À PORTA DOS QUARTOS

O Benfica fez o que se lhe pedia: ganhou o jogo, conseguiu uma vantagem sólida, abriu as portas da eliminatória, e agora, em condições normais, muito dificilmente deixará de marcar presença nos quartos-de-final da Champions League pela segunda vez consecutiva (algo que não acontece no clube desde a década de sessenta, e com nenhum clube português desde os anos noventa).
Devo dizer que o resultado acabou por saber a pouco, face às oportunidades criadas e à superioridade patenteada. Quatro? Cinco? Seis? Perdi a conta ao número de lances em que os encarnados desperdiçaram golos mais ou menos cantados, quer na primeira, quer na segunda parte. A eliminatória podia ter ficado selada. Ficou apenas bem encaminhada.
O Brugge ainda assustou no início, com uma entrada afirmativa, mas rapidamente Roger Schmidt e a sua equipa perceberam o que tinham de fazer para retirar ao adversário o controlo de jogo. Sobrou Noa Lang, de facto um jogador acima do contexto do futebol belga. Dos vinte minutos em diante, mandou o Benfica.
Individualmente, destacaria Chiquinho e Florentino, que varreram o meio-campo. Os centrais também estiveram bem. Aursnes foi o homem do jogo para a UEFA, embora já o tenha visto fazer melhores exibições. João Mário foi João Mário, é o melhor marcador do Campeonato e um dos melhores da Champions, e está a fazer a melhor temporada da carreira. Pelo contrário, Rafa e Ramos mostraram-se ainda distantes do seu melhor – o que é perfeitamente natural face à ausência forçada nas últimas semanas.
Na segunda mão pede-se casa cheia. A coisa está encaminhada, mas não permite relaxamento. Não esquecer que este mesmo Brugge deu 0-4 no Estádio do Dragão, ganhou ao Atlético de Madrid, e pode ressurgir bem mais forte daqui a três semanas. Não tem nada a perder e tudo a ganhar.
Quanto ao árbitro, passou totalmente despercebido, como se pretende. Decidiu sempre com objectividade e critério. Tem sido regra nesta Champions, acentuando ainda mais a mágoa por verificar o quão diferente é a realidade da Liga Portuguesa, infestada por fábios melos, tiagos martins, fábios veríssimos e artures soares dias. Vejam! Vejam como é fácil!

3 comentários:

Anónimo disse...

A menos que tenha sido o Sporting (lol), o único clube Português a atingir os quartos de final em anos consecutivos é o Benfica

Fonte
https://www.zerozero.pt/team_competition.php?op=titles&id_equipa=9&id_comp=27

LF disse...

Caro Anónimo,

Em 1993 houve 3 eliminatórias, e depois uma fase de dois grupos de 4 equipas para apurar o finalista. O Porto chegou a essa fase. Penso que é honesto considerar que atingiu nessa época os quartos-de-final, pois chegou aos oito melhores.
De resto, também o Benfica na época anterior o fez.
Há até quem considere que em 1992 o Benfica disputou uma meia-final, pois no último jogo de um desses grupos, se ganhasse em Camp Nou, ia à final...

Como o modelo foi sendo alterado, penso que é honesto considerar-se quartos-de-final os oito que chegaram mais longe, sendo grupo ou eliminatória.

joão carlos disse...

muito desperdício na primeira parte.
com o chiquinho a ser titular o florentino não pode ir fazer pressão em zonas mais adiantadas que o chiquinho que se eles conseguirem passar essa pressão depois não tem quem depois faça as compensações e ai se deveu os contra ataque que eles conseguiram fazer um deles em superioridade numérica valeu que não aproveitaram.
foi só corrigir esse facto para eles não mais incomodarem sequer.

quando jogam de inicio todos o medios centro que temos depois ficamos sem ninguém no banco para refrescar o meio campo no fim o aursnes já acusava desgaste e não tínhamos quem o pudesse render.