DEZ TORMENTOSOS MINUTOS DEIXAM NAU ENCARNADA EM PERIGO
Conforme Fernando Santos referiu na flash-interview da RTP, é de facto uma pena não ser possível apagar os dez minutos posteriores à saída de Luisão, ocorrida ainda na primeira parte deste PSG-Benfica. Se assim pudesse ser, os encarnados teriam vencido por 1-0 de forma justíssima, teriam criado a quase totalidade das ocasiões de golo da partida, e estavam agora numa posição extremamente confortável em termos de eliminatória.
Mas o futebol é aquilo que é, e não aquilo que em certos momentos a nós nos daria jeito que fosse. Este delicioso desporto até faz gala em desprezar frequentemente aquilo que se afigura mais justo ou pertinente face à valia das equipas em presença. Guia-se, pelo contrário, por uma soma de circunstancialismos variados que de forma pouco menos que aleatória convergem para um determinado desfecho.
Tem que se dizer que o Benfica teve muito azar nesta primeira mão e que, se mesmo assim conseguiu transportar a decisão da eliminatória para a Luz, então não há lugar ao desânimo que uma derrota normalmente justificaria. Começando na ausência de última hora do influente Katsouranis, passando pela dramática saída de Luisão, até à lesão do jovem João Coimbra, de tudo aconteceu nesta mal fadada jornada europeia. Talvez sem toda esta tamanha dose de infelicidade o clube da Luz pudesse estar agora com a passagem quase assegurada, tal foi a diferença de valores verificada nos minutos iniciais do jogo, aqueles em que o peso da deusa fortuna ainda não se tinha feito sentir.
Efectivamente, à passagem da primeira meia hora os encarnados dominavam a seu bel-prazer a bola e o jogo, dando a ideia de que mais minuto menos minuto marcariam novo golo, e quem sabe mais outro ainda, resolvendo já hoje a questão.
A lesão de Luisão - sem Katsouranis em campo - tornou-se tremendamente penalizadora para a equipa. Fernando Santos teve de fazer entrar o jovem estreante David Luiz que, sem ter sequer tempo para aquecer, demorou a serenar os seus nervos ( ...e os da equipa), tempo suficiente para o PSG marcar dois golos e virar de pernas para o ar um jogo que estava até então completamente nas mãos do Benfica.
Temeu-se o pior, mas após o intervalo os encarnados fizeram aquilo que tinham de fazer: voltar a atacar, afastar o jogo das imediações da sua área e procurar o segundo golo. Miccoli por duas vezes, David Luiz e Karagounis tiveram excelentes possibilidades de restabelecer um empate que, esse sim, seria um bom resultado, mas a sorte voltou, também aí, a não querer vestir de vermelho.
Na ponta final do jogo o Benfica pareceu algo temeroso de insistir no risco do ataque, enquanto a equipa francesa não mostrava grandes argumentos para lograr o terceiro golo, que seria trágico para as ambições encarnadas.
Em termos individuais há que destacar Simão, Karagounis, Petit e Nelson como os elementos em maior evidência. David Luiz, depois de um período de enorme perturbação, acabou por mostrar alguns bons argumentos, sobretudo na elegância da sua movimentação e toque de bola. Também João Coimbra revelou ser opção credível para batalhas futuras, acabando traído por uma inoportuna lesão.
Miccoli esteve muito abaixo do que pode e sabe, enquanto que Nuno Gomes também nada trouxe de novo. Anderson pareceu sentir fortemente a ausência do seu habitual parceiro, não sendo o patrão que a defesa benfiquista a partir desse momento necessitaria.
Deste jogo resulta também a prova – consubstanciada numa evitável derrota - em como o plantel encarnado é demasiado limitado para sonhar alto, e o quanto errada foi a abordagem da direcção encarnada na abertura do mercado de inverno, no qual ao invés de se reforçar, acabou por destapar bastantes fragilidades, mormente do meio campo para trás. Mau grado algumas boas indicações dadas pelos mais jovens, ao Benfica faltou a tranquilidade que outro tipo de opções de banco asseguraria. E o pior ainda pode estar para vir – veremos que gravidade tem a lesão de Luisão.
Do árbitro não se pode o Benfica queixar, pois em dois momentos ficou no ar a sensação de grande penalidade. Primeiro uma mão de Nélson, depois uma carga de Léo.
Fica assim tudo em aberto para a Luz, se bem que não se possa escamotear a evidência, eu diria, lapalissiana, de que a vantagem está do lado dos franceses. O Benfica terá que fazer um jogo ao seu melhor nível, e não ser tão fustigado pelo azar de hoje para seguir em frente. A esperança mantém-se de pé, mas o panorama da eliminatória apresenta-se hoje bem mais negro que ontem.
