UM PONTO IMPORTANTE NUMA DEMONSTRAÇÃO DE REALISMO
Ao empatar no terreno de um dos adversários directos, a selecção nacional deu ontem um passo importante rumo ao apuramento para o Euro 2008.
Pode-se argumentar que a vitória esteve perto de ser alcançada – deixando com isso este resultado um travo ligeiramente amargo – mas a verdade é que os apuramentos conseguem-se com pontos, e quando estão em causa dois candidatos, um ponto para um são também menos dois para o outro, sobretudo se o outro joga em sua casa.
Não se pode dizer que a equipa de Scolari não fez por ganhar o jogo, sobretudo na segunda parte onde praticamente só Portugal existiu. O guarda-redes sérvio foi um dos melhores em campo, realizando um punhado de grandes intervenções que impediram a nossa selecção de chegar à vitória. Mesmo no pior período de Portugal – após o golo madrugador seria naturalmente de esperar uma firme reacção de quem jogava em casa – não sucederam grandes ocasiões de golo para os sérvios, pelo menos em número idêntico às que Portugal foi depois criando com o decorrer do jogo. Mas a imagem que fica desta partida foi a de uma equipa madura, experiente, a fazer correr o jogo a seu jeito, e a conseguir um resultado que a favorecia em termos de classificação. É assim este Portugal, e ainda bem.
Já se sabe que agora os habituais críticos do seleccionador português o vão acusar de não ter utilizado de início o jogador querido da crítica e das bancadas (Ricardo Quaresma), insistindo na ideia de que com ele Portugal venceria facilmente o jogo.
Não só não concordo, como percebo perfeitamente a opção de Scolari de, em jogo fora contra o eventualmente mais temível adversário desta fase de qualificação, ter privilegiado o sentido colectivo da equipa dando-lhe o equilíbrio que um jogador como Simão confere, em detrimento de um artista, capaz de momentos de levantar o estádio é certo, mas demasiado intermitente nas suas acções (ao contrário também da exuberante constância de Ronaldo) e algo displicente na sua movimentação em campo, o que naturalmente seria susceptível de causar alguns calafrios à nossa linha defensiva, em jogo, repito, onde convinha correr poucos riscos. Quaresma, ao contrário de Simão, tanto desequilibra no ataque, como na …defesa, perdendo por vezes bolas em zonas perigosas e em situações de descompensação, alheando-se da movimentação da equipa em muitos momentos de jogo, parecendo reservar-se demasiado para as famosas “trivelas”, sua imagem de marca. Mesmo com a Bélgica isso aconteceu. Scolari entende isso, como Adriaanse (que o pôs no banco), Victor Fernandez (que o queria dispensar) ou Rijkaard (que o dispensou mesmo).
No jogo de ontem destacaram-se Tiago e Petit, justamente o duo que permitiu que Portugal fosse crescendo com o tempo, até uma situação de controlo quase absoluto da bola e do jogo. Cristiano Ronaldo esteve a meio gás.
O árbitro da partida esteve mal, perdoando uma grande penalidade por falta clara sobre Simão ainda na primeira parte. Além disso, notou-se, e nota-se, que Portugal está a pagar o preço de alguns episódios do passado (Saltillo, meia-final de Bruxelas em 2000, agressão de João Pinto na Coreia, jogo com a Holanda, campanha inglesa contra Ronaldo), vendo as arbitragens suspeitarem de cada falta, de cada lance, sempre que cai um jogador português, não lhe perdoando pelo contrário qualquer reacção mais ácida, tomando assim uma dualidade de critérios que acaba por ser bastante perniciosa para as cores lusas. Cristiano Ronaldo particularmente, jogador correctíssimo, não pode cair nem reclamar que é de imediato ameaçado como um vilão de uma história muito mal contada.
A derrota da Finlândia deixou Portugal no segundo lugar do grupo, quando em apenas 6 jornadas já se deslocou a casa dos três rivais na luta pelo apuramento (Finlândia, Polónia e Sérvia). Temos pois o caminho aberto para, embora sem facilidades, alcançar o objectivo.
