O quadro abaixo mostra os resultados de todos os "clássicos" disputados pelo Benfica contra FC Porto e Sporting na presente temporada, em Futebol, e nas outras cinco principais modalidades:
O panorama é desastroso, e merece profunda reflexão.
Acresce que a estes desaires ainda poderíamos somar derrotas da Equipa B no Seixal ante os "Dragões", e até no Futebol Feminino o Benfica perdeu os dois "dérbis" disputados até agora, um deles por 5-1, o outro na Supertaça.
No Basquetebol, por exemplo, o Benfica soma 9 (!!!) derrotas consecutivas com o Sporting, sequência que já vem da temporada passada.
Não me venham com "vieirismos", nem com "costismos". Foi com Vieira que o Benfica alcançou os seus melhores resultados nas modalidades, e chegou a ser campeão de todas, no mesmo ano, à excepção do Andebol. Não é preciso recordar que foi Tetra-Campeão de Futebol.
As modalidades não têm todas a mesma história. O Futebol é um caso específico, e já tem sido amplamente debatido. Em algumas das outras vertentes há traços comuns, como o investimento fortíssimo nos anos de Bruno de Carvalho, que então foi apelidado por muitos de "loucura". O facto é que elevou o Sporting a orçamentos e competitividades nunca antes vistos. Os títulos europeus de Futsal e Hóquei (dois em cada) mostram-no, e dizem-nos que lhes compensou.
O FC Porto, centrando o investimento em poucas modalidades, aparece fortíssimo em todas elas. E o Benfica vai ficando bastante para trás de ambos os rivais, não mostrando a mínima competitividade, à excepção do Voleibol, pese embora múltiplas contratações de estrangeiros de renome.
Hoje, o Benfica é somente, e de forma clara, a terceira força no Futebol, no Hóquei, no Basquete e no Andebol. No Futsal, sem FC Porto, é a segunda. E só no Voleibol se pode dizer que é verdadeiramente candidato ao título (embora esteja em segundo no campeonato - diga-se, aliás, que não lidera nenhum campeonato neste momento, e apenas em Futsal encontramos outro segundo lugar).
Na maioria dos casos a diferença é gritante. E os amassos futebolísticos sofridos durante o mês de dezembro são apenas o espelho daquilo que vemos, neste momento, em todo o universo Benfica.
No Hóquei em Patins houve substituição de treinador, quando o plantel era claramente mais fraco que o dos rivais, e era esse o problema. No Futsal idem, quando o Sporting é a melhor equipa do Mundo, e o Benfica de Joel Rocha ainda lhe mordia os calcanhares, ao contrário do que parece ser a realidade desta temporada. No Basquetebol, idem, quando se vê o Sporting apostar em americanos familiarizados com a Liga portuguesa, e com muito maior rendimento do que os que o Benfica contrata. Além disto nota-se um adormecimento e acomodamento comum a todas as modalidades.
Os adeptos não estão isentos de culpa. Olhamos para os pavilhões do Dragão e de Alvalade e estão frequentemente cheios. As claques estão lá em peso. No Benfica sobram meia-dúzia de carolas bem-intencionados, apesar de preços convidativos, e as claques não sei para que servem.
Não me perguntem qual é a solução. E não se chama certamente Francisco Benitez. Mas que é óbvio que o problema existe, lá isso é.