CRUEL DESTINO
Falha de David Luíz ao segundo poste com a baliza à mercê; remate cruzado de Simão a centímetros da baliza; cabeceamento de Karagounis salvo sobre a linha de golo; defesa “impossível” de Gorka a desvio de Nuno Gomes; remate frontal de Miccoli ao poste; livre de Rui Costa ao poste; cabeceamento ao lado de Mantorras completamente isolado.
Sete (!!!) oportunidades claras de golo desperdiçou o Benfica na noite de ontem, perante um Espanhol que apenas conseguiu criar perigo em duas situações.
Há muitos problemas nesta equipa do Benfica: desequilíbrios na construção do plantel, indefinições, jogadores limitados de forma irreversível etc. Alguns desses aspectos foram aqui abordados na crónica ao jogo de Aveiro. Mas cingindo a análise aos noventa minutos de ontem, a conclusão só pode ser uma: mesmo sem fazerem uma exibição de encher o olho, tratou-se de uma tremenda injustiça os encarnados não terem ganho este jogo, e com ele, a eliminatória.
Bastava uma das situações acima descritas ter resultado em golo, e agora estaríamos todos a glorificar a equipa e o seu técnico por, com tão poucos recursos, terem chegado tão longe. É assim o sortilégio do futebol. Antes de mais trata-se de um jogo, onde a felicidade dita leis, sobretudo quando estamos perante competições disputadas em eliminatórias, e o Benfica ontem não foi, sobretudo, feliz.
Quase nada há a apontar aos encarnados na abordagem a este jogo. As cautelas iniciais justificavam-se perante uma equipa que trazia a fama de ser muito perigosa no contra-ataque, e quando se tornou imprescindível, o Benfica foi capaz de correr riscos e assumir o jogo, mesmo com o desgaste de que sabemos padecer. A atitude de todos os jogadores foi notável, e bem mereciam um forte aplauso no final.
Não seria justo retirarmos mérito aos catalães. Ao longo de grande parte do jogo souberam pressionar muito o Benfica logo na sua primeira fase de construção, dificultando sobremaneira a sua transição defesa-ataque. Povoaram bem o meio-campo, foram uma equipa tremendamente organizada (um 4-2-3-1 movendo-se de forma quase militar), e souberam sofrer quando foi caso disso. Contaram com uma guarda-redes inspirado, como infelizmente se vai tornando tradição das equipas que visitam a Luz. Foram felizes.
As equipas espanholas são uma verdadeira maldição para os encarnados. Celta, Barcelona, Villarreal, agora Espanhol foram nos últimos anos verdugos da equipa benfiquista. São conjuntos com um ritmo competitivo muito forte, e que sabem como nenhumas outras temporizar o jogo à medida das suas necessidades. Adormecem o adversário, retiram-lhe fluidez e imaginação – se Montjuic me fizera recordar Vigo, ao longo do jogo de ontem várias vezes me lembrei do Benfica-Villarreal do ano passado, que culminou com uma derrota, como todos se lembram.
Se os italianos são mestres na defesa – dando por vezes um aparente domínio ao adversário, deixando-o galvanizar-se para, no contra-ataque, aproveitarem os espaços com cínica eficácia –, se os ingleses assumem o ataque, controlam o jogo aéreo e os flancos, e são capazes de asfixiar os adversários, os espanhóis têm esta incrível capacidade para retirarem imaginação às equipas contrárias, impondo os seus ritmos, mesmo se lentos e pastosos. Se o futebol italiano tem a sua alma na defesa e o inglês no ataque, o espanhol encontra-a no meio-campo.
O maior destaque individual entre os encarnados vai para Rui Costa, que não merecia de modo algum a eliminação. Todos os outros estiveram em plano aceitável sem todavia deslumbrarem. Nelson foi o mais infeliz, e é já de certo modo um dos alvos do “terceiro anel” – sendo claramente uma das principais vítimas da falta de alternativas que existem no plantel encarnado.
O árbitro acabou por perdoar uma grande penalidade ao Benfica, por falta de Léo já nos instantes finais (logo no estádio me apercebi de imediato da falta que, diga-se, compensa um penálti por assinalar em Barcelona a favor do Benfica), enquanto que analisou bem uma queda de Miccoli na primeira parte, que também desde logo poucas dúvidas me deixou. Ao longo do jogo realizou uma arbitragem algo irritante, com muitas interrupções (varias vezes desnecessárias), não beneficiando em nada o espectáculo.