Mas o futebol é aquilo que é, e não aquilo que em certos momentos a nós nos daria jeito que fosse. Este delicioso desporto até faz gala em desprezar frequentemente aquilo que se afigura mais justo ou pertinente face à valia das equipas em presença. Guia-se, pelo contrário, por uma soma de circunstancialismos variados que de forma pouco menos que aleatória convergem para um determinado desfecho.
Tem que se dizer que o Benfica teve muito azar nesta primeira mão e que, se mesmo assim conseguiu transportar a decisão da eliminatória para a Luz, então não há lugar ao desânimo que uma derrota normalmente justificaria. Começando na ausência de última hora do influente Katsouranis, passando pela dramática saída de Luisão, até à lesão do jovem João Coimbra, de tudo aconteceu nesta mal fadada jornada europeia. Talvez sem toda esta tamanha dose de infelicidade o clube da Luz pudesse estar agora com a passagem quase assegurada, tal foi a diferença de valores verificada nos minutos iniciais do jogo, aqueles em que o peso da deusa fortuna ainda não se tinha feito sentir.
Efectivamente, à passagem da primeira meia hora os encarnados dominavam a seu bel-prazer a bola e o jogo, dando a ideia de que mais minuto menos minuto marcariam novo golo, e quem sabe mais outro ainda, resolvendo já hoje a questão.
A lesão de Luisão - sem Katsouranis em campo - tornou-se tremendamente penalizadora para a equipa. Fernando Santos teve de fazer entrar o jovem estreante David Luiz que, sem ter sequer tempo para aquecer, demorou a serenar os seus nervos ( ...e os da equipa), tempo suficiente para o PSG marcar dois golos e virar de pernas para o ar um jogo que estava até então completamente nas mãos do Benfica.
Temeu-se o pior, mas após o intervalo os encarnados fizeram aquilo que tinham de fazer: voltar a atacar, afastar o jogo das imediações da sua área e procurar o segundo golo. Miccoli por duas vezes, David Luiz e Karagounis tiveram excelentes possibilidades de restabelecer um empate que, esse sim, seria um bom resultado, mas a sorte voltou, também aí, a não querer vestir de vermelho.
Na ponta final do jogo o Benfica pareceu algo temeroso de insistir no risco do ataque, enquanto a equipa francesa não mostrava grandes argumentos para lograr o terceiro golo, que seria trágico para as ambições encarnadas.
Em termos individuais há que destacar Simão, Karagounis, Petit e Nelson como os elementos em maior evidência. David Luiz, depois de um período de enorme perturbação, acabou por mostrar alguns bons argumentos, sobretudo na elegância da sua movimentação e toque de bola. Também João Coimbra revelou ser opção credível para batalhas futuras, acabando traído por uma inoportuna lesão.
Miccoli esteve muito abaixo do que pode e sabe, enquanto que Nuno Gomes também nada trouxe de novo. Anderson pareceu sentir fortemente a ausência do seu habitual parceiro, não sendo o patrão que a defesa benfiquista a partir desse momento necessitaria.
Deste jogo resulta também a prova – consubstanciada numa evitável derrota - em como o plantel encarnado é demasiado limitado para sonhar alto, e o quanto errada foi a abordagem da direcção encarnada na abertura do mercado de inverno, no qual ao invés de se reforçar, acabou por destapar bastantes fragilidades, mormente do meio campo para trás. Mau grado algumas boas indicações dadas pelos mais jovens, ao Benfica faltou a tranquilidade que outro tipo de opções de banco asseguraria. E o pior ainda pode estar para vir – veremos que gravidade tem a lesão de Luisão.
Do árbitro não se pode o Benfica queixar, pois em dois momentos ficou no ar a sensação de grande penalidade. Primeiro uma mão de Nélson, depois uma carga de Léo.
Fica assim tudo em aberto para a Luz, se bem que não se possa escamotear a evidência, eu diria, lapalissiana, de que a vantagem está do lado dos franceses. O Benfica terá que fazer um jogo ao seu melhor nível, e não ser tão fustigado pelo azar de hoje para seguir em frente. A esperança mantém-se de pé, mas o panorama da eliminatória apresenta-se hoje bem mais negro que ontem.
Pede-se um Estádio da Luz cheio, que empolgue a equipa para uma grande noite europeia capaz de guindar os encarnados aos seus segundos quartos-de-final europeus consecutivos.
