A RAIZ DA QUESTÃO

Um breve olhar sobre as estatísticas dos clubes portugueses na Liga dos Campeões, permite concluir algo que, tratando-se de uma evidência, resulta ainda mais reforçado à luz da objectividade dos números: a diferença de performance do F.C.Porto para os rivais lisboetas encontra predominantemente as suas raízes nos aspectos defensivos.
Esta conclusão permite também de alguma forma "chutar para canto" a tão falada polémica sobre a utilização de um ou dois pontas-de-lança por parte de José António Camacho. O problema dos encarnados não é, aparentemente, a forma como atacam, mas sim a forma como permitem aos seus adversários atacar.
O Benfica é, já se sabe, a equipa que mais remata em toda a Champions. Mas é também, de entre os três grandes portugueses, quem mais remata em direcção ao alvo, o que de certo modo remete para os designios da aleatoriedade o facto de marcar mais ou menos golos, de acordo aliás com o discurso utilizado recorrentemente pelo técnico espanhol. Para além deste aspecto, os encarnados são também quem, dos três emblemas lusos, maior média de posse de bola tem conseguido nos seus jogos, o que pode traduzir uma postura competitiva mais afirmativa e audaz.
Por outro lado, os dragões, quase apurados, apenas fizeram até agora 16 remates dirigidos à baliza contrária, contra os 26 do Benfica e os 24 do Sporting. No número de remates totais (à baliza e para fora) têm menos 23 que o Benfica, o que significa que em cada jogo os encarnados têm feito em média quase mais 6 remates que os azuis e brancos.
Com estes números seria à priori de estranhar as diferenças pontuais e classificativas que se verificam entre as três equipas portuguesas, com clara vantagem para os nortenhos. Mas se tomarmos em análise os aspectos defensivos, ou seja, aquilo que cada uma das equipas permite aos adversários, então percebe-se de modo mais cabal onde reside a força e a competitividade do conjunto de Jesualdo Ferreira.
Enquanto o Benfica e o Sporting permitiram a cada um aos seus adversários um total de 56 remates, os portistas apenas os deixaram rematar por 29 vezes - pouco mais de metade ! Se nos cingirmos aos remates direccionados à baliza, os números são similares (12 remates à baliza do F.C.Porto, 21 à do Sporting e 23 à do Benfica).
Juntando estes dados ao facto de os dragões apenas terem sofrido 2 golos em 9 jogos do campeonato nacional, percebemos melhor as razões de um sucesso que, para quem despreocupadamente assiste às suas partidas, por vezes poderá parecer difícil de entender.
Para o Benfica, fica a nota de que Camacho tem ainda muito trabalho pela frente até encontrar mecanismos dinâmicos capazes de transmitir maior solidez à equipa. Mas estes números deixam também no ar uma questão: o que seria este Benfica se Petit se não tivesse lesionado?

3 comentários:

Anónimo disse...

O Porto é melhor. O resto são pormenores, são insignificâncias. Só esmiúçam nelas, os complexados, os inferiorizados.

Anónimo disse...

Pôrra, este gajo acima é mesmo sarna, nem o Pôncio Monteiro... passa a vida a frequentar os blogs do SLB e a dizer disparates como um perfeito "ayatolla".
AAD(Apanhado pelo Apito Dourado)

Anónimo disse...

logo ficamos a saber que o porto é uma equipa mais eficaz, inteligente e experiente.

o benfica e sporting rematam muito mas quase sempre em desespero, e a maioria desses remates representam pouco ou nenhum perigo para a baliza adversária.

excelente artigo, a repor a verdade e a desmascarar a propaganda que alguns andam a fazer usando a estatística dos remates a seu favor, quando na verdade apenas significa que falham muito e sofrem mais defensivamente.