PENOSO
Uma primeira parte animada, e selada com uma justa vantagem no marcador, não fazia prever o desnorte que tomou conta dos jogadores do Benfica a partir de determinada altura do segundo tempo da recepção ao Naval.
O adversário nem sequer parecia capaz de causar grande mossa nesta visita à Luz. Mas foi o Benfica, devido a erros próprios, e a uma estranha e passiva intranquilidade – iniciada nas bancadas, diga-se – que lhe foi dando argumentos para equilibrar o jogo e buscar o empate, o que acabou mesmo por conseguir a pouco mais de dez minutos do apito final.
Quando a bola beijou as redes da baliza de Quim sentiu-se que o jogo estava terminado, e com ele, também a época do Benfica. Seria Miccoli, no último minuto, a inventar uma solução para um problema que com toda a certeza deixaria Fernando Santos (talvez de forma injusta) em muito maus lençóis. O Benfica nesta fase suspira exclusivamente pelo final do campeonato, não se conseguindo minimamamente motivar com a perspectiva de poder chegar a um segundo lugar, para o qual nem sequer depende de si próprio. Parece impossível como esta mesma equipa mantinha há um mês atrás ambições de conquistar Liga e Taça Uefa, e se deixou abater desta forma inapelável e irreversível.
É preciso dizer-se que o Benfica tem fortes atenuantes para este seu sub-rendimento. A equipa viu-se privada de Luisão, Anderson, Simão e Nuno Gomes, o que num plantel curto e desequilibrado se torna dramático. Paralelamente, nota-se que o clima em torno do clube não é o melhor, da direcção (ou falta dela) ao posto médico, tudo parece envolto num inacreditável amadorismo que deixa constantemente Fernando Santos (que leva 19 jogos seguidos sem perder !) sozinho perante a necessidade de explicar aspectos aos quais devia ser alheio. A sensação que fica é que, com os problemas que tem enfrentado desde o início de uma época que começou desde logo sob o signo da confusão e da incerteza, nem com um Mourinho ou um Benitez no banco, o Benfica faria muito melhor do que tem feito. Só por milagre passará acima da terceira posição, que é, diga-se, aquela que a sua temporada justifica, e aquela que objectivamente merece.
Em termos individuais, no meio de uma confrangedora mediocridade, valeram Petit, Miccoli e Karagounis para empurrar o Benfica para uma vitória que embora, muito muito longe de ser brilhante, não pode todavia ser atacada na sua justiça.
Nota final para a inqualificável atitude de parte dos adeptos presentes para com um profissional ao serviço do seu clube que, feliz ou infeliz, não pode ser atacado na sua entrega e empenho. Derlei não esteve inspirado na concretização, mas não vejo o que a(s) sua(s) exibição(ões) tenham de muito diferente por exemplo em relação a Mantorras, que quando entra em campo é extremamente acarinhado pelos benfiquistas.
Como já tive oportunidade de salientar noutras ocasiões, esta questão dos assobios, sendo sempre cruel, é por vezes também falaciosa. Em trinta mil pessoas, mil assobios bem puxados constituem-se numa mentirosa unanimidade. Mas esses, os que assobiam a sua própria equipa e os seus jogadores, poderiam muito bem ficar em casa a ver o jogo pela televisão pois não fazem falta nenhuma na Luz. Nem parecem ter a noção do quão prejudiciais são para o clube que dizem amar. O que se passa com Derlei, passava-se na época passada com Beto, e outrora com jogadores que acabaram por seguir a sua carreira fora da Luz, nalguns casos com bastante sucesso (Abel Xavier, Maniche, Vítor Paneira etc). Talvez seja esta também uma das razões porque o Benfica apenas ganhou um título nos últimos catorze anos…
O adversário nem sequer parecia capaz de causar grande mossa nesta visita à Luz. Mas foi o Benfica, devido a erros próprios, e a uma estranha e passiva intranquilidade – iniciada nas bancadas, diga-se – que lhe foi dando argumentos para equilibrar o jogo e buscar o empate, o que acabou mesmo por conseguir a pouco mais de dez minutos do apito final.
Quando a bola beijou as redes da baliza de Quim sentiu-se que o jogo estava terminado, e com ele, também a época do Benfica. Seria Miccoli, no último minuto, a inventar uma solução para um problema que com toda a certeza deixaria Fernando Santos (talvez de forma injusta) em muito maus lençóis. O Benfica nesta fase suspira exclusivamente pelo final do campeonato, não se conseguindo minimamamente motivar com a perspectiva de poder chegar a um segundo lugar, para o qual nem sequer depende de si próprio. Parece impossível como esta mesma equipa mantinha há um mês atrás ambições de conquistar Liga e Taça Uefa, e se deixou abater desta forma inapelável e irreversível.
