LEÃO INFELIZ

Se algumas das últimas exibições do Sporting tinham deixado muito a desejar, tem de se dizer, em nome da justiça, que em Coimbra os leões foram sobretudo vítimas da falta de sorte.
Num jogo que, estou em crer, caso corresse muito mal (derrota e má exibição), poderia até ditar a demissão de Paulo Bento, os jogadores do Sporting demonstraram vontade de sair da crise e lutaram bastante pela vitória. Acabaram por fazer o mais difícil, obtendo o golo já nos últimos dez minutos, mas a partir desse momento, uma espécie de fatalidade tomou conta da equipa. O Sporting foi recuando no terreno e deixando toda a inciativa a uma Académica até aí quase inofensiva que, sem nada a perder, foi à procura da sorte que acabou por a bafejar. O anunciado golo surgiu nos últimos segundos do jogo, na sequência de uma falha de marcação algo infantil, e já depois da barra da baliza de Rui Patrício ter devolvido um espantoso remate de Tiero. Embora tardio, embora no final de um jogo em que o Sporting foi francamente superior, deve-se dizer que poucos terão ficado supreendidos com o golo de Pavlovic, que surgiu naturalmente como que cumprindo um negro destino que se apoderou da equipa de Paulo Bento nesta fase da temporada.
Os leões, que em 26 jogos oficiais apenas venceram 10, deixam assim o terceiro lugar à mercê de um dos Vitórias (o que ganhar hoje no Bonfim), e com o calendário que têm pela frente têm bastos motivos para alguma apreensão.

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