CR 0
Antes de Cristiano Ronaldo se transferir para o Real Madrid, eu escrevia isto:
“(…) o madeirense não tem passado de um jogador vulgar, à semelhança de outros 20 ou 30 espalhados pelos campeonatos de Inglaterra, Itália e Espanha (só no Barcelona há uns 3 ou 4). Conquistou o prémio da FIFA pelo que fizera na época anterior (essa sim, de altíssimo nível), mas as suas últimas prestações, há que o dizer, têm ficado longe, muito longe, de um jogador que dizem ser o “melhor do mundo”. E nem falo do que (não) tem feito na selecção, onde desde o Euro 2008 não marca um só golo.
Cristiano Ronaldo tem um talento incomum. Tem também condições físico-atléticas de excepção. Estes dois vectores, conjugados com a ambição e a vontade de vencer, poderiam fazer dele um nome para a eternidade do futebol, onde poderia figurar ao lado de Cruyff, de Eusébio ou Di Stéfano. Mas é justamente na ambição e na vontade de vencer que a sua carreira parece estar a esbarrar.As suas milionárias férias americanas são o espelho daquilo em que Ronaldo se está a tornar: uma pop-star, que se comporta como quem já não precisa do futebol para nada.
Quem sou eu para atirar pedras a um jovem de 24 anos que tem tudo quanto quer e é livre de escolher a forma de vida que mais prazer lhe dá. Enquanto adepto do futebol, lamento todavia que, em vez de procurar entrar para a história como um dos melhores de sempre na sua actividade, em vez se concentrar nesse objectivo e trabalhar arduamente para ele, em vez de recriar e buscar novas metas competitivas, e depois, uma vez terminada a carreira, viver então todos os prazeres do dinheiro ganho, Ronaldo queira desistir já, aos 24 anos, de uma história e de uma carreira que, temo bem, poderá ficar bastante aquém das suas reais possibilidades, e daquilo que nos foi prometendo.
À semelhança de Beckham, Ronaldo Lima (“Fenómeno”), Ronaldinho e outros, Cristiano Ronaldo, a prosseguir neste caminho, pode até vir a ganhar muito mais dinheiro, poderá viver rodeado de luxos e opulências o resto da sua vida, mas não creio que volte ao nível que exibiu há dois anos, nem volte a ser “Bola de Ouro” de coisa nenhuma. Ficará provavelmente por saber, como em muitos outros casos, até onde poderia ele ter chegado. É pena.”
Lamentavelmente, esta sua intrigante prestação no Mundial 2010 apenas confirma aquilo que então vaticinei.
Ronaldo corre o sério risco de passar ao lado de uma grande carreira. Não em termos financeiros, ou mediáticos (tudo isso já ele tem de sobra). Antes quanto à possibilidade, que efectivamente lhe via, de se tornar uma lenda do futebol.
Cristiano Ronaldo desperdiçou mais um Mundial. Justamente a prova que distingue os melhores, que separa aqueles que são apenas bons dos verdadeiramente eternos. Só lhe restará o de 2014, isto se nos qualificarmos.
Pelé, Maradona, Cruyff, Eusébio, Beckenbauer, Bobby Charlton, Platini, Romário, Garrincha, Puskas, Zidane, todos tiveram o “seu” Campeonato do Mundo (mesmo aqueles que nunca puderam ser campeões), sem o qual nunca teriam sido aquilo que foram. É aqui, nestas grandes competições, que se escreve a história do futebol. Seria aqui que Cristiano Ronaldo tinha de gritar ao mundo o seu verdadeiro valor.
Mais do que a própria equipa nacional, foi Cristiano Ronaldo que falhou. Foi ele que, com o seu individualismo, com a sua constante (e irritante) preocupação em manter a imagem de estrela, saiu pela porta dos fundos deste Mundial. E fê-lo de forma baixa, cuspindo nas câmaras e criticando o seleccionador.
Creio que sem Cristiano Ronaldo Portugal teria chegado, pelo menos, até onde chegou. O mesmo é dizer que este Cristiano Ronaldo não faz falta nenhuma à selecção nacional, não faz falta nenhuma ao futebol português. E talvez nem faça falta ao próprio Real Madrid, que pagou uma fortuna por ele.
É uma pena, mas vejo-lhe hoje mais futuro em Hollywood, interpretando o galã de uma comédia romântica de terceira categoria, do que nos principais relvados do mundo, onde, desde 2007 (com esporádicas excepções) não passa de uma estrela decadente, de uma vedeta adiada, de um empecilho táctico, enfim, de um problema para os seus treinadores e para as suas equipas.
Ainda lhe resta algum tempo, mas já começa a ser pouco.