6 comentários:
o benfica teve azar é verdade mas pra uma equipa que quer ir à final nõ pode tremer assim tão facilmente e quem não consegue ganhar ao psg tb não merece ir muito longe terá de ser mesmo um benfica à benfica se é que eles ainda sabem o que isso é para derrotar o psg
Acima de tudo, uma equipa não pode pretender ir a uma final europeia e ser campeão nacional, com apenas dois centrais e meio no plantel.
LF
O FS meteu água outra vez !!!
1º- Troca de Nuno Gomes pelo Derlei
Jogador sem ritmo competitivo e nesta equipa parece um peixe fora de água, ainda não percebeu as movimentações atacantes e defensivas, não está preparado para substituir o Nuno Gomes, ainda por cima agora que o Nuno comecou a marca golos, não percebi a intenção do FS
2º- Troca de Katsouranis pelo João Coimbra, penso que equipa ficava a ganhar com a entrada de Paulo Jorge, jogador com mais experiência e muito mais rapido a levar a bola para o ataque, podendo descair para o lado esquerdo, a defender é mais completo, como deu indicações no Boavista e mesmo no inicio da época no Benfica
3º- Quando David Luíz entrou, não percebi a confusão, então não tinha já treinado com a equipa, o FS não sabia qual a posição do jogador no centro da defesa, não teria sido melhor apostar neste jogador no jogo com o Desp. das Aves, equipa que não tem grande caudal ofensivo, e precaver uma situação destas, eu não imagino o moral deste jogador, quando percebeu que o treinador não acreditava no seu valor, mesmo contra o ultimo classificado
4º- Ao intervalo o Benfica estava a perder 2-1, porque não tentou mudar a equipa para ganhar o jogo, pensou que este resultado até não era mau, pois tinhamos marcado um golo fora e ainda tinhamos o jogo da 2ª mão na Luz, esta ideia fica clara, quando saiu o João Coimbra e entrou o Beto, para segurar o resultado
Acho que este jogo também foi complicado para o treinador, perder o Katsouranis e o Luisão, faz tremer toda a estrutura da equipa, mas é para isso que as equipas têm treinadores, para resolverem os problemas durante os jogos, e o FS tinha outras opções ( apesar da equipa ser muito curta, e de haver uma grande diferença entre os titulares e os suplentes ) para fazer a equipa render mais
Enfim, na minha opinião, um mau jogo do FS, espero não pagar esta falha na Luz, seria muito mau ficar por aqui, na taça UEFA
Caro Catn,
Desculpe só agora responder.
Concordo com algumas observações, com outras não.
Então é assim:
1º Concordo que talvez não tenha sido a melhor altura para tirar Nuno Gomes. Ao fim e ao cabo estava a marcar.
2º Aqui não concordo. A entrada de Paulo Jorge iria implicar uma alteração do sistema de jogo, enquanto a do João COimbra era neutra nesse aspecto.
João Coimbra até nem esteve mal.
3º Concordo. Se bem que ninguém advinhasse a indisposição de Katsouranis a poucos minutos do inicio do jogo.
4ºO problema da equipa na primeira parte não era táctico. Era um problema de desnorte e ansiedade.
Após o intervalo o Benfica apareceu melhor, e só não empatou por infelicidade.
Espero que o Benfica passe, mas tenho algum receio do jogo da segunda mão.
Se os franceses marcarem primeiro vai ser complicado. Se o "0-0" se for prolongando no tempo, também.
Uma derrota é sempre uma derota. E esta foi-o.
LF
A entrada do Paulo Jorge não ia mudar o esquema táctico, para mim a posição de interior esquerdo está mais talhada para o Paulo Jorge, que para o João Coimbra, aceito que o João Coimbra até fez um jogo razoavel, mas penso que lhe falta chama
LF, o que me diz da entrada do Beto, só mesmo para segurar o resultado, para o FS perder 2-1 é bom, pois vai levar muita gente ao Estádio da Luz
Mas há o probléma dos "se" como referiu o LF,
"se o PSG marcar"
"se o Benfica não marcar rapido"
Nós portugueses gostamos de contas, mas as contas podem sair furadas, tivemos a oportunidade de ganhar, se o FS fosse mais agressivo nas substituições e demonstrar à equipa que queria ganhar o jogo, que não estava satisfeito com o resultado, mas meter o Nuno Gomes aos 60m e depois trocar o João Coimbra pelo Beto, demonstrou satisfação
Eu como adepto, não fiquei satisfeito
Acho que essa substituição e essa abordagem ao jogo não pode ser desligada do clima de nervosismo que a saída de Luisão lançou sobre a equipa.
Os últimos dez minutos da primeira parte fizeram todos pensar que "para pior antes assim".
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