NAUFRÁGIO NO LIS

Nem o mais pessimista dos adeptos do Sporting imaginaria que, depois da épica noite da passada quarta-feira, os leões se afundassem de tal forma na deslocação a casa do último classificado da Liga.
Talvez deslumbrados, talvez cansados, os jogadores do Sporting entraram em campo com pouco mais do que as suas camisolas, confiantes que, tarde ou cedo, os golos e a vitória acabariam por lhes sorrir. Foram surpreendidos por uma equipa leiriense empenhada em mostrar o seu valor e a sua dignidade, e que, com dois golos de rajada à passagem do primeiro quarto-de-hora, tornou a vida dos leões extremamente difícil.
Não é todos os dias que se recupera de uma desvantagem de dois golos ao intervalo. Muito menos quando se faz tão pouco para que isso possa suceder.
Ao longo da segunda parte o Sporting teve algumas oportunidades, mas a falta de discernimento, e eventualmente também alguma ansiedade, não lhe permitiram concretizar, e assim tentar encetar a recuperação. O União de Leiria nunca deixou de contra-atacar e de levar perigo até às imediações da baliza de Rui Patrício, e já perto do fim acabou por resolver a contenda, elevando-a a números inimagináveis.
Não se pode prever que consequências terá este resultado no estado anímico de um Sporting que entrava para esta jornada em alta, e sai dela com a maior goleada sofrida na época. O próximo jogo em Alvalade, frente a um Marítimo confiante e vindo de uma sequência de bons resultados, poderá dar a resposta. Mas a equipa de Paulo Bento terá perdido ontem soberana hipótese de colocar um quase ponto final na questão do segundo lugar, e levantou sérias dúvidas sobre a sua consistência física e anímica, aspecto determinante quando a pressão dos momentos decisivos se começa a fazer sentir.

2 comentários:

Anónimo disse...

Quando o campo não se inclina, é normalmente este o resultado.

Peter disse...

O que realmente os motiva a todos é o glorioso, neste caso já não houve força mental para a recuperação.