CHOQUE DE TITÃS

Joga-se hoje em Moscovo a final da Liga dos Campeões, a mais apetecida prova de clubes da Europa, e também, porque não dizê-lo, de todo o mundo.
É um jogo que vem um pouco fora de tempo. Com os campeonatos já terminados – alguns há quase duas semanas -, com as festas dos vencedores já feitas, com grande parte das selecções em plena preparação para o Euro, a maioria dos adeptos estará decerto mais virada para aquilo que se pode passar na Suiça e na Áustria do que propriamente para esta final, que noutra data – há quinze dias atrás, por exemplo - faria parar o mundo do futebol. É certo que a Inglaterra não vai ao Euro, mas a Liga dos Campeões está longe de resumir o seu interesse aos países dos clubes em prova. Eis um aspecto a reconsiderar pela Uefa, sobretudo em anos de grandes competições internacionais.
O jogo em si colocará frente a frente, estou em crer, as duas melhores equipas da actualidade. De um lado o Manchester United de Cristiano Ronaldo, bi-campeão inglês, do outro o seu principal adversário nos últimos anos, o Chelsea de Drogba. Ambas as equipas são de luxo, e os seus plantéis verdadeiras paradas de estrelas.

É difícil definir favoritismos numa partida como esta, para mais entre duas equipas do mesmo país, com dinâmicas de rivalidade próprias e um profundo conhecimento mútuo. Teoricamente, como campeão inglês, o Manchester partiria com ligeira vantagem. Mas se nos recordarmos que o Chelsea joga em casa do seu proprietário, e que há anos suspira por este momento, as coisas equilibram-se. Para o nosso país trata-se de uma final gratificante, pois coloca em campo seis portugueses: Paulo Ferreira, Hilário e Ricardo Carvalho pelos “Blues”, e Cristiano Ronaldo, Nani e Carlos Queirós pelos “Red Devils. Bem vistas as coisas, uma variante do F.C.Porto-Sporting, com três ex-dragões de um lado, e três ex-leões do outro.

Apesar da sua força actual, estes dois emblemas não estão entre os principais triunfadores no passado da competição. Antes desta final, o Benfica tinha tantos títulos europeus como Manchester United, Chelsea e Arsenal todos juntos, o que não deixa de ser uma curiosidade. De facto, em Inglaterra, em termos históricos, só o Liverpool se destaca como grande da Europa.

Deseja-se um grande espectáculo, mas teme-se um confronto táctico e calculista. O momento é de grande decisão, as equipas conhecem-se, e a tendência poderá ser mais a de um jogo de xadrez do que uma partida de grande espectacularidade plástica. Acreditemos no entanto que as estrelas - particularmente o nosso Cristiano Ronaldo - sejam capazes de pintar o destino desta final a cores mais vivas.
Por falar em Ronaldo, é ele o motivo pelo qual a minha simpatia se cola mais ao Manchester (embora as camisolas também ajudem…). Nesta partida se jogará muito da possibilidade de, lá mais para Dezembro, o madeirense poder vir a ser escolhido como o “melhor do mundo”, algo que não deixaria de constituir um motivo de orgulho para todos os portugueses. Como curiosidade, refira-se que esta será a primeira final da história disputada em piso sintético.

5 comentários:

Anónimo disse...

Quanto às "duas melhores equipas da actualidade", p'ra mim houve 2 equipas que saíram da prova com algum azar, o que também acontece sempre neste tipo de competições, são elas o Real Madrid e o Inter. É verdade que o Inter nesta última fase de campeonato foi um bocado a baixo maaas.. já o Real Madrid, "agora" com todos os jogadores disponíveis é a meu ver uma equipa que teria mais probabilidade de vencer caso tivesse que jogar com Chelsea i M.U

Vasco

LF disse...

Foram ambos campeões dos seus países, mas creio que foram campeões sem grande brilho.
Se atentarmos ao que diz a própria imprensa espanhola, o Real Madrid foi considerado o menos mau de uma edição da liga medíocre.
Em Itália, a substituição do técnico Mancini (um mau treinador, quanto a mim) prova que o Inter, apesar de todas as suas estrelas, também não deslumbrou.

Quando li as primeiras linhas do comentários, pensei que fosse falar do Arsenal, essa sim uma equipa que me impressionou ao longo da época, acabando por pagar o preço da sua extrema juventude.

Em qualquer caso, com sorte, qualquer uma destas equipas podia estar na final. Assim como o Liverpool ou o Barcelona.
A Liga dos Campeões não é uma competição de regularidade, mas sim de momentos.

Anónimo disse...

E a final não vai ser em sintético. Foi mudado há 3 ou 4 semanas de propósito para este jogo. O não estar "colado" é mesmo um dos grandes problemas.
Frigoliny

Anónimo disse...

Sim tem razão no que disse, mas esta época já vi o Real Madrid fazer do melhor e do pior, e jogadores/táctica(muito coesa) que possui acho que não falharia em jogos desta importância, o Inter mesmo com treinador medíocre acho que é a única equipa sem elos mais fracos. Quanto ao Arsenal é sempre a mesma coisa, consegue produzir futebol espectáculo mas acaba sempre por haver uma lesão ou um erro infantil fruto da sua juventude como já referiu.
Vasco

Vasco.

LF disse...

É verdade.
Afinal não foi em sintético, ao contrário do que a UEFA chegou a anunciar há meses atrás.