“(…) o madeirense não tem passado de um jogador vulgar, à semelhança de outros 20 ou 30 espalhados pelos campeonatos de Inglaterra, Itália e Espanha (só no Barcelona há uns 3 ou 4). Conquistou o prémio da FIFA pelo que fizera na época anterior (essa sim, de altíssimo nível), mas as suas últimas prestações, há que o dizer, têm ficado longe, muito longe, de um jogador que dizem ser o “melhor do mundo”. E nem falo do que (não) tem feito na selecção, onde desde o Euro 2008 não marca um só golo.
Cristiano Ronaldo tem um talento incomum. Tem também condições físico-atléticas de excepção. Estes dois vectores, conjugados com a ambição e a vontade de vencer, poderiam fazer dele um nome para a eternidade do futebol, onde poderia figurar ao lado de Cruyff, de Eusébio ou Di Stéfano. Mas é justamente na ambição e na vontade de vencer que a sua carreira parece estar a esbarrar.As suas milionárias férias americanas são o espelho daquilo em que Ronaldo se está a tornar: uma pop-star, que se comporta como quem já não precisa do futebol para nada.
Quem sou eu para atirar pedras a um jovem de 24 anos que tem tudo quanto quer e é livre de escolher a forma de vida que mais prazer lhe dá. Enquanto adepto do futebol, lamento todavia que, em vez de procurar entrar para a história como um dos melhores de sempre na sua actividade, em vez se concentrar nesse objectivo e trabalhar arduamente para ele, em vez de recriar e buscar novas metas competitivas, e depois, uma vez terminada a carreira, viver então todos os prazeres do dinheiro ganho, Ronaldo queira desistir já, aos 24 anos, de uma história e de uma carreira que, temo bem, poderá ficar bastante aquém das suas reais possibilidades, e daquilo que nos foi prometendo.
À semelhança de Beckham, Ronaldo Lima (“Fenómeno”), Ronaldinho e outros, Cristiano Ronaldo, a prosseguir neste caminho, pode até vir a ganhar muito mais dinheiro, poderá viver rodeado de luxos e opulências o resto da sua vida, mas não creio que volte ao nível que exibiu há dois anos, nem volte a ser “Bola de Ouro” de coisa nenhuma. Ficará provavelmente por saber, como em muitos outros casos, até onde poderia ele ter chegado. É pena.”
Lamentavelmente, esta sua intrigante prestação no Mundial 2010 apenas confirma aquilo que então vaticinei.
Ronaldo corre o sério risco de passar ao lado de uma grande carreira. Não em termos financeiros, ou mediáticos (tudo isso já ele tem de sobra). Antes quanto à possibilidade, que efectivamente lhe via, de se tornar uma lenda do futebol.
Cristiano Ronaldo desperdiçou mais um Mundial. Justamente a prova que distingue os melhores, que separa aqueles que são apenas bons dos verdadeiramente eternos. Só lhe restará o de 2014, isto se nos qualificarmos.
Pelé, Maradona, Cruyff, Eusébio, Beckenbauer, Bobby Charlton, Platini, Romário, Garrincha, Puskas, Zidane, todos tiveram o “seu” Campeonato do Mundo (mesmo aqueles que nunca puderam ser campeões), sem o qual nunca teriam sido aquilo que foram. É aqui, nestas grandes competições, que se escreve a história do futebol. Seria aqui que Cristiano Ronaldo tinha de gritar ao mundo o seu verdadeiro valor.
Mais do que a própria equipa nacional, foi Cristiano Ronaldo que falhou. Foi ele que, com o seu individualismo, com a sua constante (e irritante) preocupação em manter a imagem de estrela, saiu pela porta dos fundos deste Mundial. E fê-lo de forma baixa, cuspindo nas câmaras e criticando o seleccionador.
Creio que sem Cristiano Ronaldo Portugal teria chegado, pelo menos, até onde chegou. O mesmo é dizer que este Cristiano Ronaldo não faz falta nenhuma à selecção nacional, não faz falta nenhuma ao futebol português. E talvez nem faça falta ao próprio Real Madrid, que pagou uma fortuna por ele.
É uma pena, mas vejo-lhe hoje mais futuro em Hollywood, interpretando o galã de uma comédia romântica de terceira categoria, do que nos principais relvados do mundo, onde, desde 2007 (com esporádicas excepções) não passa de uma estrela decadente, de uma vedeta adiada, de um empecilho táctico, enfim, de um problema para os seus treinadores e para as suas equipas.
Ainda lhe resta algum tempo, mas já começa a ser pouco.
12 comentários:
Não concordo.
Penso que a sua prestação no mundial não tem nada de intrigante, tem até um nome: carlos queiroz.
