GALO
Tinha aqui pedido que a sorte acompanhasse o Benfica neste jogo. Achava-a, mais do que nunca, imprescindível, num contexto em que não era de esperar uma grande noite de gala por parte dos encarnados. Não fui ouvido.
As coisas até pareciam estar a correr bem. Uma exibição quanto baste, o pé de Maxi a fazer de mão de Vata, e uma vitória que, mesmo tangencial, escancarava as portas da qualificação. Mas, ao minuto noventa, aquele maldito golo tudo complicou, deitando para o lixo a vitória, a vantagem e uma parte significativa das esperanças de qualificação.
Se há coisa que eu custo a suportar no futebol são precisamente os golos nos últimos minutos. Representam a manifestação suprema da crueldade que o desporto-rei é capaz de nos impor. Constituem um murro no estômago, um golpe traiçoeiro, uma chaga profunda que leva o adepto a questionar-se sobre os porquês de estar ali em sofrimento, e em agonia. Confesso que não aguentei os dois minutos de compensação, e ao ver a bola entrar na baliza de Júlio César, levantei-me do meu lugar e, sem dizer palavra, saí de imediato, maldizendo a força da minha paixão.
Foi cruel, mas não se pode dizer que tenha sido injusto. O Marselha confirmou as melhores (piores) expectativas, mostrando tratar-se efectivamente de uma equipa de primeira linha do futebol europeu. Para além das individualidades que também tem, nunca perdeu a sua rigorosa organização táctica (ou não fosse Deschamps um filho do "Calcio"), e impressionou pela robustez atlética, sendo capaz de manietar o futebol encarnado durante grande parte do tempo de jogo, não dando espaços nem tempo para os artistas da Luz pensarem e executarem a preceito. Criou oportunidades claras de golo (pelo menos tantas como as do Benfica), e se saísse derrotada de Lisboa teria bastos motivos para se queixar da má fortuna.
Percebo pouco de futebol. Tão pouco como muitas das pessoas que escrevem sobre ele, mas muito menos do que qualquer treinador mediano. Não consigo por isso entender a gestão do plantel que Jorge Jesus diz fazer, lembrando ao mesmo tempo, e bem, que o Campeonato é a principal prioridade. Não sei em que condições se irá apresentar esta equipa na Madeira dentro de algumas horas, mas não posso deixar de manifestar a minha grande apreensão. Talvez a gestão do plantel passe “apenas” pela forma mais lenta e passiva com que os jogadores abordaram esta partida, pelo menos na sua fase inicial. Não sei se sim nem se não, mas no meu entendimento de leigo, preferia ter visto em campo um onze à base de segundas linhas (se é que se pode chamar tal coisa a Ruben Amorim, Carlos Martins etc), mas fortemente decidido a comer a relva até ao último apito do árbitro.
Para além dos méritos já devidamente atribuídos ao conjunto francês, só Jesus e os jogadores saberão os verdadeiros motivos de uma primeira parte tão pouco conseguida. Gestão de esforço ou não, a verdade é que o Benfica demorou a encontrar-se, e só na última meia-hora de jogo atingiu o nível habitual nesta temporada. Paradoxalmente, talvez aqueles minutos finais, com a preciosa vantagem de 1-0 no marcador, devessem ter sido conduzidos a um ritmo mais baixo. Talvez Fábio Coentrão não devesse ter entrado. Talvez Ruben Amorim ajudasse a segurar o meio-campo, e a pôr o gelo que aquele copo estava a pedir com avidez. Sabe-se todavia que não é essa a filosofia deste Benfica, cujo código genético remete para a busca constante do golo. E também é verdade que um eventual 2-0 quase fechava as contas da eliminatória. Foi na fronteira entre estes dois mundos que o Benfica sofreu o golo penalizador. No futebol, como na vida, nem sempre a sorte protege os audazes.
A eliminatória não está perdida. Mas é óbvio que, com este resultado, o favoritismo instalou-se claramente do lado de lá. Não sei também se, à luz da luta pelo título nacional, será assim tão mau para o Benfica ficar pelo caminho na competição. O sonho de uma final europeia seria o céu, mas cá na terra não ser campeão seria trágico. No futebol, como na vida, quem tudo quer, tudo perde.
As coisas até pareciam estar a correr bem. Uma exibição quanto baste, o pé de Maxi a fazer de mão de Vata, e uma vitória que, mesmo tangencial, escancarava as portas da qualificação. Mas, ao minuto noventa, aquele maldito golo tudo complicou, deitando para o lixo a vitória, a vantagem e uma parte significativa das esperanças de qualificação.
Se há coisa que eu custo a suportar no futebol são precisamente os golos nos últimos minutos. Representam a manifestação suprema da crueldade que o desporto-rei é capaz de nos impor. Constituem um murro no estômago, um golpe traiçoeiro, uma chaga profunda que leva o adepto a questionar-se sobre os porquês de estar ali em sofrimento, e em agonia. Confesso que não aguentei os dois minutos de compensação, e ao ver a bola entrar na baliza de Júlio César, levantei-me do meu lugar e, sem dizer palavra, saí de imediato, maldizendo a força da minha paixão.