É preciso dizer-se que o Benfica tem fortes atenuantes para este seu sub-rendimento. A equipa viu-se privada de Luisão, Anderson, Simão e Nuno Gomes, o que num plantel curto e desequilibrado se torna dramático. Paralelamente, nota-se que o clima em torno do clube não é o melhor, da direcção (ou falta dela) ao posto médico, tudo parece envolto num inacreditável amadorismo que deixa constantemente Fernando Santos (que leva 19 jogos seguidos sem perder !) sozinho perante a necessidade de explicar aspectos aos quais devia ser alheio. A sensação que fica é que, com os problemas que tem enfrentado desde o início de uma época que começou desde logo sob o signo da confusão e da incerteza, nem com um Mourinho ou um Benitez no banco, o Benfica faria muito melhor do que tem feito. Só por milagre passará acima da terceira posição, que é, diga-se, aquela que a sua temporada justifica, e aquela que objectivamente merece.
Em termos individuais, no meio de uma confrangedora mediocridade, valeram Petit, Miccoli e Karagounis para empurrar o Benfica para uma vitória que embora, muito muito longe de ser brilhante, não pode todavia ser atacada na sua justiça.
Nota final para a inqualificável atitude de parte dos adeptos presentes para com um profissional ao serviço do seu clube que, feliz ou infeliz, não pode ser atacado na sua entrega e empenho. Derlei não esteve inspirado na concretização, mas não vejo o que a(s) sua(s) exibição(ões) tenham de muito diferente por exemplo em relação a Mantorras, que quando entra em campo é extremamente acarinhado pelos benfiquistas.
Como já tive oportunidade de salientar noutras ocasiões, esta questão dos assobios, sendo sempre cruel, é por vezes também falaciosa. Em trinta mil pessoas, mil assobios bem puxados constituem-se numa mentirosa unanimidade. Mas esses, os que assobiam a sua própria equipa e os seus jogadores, poderiam muito bem ficar em casa a ver o jogo pela televisão pois não fazem falta nenhuma na Luz. Nem parecem ter a noção do quão prejudiciais são para o clube que dizem amar. O que se passa com Derlei, passava-se na época passada com Beto, e outrora com jogadores que acabaram por seguir a sua carreira fora da Luz, nalguns casos com bastante sucesso (Abel Xavier, Maniche, Vítor Paneira etc). Talvez seja esta também uma das razões porque o Benfica apenas ganhou um título nos últimos catorze anos…
Pontuações: Quim 3, Nelson 2, David Luíz 2, Katsouranis 3, Léo 3, Petit 3, Karagounis 4, Rui Costa 2, Manú 2, Miccoli 4, Derlei 3, João Coimbra 1, Paulo Jorge 1 e Mantorras 1. Melhor benfiquista em campo: Miccoli.
4 comentários:
Longa vida aos assobiadores para os lados da Luz. Pelo que tenho visto, concordo - o Derley não tem sido dos piores, está à frente do Mantorras, Nelson, Anderson..
Começo por dizer (para que se perceba melhor depois o que vou dizer) que sou sócio do Benfica.
Vergonhoso o que têm feito a Derlei! Vergonhoso!! Ridiculo! As vezes envergonho-me de ser do Benfica!!
Podem ver um post sobre o fenómeno Derlei e a cultura do sócio / adepto benfiquista em http://controversiasdofutebol.blogspot.com/.
Começou-se logo a criticar o Derlei ainda antes de ele ter jogado. Nalguns casos apenas por ter sido do F.C.Porto, como se o Simão não tivesse sido do Sporting.
Aliás, o mesmo aconteceu com o Fernando Santos.
Não consigo entender esta cultura do adepto português.
LF
O adepto do Benfica é muito participante, quando gosta aplaude, quando não gosta assobia, é um clube democratico, outros clubes há, que não podem demonstrar o que vai na alma dos adeptos, pois são logo ameaçados
Eu comecei a gostar do Benfica porque me identifico com a maneira do adepto do benfica e desde sempre o adepto do Benfica foi assim, quando gosta aplaude, quando não gosta assobia, foi essa participação que nos tornou no maior clube de Portugal e um dos mais respeitados a nivel mundial
Antigamente era o 3º Anel, o tribunal da Luz, agora esses adeptos estão espalhados pelo Estádio, mas continuam a dar o seu veredito esses adeptos mantêm o clube vivo, mantêm o espirito de conquista e de vitória, que já se vai perdendo, pensando-se mais nos euros, como já ouvi dizer, há socios do Benfica, que preferem 3 segundos lugares a um 1 e dois terceiros, eu perfiro ser campeão de tempos a tempos do que não ser nunca e ganhar muitos euros
A resposta do Derlei, nas entrevistas curtas após o jogo, demostra, que percebe muito bem o mundo do futebol, ele sabe muito bem, se tivesse marcado golos, se tivesse jogado bem, se o Benfica estivesse a ganhar e a época a correr bem, os adeptos batiam palmas e corria tudo ás mil maravilhas
Professor_Karlos
Também começo por dizer, que sou sócio, adepto e simpatizante do Benfica, e que por muito que os adeptos, dirigentes, treinadores ou jogadores, façam coisas que eu não gosto, nunca digo que estou envergonhado de ser do Benfica, é a minha maneira de ser do Benfica, agora respeito as ideias dos outros, o Professor_Karlos deveria fazer o mesmo:)
Pode não concordar, mas deve respeitar as ideias dos outros, num clube democratico deveria ser assim
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