Qualquer que seja a qualidade dos jogadores, os treinadores têm muita influência na sua performance, e assim como há treinadores que conseguem "transformar" jogadores vulgares em jogadores com altíssimo rendimento, também há "queirozes" que conseguem que o rendimento de jogadores de top (como é o caso do Cristiano Ronaldo) seja banal.
Acredito que este ano no real madrid vamos assitir ao melhor Ronaldo de sempre. E porquê? Por causa do treinador que vai ter.
Quem realmente falhou foi o pseudo treinador/seleccionador, e não qualquer jogador. Desde a estupidez de convocatória que fez, passando pelos titulares escolhidos sempre com o "medo" presente, até à inexistente leitura de jogo.
Creio que sem carlos queiroz a selecção teria chegado mais longe. O mesmo é dizer que este carlos queiroz não faz falta nenhuma à selecção nem ao futebol português.
E é sem pena nenhuma que o vejo com mais futuro a segurar no guarda-chuva do Ferguson, e a distribuir coletes e a espalhar cones como adjunto.
ps.- sinceramente não vi, nem li, nem ouvi o Cristiano Ronaldo a criticar o seleccionador, a menos que dizer aos jornalistas para perguntarem ao principal responsável pelo que se passou no mundial seja uma critica...
Houve muito mais gente a falhar, não foi só o Ronaldo.
Meu caro LF
O seu comentário pode não estar totalmente correcto. Realmente o treinador (liderança, métodos de treino, exigência, esquemas tácticos, etc.) pode ter muita influência no rendimento dos jogadores. E nós, no Benfica, temos exemplos: basta comparar os rendimentos de Di Maria, do Pablo Aimar e do Cardozo com o Quique Flores, há duas épocas, e, na época passada, com o Jorge Jesus.
Para mim quem realmente falhou foi o seleccionador. E a todos os níveis...
Uma maneira de pôr o CR a render era não o convocar uma vez...e, na próxima, veríamos.
Saudações desportivas
Buenas, C.Ronaldo no ha hecho el Mundial que se esperaba de él y no rindió a un nivel. Saludos!
www.atleti1903.blogspot.com
concordo em absoluto com o que escreveu.
O (menino) Cristiano,começa a ser um jogador a mais na selecção,é só birrinhas de mimado que tem sido nestes últimos tempos levado ao colo pela imprensa,para assim vir querer desculpar-se com o srº Queirós a que chamam treinador,mais que serto que estou farto dele,mas uma coisa não justifica a outra.
Está na hora de se um Homem em vês do bebe chorão em que se tornou.
Deixa lá o Mourinho pegar nele...
cj
Nunca irei perdoar o gesto de Ronaldo no estádio da Luz. Estava lá, vi com os meus próprios olhos e nunca irei perdoar. Não sendo por isso isento na análise a este jogador, devo confessar que discordo do teu post. Ronaldo ambiciona sempre ser o melhor do mundo, e não se conformou com a falta de ambição e complexo de inferioridade do seu treinador. Foi só isto que aconteceu...
Concordo com o No Worries.
A culpa só é do cab*** do seleccionador que não percebe nada de bola.
Ainda este ano fez a nível individual uma das suas melhores épocas de sempre no Real.
Pergunta aos seus adeptos se não estão satisfeito com o seu rendimento.
E tirando o Messi não vejo muitos jogadores com um rendimento superior.
Não concordo minimamente. Este ano, no Real Madrid, foi ele e mais 10. Eu vi os jogos quase todos. O problema são os treinadores que não prestam e não conhecem os seus jogadores. Aí é que está a questão essencial.
Pff.. CR9 fez uma grande época pelo Real Madrid e é só o/um dos jogadores mais profissionais e ambiciosos actualmente.
Apesar de concordar em alguns pontos, então e o campeonato que fez a época passada no Real Madrid? Não está ao nível que esteve no MU mas o que está aqui escrito é um exagero.
Fosga-se!
A malta não do costume não falha para largar no gajo. Não gostam e estão à espreita para mandar. Alguns até parece que já têm os textos escritos antes dos jogos, ou pelo menos algumas 'tiradas'.
O Ronaldo não foi relevante, não jogou nada de especial... tal como a maioria dos jogadores. Esperam sempre dele o impossível e ficam admirados por ele apenas o dar... às vezes.
O Ronaldo é, de longe, o melhor jogador português. Tem mentalidade de puto, certo, mas é isso que o torna tão popular. Quem vê as entrevistas mais longas percebe que ainda está deslumbrado com a vida que leva. E consegue-o com muito esforço e profissionalismo. Alguns preferem apenas falar dos 'pecadilhos'...
Viva Ronaldo e que o tenhamos por muitos e bons anos!
Enviar um comentário