ANÁLISE INDIVIDUAL

QUIM (3) Teve pouquíssimo trabalho, realizando apenas uma defesa de relevo. Uma falha numa intercepção ainda no primeiro tempo não chega para pôr em causa o seu trabalho e a sua merecidíssima titularidade.
NELSON (4) Sendo o elemento do sector defensivo com maior vocação atacante, seria naturalmente de esperar que estivesse em plano de maior evidência numa partida com estas características. “Netcha” não desaproveitou a ocasião fazendo uma primeira parte de muito bom nível. Apagou-se um pouco no período final do jogo, como toda a equipa, mas fica ideia de estar a caminho da forma que fulgurantemente exibiu nos seus primeiros jogos de vermelho vestido.
LUISÃO (3) O Áustria de Viena nunca foi capaz de pôr à prova a linha defensiva do Benfica. Luisão realizou um ou outro bom corte, mas não teve trabalho suficiente para exibir toda a sua reconhecida autoridade e capacidade.
ANDERSON (3) O que se disse para Luisão é absolutamente pertinente para o seu parceiro do lado. No pouco que teve de fazer esteve seguro.
RICARDO ROCHA (3) Certamente motivado pela chamada à selecção de Scolari, o polivalente benfiquista entrou com vontade de evidenciar a sua presença. Sabe-se que não é lateral de raiz, e como tal sente algumas dificuldades sempre que tem de jogar em profundidade. Por esse motivo a sua exibição acabou por não ter a continuidade que os momentos iniciais prometiam, não saindo todavia de um registo positivo.
PETIT (3) Está muito longe da sua melhor forma, o que é perfeitamente natural num jogador que teve pouco mais de uma semana de férias após o Mundial. Mesmo assim acabou por ficar na história da partida marcando o terceiro golo (num lance em que o mais difícil seria mesmo não concretizar). Tentou, em vão, a sua forte meia distância na sequência de livres à entrada da área.
KATSOURANIS (3) Impressiona desde logo pela planta física. É um cabeça-de-área tradicional, jogando curto e valendo-se dum apuradíssimo sentido posicional para cortar linhas de passe e compensar as subidas dos companheiros. O jogo não lhe exigiu muito, acabando por estar também num dos golos (o segundo), através de um cabeceamento que isolou Nuno Gomes.
MANU (4) Uma das unidades de maior e mais constante rendimento. Dotado de uma velocidade estonteante, parece voar dentro do campo tal a leveza com que corre. Se juntarmos a isso um bom domínio de bola e sentido de passe, temos jogador. Manu, que esteve em dois dos golos, foi uma (muito) agradável surpresa na noite de ontem, e a jogar assim não se vê como possa perder a titularidade.
NUNO GOMES (4) Apesar de, tal como Petit, ter também estado no Mundial da Alemanha, Nuno apareceu em grande neste primeiro jogo na Luz, à semelhança aliás do que sucedera em Viena. Voltou a marcar (dois golos em dois jogos, para começar, não é nada mau), cumprindo aquilo que se pede a um ponta-de-lança, mas para além disso soube interpretar muito bem a “música” que brotava dos pés do maestro Rui Costa, complementando-o com constantes tabelinhas e desmarcações. Foi de uma dessas tabelinhas que resultou o golo do “dez” que abriu caminho à vitória.
PAULO JORGE (2) Foi o elemento em menor destaque na frente de ataque e em toda a equipa, mais por infelicidade em dois ou três momentos que podiam ter marcado a sua exibição, do que por falta de vontade de agradar que, diga-se, nunca lhe faltou. Se se concretizar a continuidade de Simão no plantel, poderá sair-lhe a fava, o que representará uma acrescida pressão sobre as costas do ex-boavisteiro, ainda nos seus primeiros passos de águia ao peito. Já mostrou (em Viena) que é capaz de fazer melhor.
BETO (3) É absolutamente incompreensível a forma como os sócios do Benfica o receberam, demonstrando, pelos vistos, não estar satisfeitos com a sua permanência no plantel. O que vale a Beto é a sua capacidade de se alhear da pressão que lhe cai das bancadas e jogar com tranquilidade e segurança, o que mais uma vez fez. Já se sabe que não é nenhum Rui Costa, mas as equipas também necessitam de carregadores de piano. De piano às costas, Beto foi, é, e será elemento de extrema utilidade no plantel encarnado.
FONSECA (2) Esteve pouco tempo em campo, mas o suficiente para verificar que se trata de um jogador com cultura do lugar e com estrutura física para se fazer notar ao longo da época.
MANTORRAS (2) O povo adora-o e, ao contrário de Beto, não precisa de fazer grande coisa para receber constantes ovações das bancadas da Luz. A vida tem destas coisas. Gostei de o ver encostado à linha do lado direito, lugar onde poderá ser mais útil à equipa do que propriamente como ponta de lança (Camacho já o utilizara dessa forma).

Na equipa austríaca só o guarda-redes demonstrou argumentos para disputar uma Liga dos Campeões. O árbitro norueguês (que apitou a última final da prova), esteve irrepreensível.

2 comentários:

Anónimo disse...

Parece que já temos um extermo direito ( Manú ), dinamico, veloz, com bom toque de bola e a jogar para o coléctivo, este puto nunca me enganou

Vai dar muitas alegrias aos adeptos do Benfica e mais tarde a nossa Selecção

Só espero que a fama não lhe suba á cabeça

Anónimo disse...

Ainda é cedo para tirar conclusões definitivas.
É um jovem, veremos como ele aguenta a pressão de uma época inteira, de Liga dos Campeões, de dinheiro, de projecção mediática etc.
Oxalá concretize tudo aquilo que prometeu ontem.