O QUE INTERESSA É PASSAR, MAS...

O essencial foi conseguido: chegar ao Jamor.
Mas a exibição benfiquista, mesmo descontando o natural desgaste pós-clássico, deixou muito a desejar. E o problema voltou a ser o mesmo: uma preocupante fragilidade na zona centro-esquerda da defesa.
Desta vez Cervi voltou ao onze, mas Grimaldo e Ferro pareceram lá não estar.
O jovem central (diz-se que anda a jogar lesionado) mostra uma dureza de rins, e uma falta de velocidade e agressividade incompatíveis com as exigências do Benfica. Grimaldo (que nunca foi um grande defensor), está num momento de forma deplorável. E não há um trinco que faça as compensações - Weigl no Dragão, e Florentino hoje, mostraram-se, também eles, demasiado aveludados, e demasiado posicionais face ao que a equipa precisava,
Por mim, gostaria de ver o regresso de Samaris ao onze. Ou como número seis encarregue de cobrir a zona mencionada, ou mesmo como opção para o centro da defesa no lugar de Ferro. 
A verdade é que o mercado está fechado, Conti terá sido precipitadamente cedido, Jardel está lesionado e dificilmente voltará ao seu melhor nível, e a avaliar pelo último jogo (derrota em Oliveira de Azeméis por 5-0), os centrais da equipa B também não são solução. Do lado esquerdo também só há Nuno Tavares, muito bom no ataque, mas ainda débil a defender. O panorama é de facto assustador.
Bruno Lage (que é um excelente treinador, mas fala demais, e nem sempre de forma acertada) diz que o problema é colectivo. Assim sendo, é porque a responsabilidade será dele, não havendo desculpas quanto à profundidade do plantel. Será que ele consegue trabalhar o eixo Ferro-Grimaldo-Weigl-Cervi para que o Benfica possa apresentar uma maior consistência? Talvez no próximo jogo possamos começar a perceber.
Aliás, a partida com o Sp.Braga será decisiva a vários níveis. Caso o Benfica ganhe, poderá recuperar os níveis de confiança, e partir para uma nova série de triunfos - disfarçando novamente as suas fraquezas, pelo menos no campeonato. Caso não ganhe, corre sérios riscos de entrar numa espiral de insegurança, que poderá custar a época.
Quanto à Liga Europa, neste contexto, parece-me ser para deixar de lado. O Benfica não defende ao nível que a competição exigirá, o campeonato voltou a estar aberto, e não há que hesitar em fazer a opção que se impõe, poupando desgaste inútil às principais figuras da equipa.

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