Foi cruel, mas não se pode dizer que tenha sido injusto. O Marselha confirmou as melhores (piores) expectativas, mostrando tratar-se efectivamente de uma equipa de primeira linha do futebol europeu. Para além das individualidades que também tem, nunca perdeu a sua rigorosa organização táctica (ou não fosse Deschamps um filho do "Calcio"), e impressionou pela robustez atlética, sendo capaz de manietar o futebol encarnado durante grande parte do tempo de jogo, não dando espaços nem tempo para os artistas da Luz pensarem e executarem a preceito. Criou oportunidades claras de golo (pelo menos tantas como as do Benfica), e se saísse derrotada de Lisboa teria bastos motivos para se queixar da má fortuna.
Percebo pouco de futebol. Tão pouco como muitas das pessoas que escrevem sobre ele, mas muito menos do que qualquer treinador mediano. Não consigo por isso entender a gestão do plantel que Jorge Jesus diz fazer, lembrando ao mesmo tempo, e bem, que o Campeonato é a principal prioridade. Não sei em que condições se irá apresentar esta equipa na Madeira dentro de algumas horas, mas não posso deixar de manifestar a minha grande apreensão. Talvez a gestão do plantel passe “apenas” pela forma mais lenta e passiva com que os jogadores abordaram esta partida, pelo menos na sua fase inicial. Não sei se sim nem se não, mas no meu entendimento de leigo, preferia ter visto em campo um onze à base de segundas linhas (se é que se pode chamar tal coisa a Ruben Amorim, Carlos Martins etc), mas fortemente decidido a comer a relva até ao último apito do árbitro.
Para além dos méritos já devidamente atribuídos ao conjunto francês, só Jesus e os jogadores saberão os verdadeiros motivos de uma primeira parte tão pouco conseguida. Gestão de esforço ou não, a verdade é que o Benfica demorou a encontrar-se, e só na última meia-hora de jogo atingiu o nível habitual nesta temporada. Paradoxalmente, talvez aqueles minutos finais, com a preciosa vantagem de 1-0 no marcador, devessem ter sido conduzidos a um ritmo mais baixo. Talvez Fábio Coentrão não devesse ter entrado. Talvez Ruben Amorim ajudasse a segurar o meio-campo, e a pôr o gelo que aquele copo estava a pedir com avidez. Sabe-se todavia que não é essa a filosofia deste Benfica, cujo código genético remete para a busca constante do golo. E também é verdade que um eventual 2-0 quase fechava as contas da eliminatória. Foi na fronteira entre estes dois mundos que o Benfica sofreu o golo penalizador. No futebol, como na vida, nem sempre a sorte protege os audazes.
A eliminatória não está perdida. Mas é óbvio que, com este resultado, o favoritismo instalou-se claramente do lado de lá. Não sei também se, à luz da luta pelo título nacional, será assim tão mau para o Benfica ficar pelo caminho na competição. O sonho de uma final europeia seria o céu, mas cá na terra não ser campeão seria trágico. No futebol, como na vida, quem tudo quer, tudo perde.
Queiramos com todas as forças o título nacional. O resto se verá.
12 comentários:
Precisamente, quem tudo quer, tudo perde. Temos de ser realistas. Embora por vezes seja difícil.
lucho lucho gonzalez
Caro Luis
As suas palavras tal como as palavras de Luis..... que ontem falou em a Jornada, transmitem as preocupações de muitos adeptos senão quase todos.
Não se entende esta gestão de plantel, não se entende como se troca Saviola por Eder Luis, quando estavamos a ganhar por 1 - 0 e o melhor do Marselha é o ataque. Não se percebe.
Estou muito preocupada com o jogo de Domingo, porque não há tempo para recuperação. Parece-me que o que falta nesta equipa são conhecimentos cientificos porque intuição já temos muita e muito boa. E de facto também acho que a equipa do Mareselha é muito melhor que a do Nacional e portanto pensando bem para não sair enxovalhado o melhor era jogar com a melhor equipa. Mas Javi esteve mal e os franceses maietaram toda a nossa equipa.
Vou dizer em público, tirem por favor, da BenficaTV, os comentadores fanáticos. Só estragam.
Façam como o Guardionala, que no Barcelona se reune com cientistas técnicos de futebol,especialistas em medicina desportiva. Tirem por favor os fanáticos. O Benfica precisa de serenidade e de inteligência, não precisa de pessoas a fazer o papel do Rui Moreira.
FINALMENTE UMA ALEGRIA PARA OS PORTISTAS E SPORTINGUISTAS ESTA ÉPOCA...
Concordo plenamente: Carlos Martins e Ruben Amorim, não só por gestão do plantel, mas pelo jogo que fizeram com o Paços, impunham-se.
