A NOITE DA INDEPENDÊNCIA
Tinha aqui dito na antevisão da jornada europeia que seria extremamente difícil ao Benfica conseguir um resultado que, para além dos três pontos, o deixasse em situação favorável em termos de desempate (4-0) ou pelo menos (3-0) em igualdade perante os escoceses.
Pois a verdade é que nesta linda noite da Luz - que espectáculo dentro e fora do estádio, fazendo lembrar o Euro 2004 !, que adeptos fantásticos estes escoceses !-, o Benfica não só conseguiu, em parte, esse desiderato, como também viu o Manchester United perder em Copenhaga, o que para além de deitar por terra alguns comentários que na altura da visita do Benfica à Dinamarca se ouviram acerca da pseudo fragilidade da equipa nórdica (que havia aliás eliminado já o Ajax), tem o condão de permitir aos comandados de Fernando Santos dependerem apenas de si próprios para se apurarem para a fase seguinte, algo que parecia de todo improvável antes desta jornada.
Com efeito, esta carambola de resultados deixa a equipa da Luz em situação de, vencendo os dois jogos que lhe faltam (o que não será nada fácil, diga-se também), apurar-se matematicamente para os oitavos de final quaisquer que sejam os outros resultados, pois caso Celtic perca em casa frente ao Manchester será de imediato ultrapassado, caso ganhe seriam os ingleses a ficar pelo caminho, e em caso de empate no Celtic-Manchester (mantendo-se sempre a hipótese de o Benfica vencer os dois jogos que lhe faltam), ficariam três equipas empatadas com 10 pontos e em termos de desempate prevaleceria o critério da pontuação entre eles, sendo assim o Celtic o eliminado (faria apenas 4 pontos nos jogos com Benfica e Man.United). Até se pode dar o caso de o Benfica perder em Manchester e passar à fase seguinte com 7 pontos, isto se o Celtic perder os dois jogos.
Contas complicadas, mas que para o Benfica se resumem, para já, a ganhar, se possível por dois ou três golos de diferença (pois há ainda mais algumas variantes de resultados que podem entroncar no desempate por goal-average), ao Copenhaga na Luz no próximo dia 21.
Para esta saborosa auto-dependência de que hoje desfruta, o Benfica contou ontem em grande parte com a sorte que noutras ocasiões lhe faltou. Poder-se-á mesmo dizer que o Pai Natal chegou mais cedo à Luz, vestiu-se de verde, e chamou-se Caldwell.
Aos 22 minutos, sem que ainda houvesse grandes motivos para tal, o Benfica viu-se a vencer por 2-0, fruto de um auto-golo e um erro clamoroso do central internacional escocês.
Pode-se e deve-se dizer que o Benfica a partir desse momento soube aproveitar a fortuna que lhe caiu em mãos. Fez-se ao jogo, nunca deixou de atacar, e pelo que conseguiu, sobretudo ao longo do segundo tempo, justificou amplamente a vitória.
O Benfica de ontem foi corajoso, agressivo e organizado, características que nem sempre soubera ainda conciliar no que já leva a presente temporada. Dominou claramente o adversário e mostrou que o resultado da primeira volta fora um equívoco.
Foi uma vitória por números exagerados ? Talvez, mas não tanto como o havia sido a derrota de Glasgow, onde o Benfica equilibrou o jogo durante cerca de dois terços do mesmo, algo que o Celtic nunca conseguiu fazer em Lisboa, salvo nos momentos finais da primeira parte.
Em termos individuais há que salientar as prestações de Simão e Nuno Gomes, bem como o ressurgimento de Nélson a níveis próximos dos que exibira em alguns momentos da temporada passada. Léo também se exibiu em bom plano, tal como todo o meio campo encarnado. Destaque ainda para a exuberante entrada de Karyaka, que parece, agora sim, o internacional russo que conheciamos antes de chegar à Luz e que depois misteriosamente se eclipsou. Pela negativa Miccoli deu mostras de se encontrar algo debilitado, o que é natural em quem vem de uma amigdalite, e Luisão não foi aquela trave mestra que normalmente é, complicando muitas vezes aquilo que parecia simples, felizmente sem consequências.
Pontuações: Quim 3, Nélson 4, Luisão 2, Ricardo Rocha 3, Léo 3, Petit 3, Katsouranis 3, Nuno Assis 3, Simão 4, Nuno Gomes 4, Miccoli 2, Karyaka 4, Beto 2 e Mantorras 1.
Melhor benfiquista em campo: Não podendo ser Caldweel, optaria por Simão Sabrosa.
Palavra ainda para os excelentes jogos das outras equipas portuguesas na Alemanha, embora o resultado do Sporting saia ensombrado pela vitória do Inter em Moscovo, o que deixa os leões na obrigação de agora vencer em Milão para seguir em frente.
7 pontos numa jornada é muito bom para Portugal, que neste momento, a duas jornadas do fim da fase de grupos, tem todas as equipas apenas dependentes de sí próprias para seguirem em frente.
Dentro de três semanas volta o grande espectáculo da Champions League, numa fase em que todos os jogos serão de importância absolutamente vital.
3 comentários:
LF
Grande noite Europeia para o nosso Benfica
Já se sabia que o Celtic era extremamente forte no seu campo, mas fora era uma equipa, com poucos recursos atacantes e permissivos na defesa, depois o Caldwell foi amigo, marcou um golo e fez assistência para o Nuno Gomes
Agora, está tudo em aberto
Manchester = 9 pontos
Celtic = 6 pontos
Benfica = 4 pontos
Copenhaga = 4 pontos
O Benfica tem de ganhar ao Copenhaga em casa
O Manchester tem de ganhar em Glasgow
Manchester = 12 pontos
Benfica = 7 pontos
Celtic = 6 pontos
Copenhaga = 4 pontos
O Celtic vai jogar com o Copenhaga em casa deste, o Copenhaga em caso de vitória fica com 7 pontos, ficando apurado para a UEFA, o Celtic não é grande coisa a jogar fora de casa, portanto talvez não seja necessário vencer ao Manchester, para passar aos oitavos de final
O terminus deste grupo pode ser mais facil do que se estava á espera
Do jogo Benfica-Celtic, não há nada a dizer, pois o LF já falou e bem deste jogo
Passem na Ibéria.
Catn,
Alguns problemas informáticos só agora me permitiram responder.
Embora o resultado que mais convenha ao Benfica seja a vitória do Manchester em Glasgow (ou pelo menos o empate), a verdade é que o Glorioso apenas depende de si próprio.
A questão está em ter ou não de ganhar em Old Trafford, o que de fácil não tem nada, sobretudo caso o Manchester ainda não esteja qualificado na altura.
Vamos acreditar.
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