APROVADOS SEM DISTINÇÃO

O Benfica alcançou em Coimbra a sua quarta vitória consecutiva na Liga Portuguesa, mantendo a invencibilidade na prova – caso único em Portugal e na Europa. Os encarnados, jogando melhor ou pior, com maior ou menor dose de sorte, não perdem há mais de sete meses em competições nacionais, e começam a mostrar uma bastante interessante regularidade, sendo que esta é, como se sabe, a principal virtude de quem ganha campeonatos.
Quique Flores surpreendeu deixando no banco Suazo, Aimar, Katsouranis e Jorge Ribeiro, e voltando ao 4-4-2 tradicional com que iniciou a temporada. Olhando ao que se passou, esta gestão do plantel acabou por se revelar uma aposta bem conseguida, ainda que David Luíz tenha revelado uma natural falta de ritmo, e Binya não seja, manifestamente, Katsouranis. Como já aqui disse, com este figurino táctico Reyes emerge como a grande figura da equipa, ficando para já a curiosidade de perceber como o técnico espanhol o vai conseguir compatibilizar com Pablo Aimar em próximas ocasiões. Em Coimbra o extremo andaluz esteve em grande plano, e só à margem das leis foi travado pelos adversários – nove faltas (!) contei eu…
Globalmente não se assistiu a um grande jogo. A Académica realizou uma razoável primeira parte, chegando a causar algum perigo junto da baliza de Quim, designadamente através de um remate que embateu com estrondo na barra. O golo encarnado – na sequência de mais uma primorosa assistência de Nuno Gomes - virou no entanto a agulha da partida, percebendo-se desde logo que meio caminho estava andado para o Benfica garantir os preciosos três pontos.
O penálti (bem assinalado) logo a abrir o segundo período foi a estocada final numa Académica algo frágil, que não mais conseguiu discutir o jogo e o resultado, resignando-se a uma derrota caseira que há um ano não cedia. Foi inclusivamente o depois entrado Suazo que esteve bem perto do 0-3, resultado que seria, diga-se, lisonjeiro para a exibição benfiquista, que sendo segura esteve longe de ser brilhante.

Um fantástico e teimoso Leixões continua a impedir o Benfica de chegar ao primeiro lugar. Veremos qual dos dois tropeça primeiro, sendo que o Benfica tem, até ao Natal, dois jogos em casa e uma dificílima deslocação aos Barreiros. Seria fantástico entrar no novo ano na liderança, com tudo o que isso acarretaria de mobilização e entusiasmo.

10 comentários:

Anónimo disse...

devagar, devagarinho, os pontos vão acumulando!

boa (e necessária) gestão de plantel, com custos na exibição, nao no resultado...katso, aimar e ribeiro poupados para jogo complicadissimo na quinta..esse decisivo, nao este em coimbra.

e cada vez mais me convence o rapaz amorim..nao pelo golo (apesar da beleza do movimento colectivo..) mas pelo calmo e progressivo ganho de preponderancia no onze titular..discretamente, torna-se uma especie de pendulo táctico da equipa...muito competitivo, tem ganho a pulso o seu espaço.

eu gosto de jogadores assim, nao feitos por capas de jornais..

saudaçoes benfiquistas

M.

LF disse...

Concordo,

Mas devo dizer que ainda há algo nesta equipa que me deixa inseguro.
Laterais ?
Meio-campo ?
Se calhar ambas as coisas...

Cinco estrelas para a atitude competitiva da equipa.

Vitor Esteves disse...

... é a mesma insegurança que temos quando vemos uma criança dar os primeiros passos, o medo que caia e se magoe, mas como sabemos o desequilibro inicial tende a diminuir quando a prática e a confiança aumentam !
Caminhemos pois, todos juntos !

jfk disse...

Gostei deste complemento pelo Vitor esteves.

Também defendo que os Benfiquistas têm que estar unidos e não entrar em 'parafuso' com receios. Há que haver confiança, sem a qual nada se consegue.

E lembrar que ainda não atingimos o 'Cabo da Boa Esperança' pelo que ainda vêm muitas tormentas.

Todos juntos e mobilizados vamos lá.

Força Benfica.

Anónimo disse...

Uma vitória imaculada, esta sim, mostrando alguma solidez e já agora, consegui ver um jogo do Benfica com alguma tranquilidade, já tinha saudades!

Tenho que confessar que quando vi a equipa que ia jogar de inicio, pensei logo o pior, mas felizmente que me enganei (mérito para o kiko - o futebol é isto, se tivesse perdido pontos o que não se diria, assim é genial...)

Este sistema, não há duvida, está mais trabalhado e adequa-se mais a este plantel, logo resulta emlhor.

Uma pergunta: o que se passa com Cardozo?

LF disse...

De facto o Cardozo tem reagido muito mal à perda de estatuto na equipa.
Quando marcou o penálti ainda temi que falhasse, tal a forma aparentemente displicente com que tem jogado.

Precisa de ganhar confiança, mas também me parece que precisa de trabalhar mais. Só um bom pé esquerdo não chega. Tem de correr, lutar, saltar, movimentar-se mais e melhor. Tem, em suma, de evoluir.
Acredito que, mais tarde ou mais cedo, reapareça em grande.

Mesmo assim é dos melhores marcadores do campeonato com 5 golos.

Anónimo disse...

Ouvi dizer que o filho dele tem um problema grave de saude, sabe alguma coisa a esse respeito?

Anónimo disse...

O que eu gostei mais foi da rotatividade que o Quique impôs.As grandes equipas são assim,rodam os seus jogadores e continuam a vencer.Detesto treinadores que joguem sempre com os mesmos.Acho que o filho do Cardozo tem uma deficiência congénita no coração, e não há muito tempo até esteve em perigo de vida.

Anónimo disse...

Ora cá está uma razão objectiva para se compreender o momento de forma do Cardozo e ainda mais para não ser assobiado, como pareceu ser o caso de alguns "adeptos benfiquistas" ontem à noite...

jfk disse...

Já aqui tinha levantado a questão do problema de saúde do filho de Cardozo, nascido há poucos meses, poder afectar o seu rendimento desportivo (acresce o facto de a sua família estar no Paraguai, creio).

Mas não creio que Cardozo esteja afectado com a titularidade.

Neste momento para mim é essencialmente uma questão mental.

O que me parece é que Cardozo está num nível mental inferior ao esforço que é exigido nos treinos a cada um dos atletas (a carga física administrada é consideravelmente superior à última época). E enquanto assim for vai continuar a sentir nas pernas o peso muscular, logo está completamente preso, não apresentando qualquer tipo de frescura física.