No fim, era importante segurar aquele resultado. Amorim ou Airton (não me recordo se estava no banco) tinham de entrar.
"Galo" por ser no único minuto, mas o OM merecia o empate (primeira parte excepcional a nível táctico). No entanto, para que de ontem não fique só o amargo, provámos que temos estaleca, que há equipa. Só que ultimamente andamos mal habituados com goleadas a equipas de menor nomeada. Não é nem vai ser sempre assim.
Também estou preocupado com domingo. Do ciclo destes 4 jogos (OM x 2, Nacional, Porto) é o único que me preocupa mesmo porque é o único da competição que me interessa verdadeiramente.
Penso que não há razões para alarmismos, mas que fique o apelo à serenidade. Como disse o Vitória do Benfica, é preciso inteligência.
Em relação à Benfica TV: tem sido essencial na defesa do Benfica, no passar a mensagem, na união que cria. Não é, como diz o Vitória do Benfica, o facciosismo ou o fanatismo que me preocupam. Eu também sou fanático, mas nunca insultaria, ainda para mais se ligado ao nome do Benfica, comentadores, dirigentes ou jogadores adversários. Pode haver, claro, observações negativas, mas o permanente achincalhar de um dirigente dos verdes com a alusão de ser homossexual não me parece à altura dos nossos pergaminhos.
Temos de ganhar domingo. Rumo ao titulo.
Visita, acompanha, deixa opinião: http://mosaico-futebolistico.blogspot.com/ Abraço
http://www.maisfutebol.iol.pt/fcporto/ranking-uefa-benfica-fc-porto-pontos-champions/1146736-1304.html
2010-03-12 17:14h
Ranking UEFA: afinal quem contribuiu mais nos últimos anos?
Contributo total nos últimos cinco anos:
F.C. Porto: 10,786 (28,9%)
Benfica: 10,370 (27,8%)
Sporting: 7,808 (20,9%)
Sp. Braga: 5,000 (13,4%)
V. Guimarães: 1,047 (2,8%)
Nacional: 0,917 (2,4%)
U. Leiria: 0,500 (1,3%)
V. Setúbal: 0,475 (1,3%)
P. Ferreira: 0,393 (1,1%)
Sistema de cálculo da UEFA:
São consideradas as últimas cinco temporadas. Para cada uma, considera-se o total de pontos conseguidos pelas equipas (2 por vitória, 1 por empate, metade destes valores nas pré-eliminatórias), dividido pelo total de equipas desse país que participam nas competições europeias do ano em causa.
A isto há que acrescentar cinco pontos de bónus por cada presença nos oitavos-de-final da Champions (era um ponto até à época passada) e, depois, nas duas provas, um ponto pelos quartos-de-final, meias-finais e outro ainda pela chegada à final. O acesso à ronda de grupos da Liga dos Campeões rende quatro pontos de bónus (eram 3 pontos até à época passada).
O ranking actual determina a distribuição das equipas nas provas europeias em 2011/12. Portugal terá duas equipas na Liga dos Campeões e quatro na Liga Europa. Em 2010/11, serão apenas cinco as presenças: duas na Liga dos Campeões e três na Liga Europa.
ser benfiquista:
http://www.malhanga.com/_videos/ser.benfiquista/
os comentadores da sic foram execráveis
O Benfica jogou mal? Não, acho que não, o que houve sim, foi também um grande Marselha na Luz e embora custe muito sofrer um golo no minuto 90, a verdade é que apesar do empate ter sido obtido no seu pior período, atendendo ao que foi o jogo, esse golo acabou por dar justiça ao marcador.
Portanto, assistiu-se sim a um jogaço na Luz e tal como são as equipas, em Marselha, o jogo não deverá ser muito diferente e embora complicado, julgo que o Benfica também tem capacidade para ir a França e ganhar, vamos ver.
Sry Lanka,
Essas contas são para a próxima temporada - 2005 a 2010 para 20010-11.
O valor que contou para esta, e que definiu as equipas desta, foram os que apresentei - 2004 a 2009 para 2009-10.
O meu valor foi definitivo para esta temporada.
Esse é apenas o provisório para a próxima. E o Benfica ainda está em prova.
Não adianta caro LF.
São os mestres do 'muda' a história!
Até o triste que fundou a sua triste desculpa para um clube desportivo afinal não foi ele!!! Já tinha sido fundado uns anos antes. Épico, nem as suas própias raízes respeitam achas que a realidade lhes interessa?
O anormal do mst diz que nas ultimas 10 jornadas na ultima epoca em que fomos campeões, ganhámos os jogos todos com penalties e bolas paradas. Para eles foi assim que aconteceu, interessa lá saber que só houve um golo de bola parada no Mundo real... Isso não lhes interessa nada.
Ah e calabote deu-nos um título eo salazar era benfiquista ferrenho...
Enviar um comentário