Sublinho tudo.
Seja bem regressado, Ruben Amorim!
A sua entrada foi fundamental. A equipa voltou a ter em campo o que este NOSSO jogador representa individualmente: inteligência.
Ora viva, senhor Cardozo!
Que falta que este pinheiro faz. Lento? Mau no jogo aéreo? Quero lá saber. O paraguaio marca golos.
Relativamente às odiosas perguntas no flash interview, completamente de acordo. Como é possível aquele "jornalista" ter lata para abordar assim o treinador do Benfica - ou qualquer treinador que seja?! Não podia ser mais óbvio que os "jornalistas avençados" têm as costas largas, muito largas.
A somar à festa, a miserável transmissão da Sport TV. Conseguiram não mostrar 3 repetições de foras-de-jogo não tirados ao ataque do Beira-Mar, em lances imensamente discutíveis.
Mau, muito mau, péssimo...
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