Fica assim encerrado este capítulo. O Benfica perdeu a hipótese de ultrapassar uma equipa que, apesar de tudo, estava ao seu alcance, o que deixa um enorme travo a frustração. Mas aqueles sessenta minutos de Montjuic…
Resta o campeonato, sobretudo no que ao segundo lugar diz respeito. Resta também o consolo de ter sido, pelo segundo ano consecutivo, a melhor equipa lusa em provas internacionais. Que fiquem também algumas lições para a próxima temporada, tema a que certamente voltarei oportunamente.
Sete (!!!) oportunidades claras de golo desperdiçou o Benfica na noite de ontem, perante um Espanhol que apenas conseguiu criar perigo em duas situações.
Há muitos problemas nesta equipa do Benfica: desequilíbrios na construção do plantel, indefinições, jogadores limitados de forma irreversível etc. Alguns desses aspectos foram aqui abordados na crónica ao jogo de Aveiro. Mas cingindo a análise aos noventa minutos de ontem, a conclusão só pode ser uma: mesmo sem fazerem uma exibição de encher o olho, tratou-se de uma tremenda injustiça os encarnados não terem ganho este jogo, e com ele, a eliminatória.
Bastava uma das situações acima descritas ter resultado em golo, e agora estaríamos todos a glorificar a equipa e o seu técnico por, com tão poucos recursos, terem chegado tão longe. É assim o sortilégio do futebol. Antes de mais trata-se de um jogo, onde a felicidade dita leis, sobretudo quando estamos perante competições disputadas em eliminatórias, e o Benfica ontem não foi, sobretudo, feliz.
Quase nada há a apontar aos encarnados na abordagem a este jogo. As cautelas iniciais justificavam-se perante uma equipa que trazia a fama de ser muito perigosa no contra-ataque, e quando se tornou imprescindível, o Benfica foi capaz de correr riscos e assumir o jogo, mesmo com o desgaste de que sabemos padecer. A atitude de todos os jogadores foi notável, e bem mereciam um forte aplauso no final.
Não seria justo retirarmos mérito aos catalães. Ao longo de grande parte do jogo souberam pressionar muito o Benfica logo na sua primeira fase de construção, dificultando sobremaneira a sua transição defesa-ataque. Povoaram bem o meio-campo, foram uma equipa tremendamente organizada (um 4-2-3-1 movendo-se de forma quase militar), e souberam sofrer quando foi caso disso. Contaram com uma guarda-redes inspirado, como infelizmente se vai tornando tradição das equipas que visitam a Luz. Foram felizes.
As equipas espanholas são uma verdadeira maldição para os encarnados. Celta, Barcelona, Villarreal, agora Espanhol foram nos últimos anos verdugos da equipa benfiquista. São conjuntos com um ritmo competitivo muito forte, e que sabem como nenhumas outras temporizar o jogo à medida das suas necessidades. Adormecem o adversário, retiram-lhe fluidez e imaginação – se Montjuic me fizera recordar Vigo, ao longo do jogo de ontem várias vezes me lembrei do Benfica-Villarreal do ano passado, que culminou com uma derrota, como todos se lembram.
Se os italianos são mestres na defesa – dando por vezes um aparente domínio ao adversário, deixando-o galvanizar-se para, no contra-ataque, aproveitarem os espaços com cínica eficácia –, se os ingleses assumem o ataque, controlam o jogo aéreo e os flancos, e são capazes de asfixiar os adversários, os espanhóis têm esta incrível capacidade para retirarem imaginação às equipas contrárias, impondo os seus ritmos, mesmo se lentos e pastosos. Se o futebol italiano tem a sua alma na defesa e o inglês no ataque, o espanhol encontra-a no meio-campo.
O maior destaque individual entre os encarnados vai para Rui Costa, que não merecia de modo algum a eliminação. Todos os outros estiveram em plano aceitável sem todavia deslumbrarem. Nelson foi o mais infeliz, e é já de certo modo um dos alvos do “terceiro anel” – sendo claramente uma das principais vítimas da falta de alternativas que existem no plantel encarnado.
O árbitro acabou por perdoar uma grande penalidade ao Benfica, por falta de Léo já nos instantes finais (logo no estádio me apercebi de imediato da falta que, diga-se, compensa um penálti por assinalar em Barcelona a favor do Benfica), enquanto que analisou bem uma queda de Miccoli na primeira parte, que também desde logo poucas dúvidas me deixou. Ao longo do jogo realizou uma arbitragem algo irritante, com muitas interrupções (varias vezes desnecessárias), não beneficiando em nada o espectáculo.
