UM GOLO, TRÊS PONTOS

De facto, quem fizer um pequeno vídeo com os melhores momentos de Arthur Cabral no Benfica, poderá lá colocar um golo de calcanhar no último minuto em Salzburgo, um golo de bicicleta na Reboleira, uma assistência de costas contra o Braga na Luz, um belo cabeceamento a evitar a derrota em Guimarães, e agora um excelente golo a dar três pontos em Rio Maior. De resto não sobra nada, e havia nove jogos que não marcava, mas na verdade há que reconhecer que o homem tem o condão de protagonizar singulares momentos de brilhantismo. E desta vez desbloqueou uma partida que se afigurava difícil - uma vez mais, devido à ineficácia, ou melhor dizendo, à falta de presença na área contrária.
Vamos ser simpáticos: Arthur Cabral, Marcos Leonardo e Casper Tengstedt até podem nem ser maus jogadores de todo. Digamos que qualquer um deles poderá fazer o seu vídeo. Acontece que nenhum deles está talhado para o perfil de jogo deste Benfica, como estava, na época passada, Gonçalo Ramos. Nenhum deles se sente confortável sozinho no ataque, a ter de morder os calcanhares dos laterais contrários. E para ser justo na análise, gostava de os ver um dia, noutro contexto, num esquema de 4-4-2, com um parceiro ao lado.
Cardozo teve Saviola, Lima e Rodrigo. Mitroglou e Raul Jimenez tiveram Jonas. Seferovic tinha Félix. E só Darwin se sentia bem sozinho na frente, pois era veloz, intenso, físico e finalizador.
Tivesse Cardozo sido obrigado a jogar sozinho na frente, neste esquema táctico, e decerto não marcaria quase 200 golos como marcou.
Dir-me-ão: então porque não se muda o sistema? A resposta é fácil: para já não há Saviola, nem Jonas, nem Félix, e mesmo os restantes jogadores não estariam vocacionados para essa mudança. Rafa tinha de ir para uma ala, o meio-campo ficava mais exposto (sem um Fejsa, um Matic ou um Javi Garcia), e o rendimento de João Neves talvez não fosse o mesmo. Além de ter sido este o sistema com que Schmidt foi campeão, sendo lícito que insista em tentar, até para lá dos limites, adaptar um dos seus pontas-de-lança à função. Até agora sem grande sucesso. Veremos o que falta, e que ainda é muito. 
Ou seja, o Benfica 2023-24 é um puzzle difícil de montar, que vai ganhando aos soluços, graças a inspirações individuais - quase sempre de Rafa ou Di Maria, neste caso do improvável Cabral.
A história do jogo passa por aqui. Um Benfica a chegar perto da área com alguma facilidade, mas sem peso, nem presença dentro dela. Uma história tantas vezes repetida, e que já custou alguns pontos. Os suficientes para não estar na liderança, e ver um Sporting (esse sim, com um grande avançado, que encaixa como uma luva na equipa) sem vacilar, nem dar mostras de enfraquecimento.
Enfim, agora vem mais uma estúpida paragem para jogos amigáveis da selecção. Na época passada as consequências foram iam sendo trágicas. Veremos se desta vez as coisas correm melhor ao Benfica, e pior para outros lados.
Uma coisa é certa: está tudo em aberto.

6 comentários:

Brytto disse...

Exactamente a explicação que destes. É claro que os avançados rápidos e móveis sãos os mais procurados pois permitem esticar o jogo no campo todo e é essa a tendência actual, sendo Haaland o expoente máximo do género. Contudo, estou certo que para o ano sem Rafa e com o tal que tem 3 pulmões e estes avançados (jovens, acrescente-se) vai mudar para o 442.
Por isso eu já tinha dito que as contratações foram ao lado, pois a qualidade julgo estar lá … enfim, sendo otimista 😅

Anónimo disse...

Não vale a pena arranjar mais cenários para o mau momento do Benfica. Vamos ganhando por 1 a zero e o golo acontecendo sempre por um rasgo individual de um qualquer jogador e nunca pelo resultado do jogo colectivo, aliás, como já alguém aqui escreveu e bem. Esta situação não vai resultar sempre e todos temos essa noção, assim não vamos a lado nenhum, mais cedo ou mais tarde iremos uma vez mais ser humilhados como no Porto (só não fazemos é de propósito como diz o outro). O problema está identificado, chama-se Roger Schmidt ponto final. Ainda agora com o CP o Tino saiu porquê? Porque não o Di Maria? O João Mário tinha que jogar de inicio porque carga d'agua? Porque equilibra a equipa como diz o outro? Enfim, isto é o mesmo que chover no molhado. J.Ferreira.

Anónimo disse...

Um golo, 3 pontos. Basta!

joão carlos disse...

e há quantos jogos é que o tensted não marca, alias quantos é que marcou é mais a pergunta, o tão adorado dos especialista da bola.

mas dizer que o arthur cabral não marcava a nove jogo é desonesto, em quantos desses nove jogos é que ele jogou, em quantos desses nove jogos é que foi titular e quantos minutos é que jogou nesses nove jogos, num deles até entrou nos descontos.
o curioso é que o homem marcava há quatro jogos seguidos o treinador decide, e bem, que deve ficar um jogo a descansar depois disso nunca mais foi titular e depois a culpa é do arthur cabral.

já gora tivemos dez cantos antes do arthur entrar apenas num criamos perigo, depois dele entrar tivemos tres apenas e num deles não marcamos porque mais uma vez com a baliza ao dispor conseguimos falhar.
este ano sempre fomos uma nódoa nas bolas paradas apenas tivemos um breve período em que funcionaram, curiosamente o período em que o avançado que esteve nove jogos sem marcar foi titular.

Anónimo disse...

Já está mais que provado que tanto o presidente como o treinador são incompetentes e os responsáveis pela mediocridade que se passa no Benfica.

Mas, mesmo assim, com o plantel que temos poder-se-ia fazer muito melhor. Basta que sejam corridos do 11 jogadores que não tem compromisso e foco total em ganhar, o que é exigido a todos num desporto coletivo. Jogadores como rafa, di Maria e neres não tem lugar em equipas que queiram ganhar títulos pq não são jogadores completos (que ataquem quando se tem bola e defendam quando não se tem e a tentem sempre recuperar).

Com este 11 ainda poderemos sonhar:
Trubin
Bah, Antonio Silva, Ota, Aursness
Neves, tino, kokcu
Gouveia, Arthur/ marcos, tengstedt

Todas as escolhas baseadas na entrega, na raça e no compromisso total tanto a defender como a atacar

Benfiquista a sério


Anónimo disse...

Rui Costa é o melhor presidente de clubes em Portugal e Roger Schmidt é o melhor treinador, aliás, desde Ericson. A sério!!