BEM ENTREGUE !

Ao contrário do que tenho ouvido, não me parece que a final da Taça Uefa tenha sido um mau jogo de futebol. Pelo contrário, foi uma partida intensa, a espaços bem jogada, emocionante e com quatro golos. Que mais se pode pedir a uma final ?
A dramática decisão por grandes penalidades acabou por sorrir à melhor equipa, justamente aquela que desde o início mais procurou a vitória. O Espanhol dominou a primeira meia hora da segunda parte (até à expulsão de Moisés), mas de resto apresentou o mesmo futebol irritante com que eliminou o Benfica: pausado, muito físico e procurando com cinismo a felicidade no contra-ataque, o que, diga-se, não fosse a inspiração de Palop - defendeu três (!) penáltis -, quase podia ter chegado para levantar um troféu europeu.
O Sevilha, embora demonstrando algum cansaço, foi capaz de empurrar o adversário para a sua área, sobretudo quando se viu em superioridade numérica, altura a partir da qual dominou totalmente o jogo. O golo de Jonatas caiu então como uma dádiva dos céus para a equipa catalã, permitindo-lhe chegar a um desempate que não merecia e já nem sequer esperava ser possível, fugindo-lhe então a sorte que a havia amplamente bafejado durante alguns momentos do seu percurso na prova.
A equipa de Juande Ramos, depois de já ter conquistado a Uefa anterior em Maio de 2006, e de em Agosto ter vencido a Supertaça Europeia, pode realizar uma época absolutamente histórica, pois está a dois pontos da liderança da Liga Espanhola e está na final da Taça do Rei onde defrontará o Getafe. Este verão terá nova Supertaça Europeia e provavelmente também a espanhola, para juntar a uma lista que se poderá extender até ao inimaginável.
Ao ver os jogadores do Espanhol estendidos no chão e lavados em lágrimas, lembrei-me do sofrimento que já esta época causaram aos benfiquistas - para mim pessoalmente, foi a derrota mais dura dos últimos anos -, e não fui capaz de resistir a um pequeno sentimento de vingança. De facto, Deus não dorme...

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