Fica assim encerrado este capítulo. O Benfica perdeu a hipótese de ultrapassar uma equipa que, apesar de tudo, estava ao seu alcance, o que deixa um enorme travo a frustração. Mas aqueles sessenta minutos de Montjuic…
Resta o campeonato, sobretudo no que ao segundo lugar diz respeito. Resta também o consolo de ter sido, pelo segundo ano consecutivo, a melhor equipa lusa em provas internacionais. Que fiquem também algumas lições para a próxima temporada, tema a que certamente voltarei oportunamente.
4 comentários:
LF
Já foi a Taça de Portugal, Liga dos Campeões, Taça UEFA e a Liga Bwin estamos a lutar pelo 1º lugar, mas com poucas hipoteses de vencer e temos de estar com o olho no retrovisor, portanto está muito complicado
Este jogo, foi o espelho da nossa época, 1ª parte de contenção trocar a bola e esperar para ver o que vai dar, 2ª parte de aflição para marcar um golito ou para dar a volta ao resultado, esta é a estrategia do nosso treinador, aceito que o plantel é curto, mas o FS deu cabo do balneário do Benfica, metade do plantel está descontente, o Mantorras já falou ontem, falta saber a opinião do Manú, Paulo Jorge, Miguelito, Marco Ferreira, Beto e em especial do Moreira, jogadores que o Treinador não conta, nem acredita no seu valor como jogadores
O Treinador do Benfica, não é agressivo nas substituições, faz troca por troca, ontem tirou o Nuno Gomes para entrar o Mantorras, tirou o Nelson para meter o Katsouranis e tirou o Karagounis para meter o Derlei, este em baixa de forma, sem ritmo e sem vontade de fazer algo importante para a equipa
Eu penso, que perder por um ou perder por dois é a mesma coisa, em jogos a eliminar, e necessitando o Benfica de marcar pelo menos um golo, deveria ser mais agressivo, tirando um defesa e mantendo o Nuno Gomes, que a qualquer momento se pode enganar e marcar um golo, acho que com 3 avançados na area era mais complicado para o Espanhol, assim como trocar o Karagounis pelo Manú, ficando o Simão no lado esquerdo e o Manú no lado direito, abrindo assim a frente de ataque, de certeza que iria criar mais problemas para o adversario defender
É nestas situações, que se separam as águas, entre os bons e os medianos treinadores, um bom treinador arrisca (nestas alturas a frescura fisica fica para segundo plano, a adrenalina e a vontade competitiva superam tudo), os treinadores medianos, trocam jogadores para as mesmas posições com medo de sofrerem golos e para não serem criticados, enfim a nossa bolsa só chega para estes treinadores,
Pacência !!!
Pois, mas...
se uma das bolas que foi ao poste tivesse entrado tudo estava bem e tinha sido uma noite de grande glória.
O futebol tem uma grande componente aleatória, e ontem a sorte não esteve do nosso lado.
Vamos ver como reage a equipa.
LF
Não estava tudo bem, "cego não é o que não ve, mas sim, o que não quer ver" e como o LF sabe, eu não sou politicamente correcto, todos nós sabiamos, que o Benfica não está bem e que o problema não é só cansaço e o plantel ser muito curto, há grandes problemas de balneario, os jogadores não estão de acordo com o treinador, há 2 grupos:
1º os que jogam
2º os que treinam os titulares
ora como é sabido, isto não pode dar grande resultado, o gráu de empenho não é o mesmo, há jogadores que treinem bem ou mal nunca são chamados á titularidade, assim como os titulares se treinarem mal, jogam na mesma, isto é uma grande injustiça
Não é necessário ir ver os treinos(até porque são á porta fechada)para perceber essa injustiça, alguns jogadores titulares andam-se a arrastar durante os jogos, não podem fazer grandes treinos isto está aos olhos de toda a gente, não é necessário ser-se muito inteligente para ver que os 12 ou 13 jogadores titulares, não iam aguentar as 3 competições e a lutar para as ganhar, era impossivel, houve jogos e momentos dos jogos em que ele poderia ter posto a jogar outros jogadores, dando-lhes hipoteses de fazer o que mais gostam que é competir e sentirem-se uteis
Para mim o grande responsável pelo cansaço fisico e psicologico, só pode ser o treinador, não soube gerir os jogadores ao seu dispor, quer fisicamente, quer mentalmente
Acredito que não seja da minha opinião, mas esta é minha maneira de ver as coisas
É um ponto de vista que compreendo.
Só me parece que esses outros jogadores são muito piores do que os 13 ou 14 que têm jogado, e não dariam grandes garantias, para além de a sua entrada se poder reflectir nos automatismos da equipa.
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