Viva Portugal !
Pode-se argumentar que a vitória esteve perto de ser alcançada – deixando com isso este resultado um travo ligeiramente amargo – mas a verdade é que os apuramentos conseguem-se com pontos, e quando estão em causa dois candidatos, um ponto para um são também menos dois para o outro, sobretudo se o outro joga em sua casa.
Não se pode dizer que a equipa de Scolari não fez por ganhar o jogo, sobretudo na segunda parte onde praticamente só Portugal existiu. O guarda-redes sérvio foi um dos melhores em campo, realizando um punhado de grandes intervenções que impediram a nossa selecção de chegar à vitória. Mesmo no pior período de Portugal – após o golo madrugador seria naturalmente de esperar uma firme reacção de quem jogava em casa – não sucederam grandes ocasiões de golo para os sérvios, pelo menos em número idêntico às que Portugal foi depois criando com o decorrer do jogo. Mas a imagem que fica desta partida foi a de uma equipa madura, experiente, a fazer correr o jogo a seu jeito, e a conseguir um resultado que a favorecia em termos de classificação. É assim este Portugal, e ainda bem.
Já se sabe que agora os habituais críticos do seleccionador português o vão acusar de não ter utilizado de início o jogador querido da crítica e das bancadas (Ricardo Quaresma), insistindo na ideia de que com ele Portugal venceria facilmente o jogo.
Não só não concordo, como percebo perfeitamente a opção de Scolari de, em jogo fora contra o eventualmente mais temível adversário desta fase de qualificação, ter privilegiado o sentido colectivo da equipa dando-lhe o equilíbrio que um jogador como Simão confere, em detrimento de um artista, capaz de momentos de levantar o estádio é certo, mas demasiado intermitente nas suas acções (ao contrário também da exuberante constância de Ronaldo) e algo displicente na sua movimentação em campo, o que naturalmente seria susceptível de causar alguns calafrios à nossa linha defensiva, em jogo, repito, onde convinha correr poucos riscos. Quaresma, ao contrário de Simão, tanto desequilibra no ataque, como na …defesa, perdendo por vezes bolas em zonas perigosas e em situações de descompensação, alheando-se da movimentação da equipa em muitos momentos de jogo, parecendo reservar-se demasiado para as famosas “trivelas”, sua imagem de marca. Mesmo com a Bélgica isso aconteceu. Scolari entende isso, como Adriaanse (que o pôs no banco), Victor Fernandez (que o queria dispensar) ou Rijkaard (que o dispensou mesmo).
No jogo de ontem destacaram-se Tiago e Petit, justamente o duo que permitiu que Portugal fosse crescendo com o tempo, até uma situação de controlo quase absoluto da bola e do jogo. Cristiano Ronaldo esteve a meio gás.
O árbitro da partida esteve mal, perdoando uma grande penalidade por falta clara sobre Simão ainda na primeira parte. Além disso, notou-se, e nota-se, que Portugal está a pagar o preço de alguns episódios do passado (Saltillo, meia-final de Bruxelas em 2000, agressão de João Pinto na Coreia, jogo com a Holanda, campanha inglesa contra Ronaldo), vendo as arbitragens suspeitarem de cada falta, de cada lance, sempre que cai um jogador português, não lhe perdoando pelo contrário qualquer reacção mais ácida, tomando assim uma dualidade de critérios que acaba por ser bastante perniciosa para as cores lusas. Cristiano Ronaldo particularmente, jogador correctíssimo, não pode cair nem reclamar que é de imediato ameaçado como um vilão de uma história muito mal contada.
A derrota da Finlândia deixou Portugal no segundo lugar do grupo, quando em apenas 6 jornadas já se deslocou a casa dos três rivais na luta pelo apuramento (Finlândia, Polónia e Sérvia). Temos pois o caminho aberto para, embora sem facilidades, alcançar o objectivo.
Viva Portugal !
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