UM JOGO DE ALTO RISCO
É um jogo que chega em má altura, pois é difícil que os jogadores se tenham já libertado totalmente das tensões do clássico, além de que, sobretudo para os internacionais (grande parte da equipa), a sequência de jogos decisivos reflectirá seguramente um elevado grau de saturação, quer sob o ponto de vista físico, quer sobretudo no plano anímico. Até mesmo para o adepto é difícil apontar agulhas para competições tão díspares como o Euro 2008, a Liga Portuguesa e a Taça Uefa, com três jogos decisivos em apenas oito dias, sem contar com o que aí vem.
Por este motivo, mas também porque o Espanyol actua numa liga extremamente competitiva - com tudo o que isso acarreta em termos de ritmo - e porque o passado recente aponta para grandes dificuldades diante das equipas do país vizinho (nas últimas sete eliminatórias disputadas, apenas uma vencida), este é um jogo que apresenta um elevado grau de risco desportivo para os encarnados.
Não nos iludamos. Os nomes e o prestígio dos clubes não marcam golos, e esta tratar-se-á seguramente de uma eliminatória complicadíssima para o Benfica. Bastará atentar no orçamento de uma e outra equipa (muito superior o dos catalães) para perceber que a realidade da Liga Espanhola é substancialmente diferente da nossa, e para comprovar a força com que os seus clubes do meio da tabela se apresentam nas provas internacionais. Não gosto de insistir muito nas mesmas teclas, mas a verdade é que o curto plantel do Benfica obriga a lembrar que as ausências de Luisão e Katsouranis dificilmente deixarão de se fazer sentir, mesmo levando em linha de conta as boas indicações dadas pelo jovem David Luíz, e o regresso do maestro Rui Costa ao meio campo.
Não parece pois haver grandes motivos para os encarnados assumirem qualquer espécie de favoritismo face a este jogo e à própria eliminatória.
Um bom resultado será, como sempre nestas ocasiões, uma vitória ou um empate com golos. Tudo o que seja diferente disso será negativo, até porque ainda estão presentes na nossa memória as dificuldades que os encarnados tiveram para eliminar um PSG de segunda, que foi capaz de trazer uma vantagem tangencial para a Luz.
A estratégia para o jogo passa por tentar aproveitar as debilidades defensivas dos catalães, e procurar limitar a acção do principal alimentador do seu jogo ofensivo, o veterano Ivan De la Peña. Também o atacante Tamudo merece cuidados especiais, ele que é um dos melhores marcadores da história do clube.
Nuno Gomes, em momento bastante infeliz, deverá ficar no banco. Para um estilo de jogo onde talvez seja de apelar a uma maior velocidade nas transições ofensivas, Derlei parece uma opção mais ajustada. De resto poucas dúvidas existem, até porque as opções não são muitas.
A partir das 19.45 h em Montjuic, sob a arbitragem do holandês Eric Brahmaar as equipas deverão alinhar do seguinte modo:
ESPANYOL- Gorka, Zabaleta, Torrejon, Jarque, Chica, Moisés, Riera, Rufete, De la Peña, Luís Garcia e Tamudo.
BENFICA- Quim, Nelson, David Luíz, Anderson, Léo, Petit, Karagounis, Rui Costa, Simão, Derlei e Miccoli.
Resta pois esperar que o desgaste possa ser maquilhado, que os principais artistas encarnados encontrem a sua inspiração, e sobretudo que a sorte tome o partido certo. Só assim será possível festejarmos mais uma jornada triunfante, que possa permitir a continuação desta já apreciável saga europeia do clube da Luz.
Viva o Benfica !
Viva Portugal !
2 comentários:
Eu acredito que o Benfica vai passar! O Benfica é grande e num momento decisivo como este vai mostrar a glória que faz mover milhões. Força Benfica!
Assim espero.
Mas vai ser difícil...
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