10 MEDIDAS URGENTES PARA REVOLUCIONAR E SALVAR O FUTEBOL PORTUGUÊS

1) O comentário de ex-árbitros na imprensa desportiva e nas televisões não serve o futebol. A maioria deles não é minimamente isenta, tem agendas próprias, e guarda amizades e inimizades de estimação entre os árbitros no activo. Além disso, o seu comentário é absolutamente redundante, pois salvo situações completamente inusuais, os adeptos conhecem as regras – pelo menos do penálti, dos cartões e do fora-de-jogo, que são as situações que mais polémicas geram;
2) Os árbitros deveriam falar depois dos jogos. Senão no imediato, pelo menos na segunda-feira, a frio, em conferência de imprensa (com recurso meios audiovisuais) realizada expressamente para o efeito. Explicavam os lances do seu ponto de vista, e assumiam os erros se fosse caso disso. Defendiam-se e defendiam o futebol;
3) As estações de televisão deveriam ser, todas elas, “convidadas” pela FPF (que tem armas para o fazer) a prescindir de programas diários de debate futebolístico, onde na realidade ninguém discute o jogo, mas apenas lança acusações e insultos sobre os outros. Quando muito, seria aceitável um programa por canal, às segundas-feiras, entre as 22.00 e as 00.00, com não mais de 30 minutos para falar das arbitragens. Mais do que isso, é escarafunchar no caixote do lixo;
4) Não há motivos nem matéria para manter três diários desportivos num contexto em que a imprensa escrita apresenta claros sinais de decadência em todas as vertentes. Os jornais têm as suas plataformas on-line, e de resto poderiam limitar-se a uma edição semanal, mais rica, mais aprofundada, com análise, comentário e opinião, um tratamento gráfico mais inovador, e sem a preocupação de alimentar diariamente umas quantas páginas de nada;
5) A comunicação social em geral deveria promover um pacto para ignorar todas as publicações dos directores de comunicação dos clubes nas redes sociais. São figuras nojentas, sinistras, que nada acrescentam ao futebol, e têm de manter a visibilidade, os empregos e os salários à custa de atacar os clubes rivais diariamente de todas as formas possíveis. Nenhum adepto gosta deles. No futebol que eu aprendi a amar não havia directores de comunicação. Havia avançados- centro, defesas, extremos, guarda-redes e médios, de quem hoje toda a comunicação social se esquece, para dar espaço a gente que se alimenta de sangue e do esgoto;
6) A Liga de Clubes não serve para nada. O futebol deveria voltar para a órbita da Federação, ou mesmo ser tutelado directamente pelo poder político, através da secretaria de estado correspondente. Bem sei que esta última hipótese entronca nas instâncias internacionais, mas tudo é negociável. Pelo menos na FPF, acho que deveria estar, retirando aos clubes o poder de serem juízes em causa própria;
7) A Primeira Divisão deveria ser reduzida a oito clubes (reduzindo-se assim também, e filtrando melhor, o conjunto de árbitros, redistribuindo os meios disponíveis para a sua preparação), eventualmente a quatro voltas corridas, com início em Setembro e com paragem no Natal, não havendo marcação de jogos para depois das 19.00 horas, nem para dias de semana, salvo situações absolutamente excepcionais; as meias-finais da Taça de Portugal deveriam ser a uma só mão, e todo o sorteio da prova deveria ser puro, evitando as situações absurdas de empurrar os grandes para a casa dos pequenos e os jogos depois serem transferidos para os estádios de terceiros; e a final da Taça da Liga deveria passar para o Sábado de Páscoa;
8) Os preços dos bilhetes tem de ser tabelado previamente, de acordo com três escalões a definir conforme a tipologia dos jogos. Não há razões que entendam a selva que subsiste nesta área, onde o chico-espertismo e o oportunismo abundam, empurrando muitos adeptos para longe dos estádios;
9) O tempo e energia que se gasta no registo e “legalização” das claques deveria ser consumido na identificação e afastamento dos membros mais violentos das mesmas. Quem lança um petardo num estádio nunca mais lá deveria poder entrar. Quem participa em rixas, igualmente. Há que contar com as autoridades, as instâncias judiciais e as forças policiais para aplicar mão dura e implacável neste âmbito, e separar o trigo do joio (que não é quem está registado de quem não está, mas sim quem é violento de quem não é); o controlo de violência deveria estender-se também, tanto quanto possível, a quem a promove e alimenta nas redes sociais;
10) Finalmente, o mercado de transferências também de carece de regulação urgente. É completamente inaceitável começar os campeonatos com o mercado aberto – teria sempre de encerrar na semana anterior à primeira jornada, podendo esta ser transferida para o início de Setembro. O mercado de Janeiro é absurdo. Poderia, no máximo, permitir duas movimentações por equipa (uma entrada e uma saída), e ser restrito ao período em que o Campeonato tivesse a sua pausa de Natal e Ano Novo.

7 comentários:

Anónimo disse...

Todos os árbitros que comentam nos jornais ou TV´s são pagos. Todos, sem excepção!! Ninguém trabalha de borla. E são pagos porque têm uma missão a cumprir de acordo com a cor da camisola. Cartilha arbitral.
Não conheço um único que seja benfiquista e esteja lá pago pelo Benfica para defender o clube. Não há um!!!

Assim como todos os comentadores nos programas de TV são pagos e bem pagos. Todos, sem excepção. E todos os afectos aos dragartos levam cartilha. Sem excepção!

Quanto aos diários desportivos será o mercado a acabar com eles.

E faço aqui um apelo aos benfiquistas que com o poder da maioria que têm nas mãos podem acabar com eles.
Eu já o fiz o meu papel de benfiquista, já deixei de os comprar.

Nos cafés onde vou já convenci os donos a não comprar os pasquins ou a mudar para a Bola. O menos mau, apesar do Serpa.
Nos restaurantes também já fiz o mesmo. Já convenci os donos a deixar de comprar jornais da Cofina e da Impresa.
Se todos os benfiquistas fizessem isto esses pasquins acabavam num instante e osjornaláistas corruptos ficavam no desemprego.

Infelizmente também já deixei de ir ver jogar fora o Benfica. Não dou dinheiro aos outros clubes enquanto esta Liga que está no Porto existir.

Luis disse...

A matéria do post que seria bem aplicada,quanto a jornais e televisão nem um programa vejo,não dou audiência a intrintriguistas e manipuladores.

ChakraIndigo disse...

Que é isso a apresentar medidas boas para o futebol???

Isso tirava dentro do publico os voyeurs que temos em nós e deixava sem emprego toda uma mole imensa de gente avençada.

Viva o Benfica!

BENFICAHEXACAMPEÃO disse...

Concordo com tudo menos a cena de serem "governados pelo estado". Iria mais por estruturas horizontais de governação sem presidentes de federação, orgão colegial de decisão. Quanto aos conselhos de disciplina seriam compostos por juízes que provassem não ser adeptos de futebol nem terem amigos relacionados com o meio.

cris disse...

nao concordo com nenhuma (mas nao é má vontade), a maioria por serem irrealistas, ingenuas, irrealizáveis, ou meramente inconsequentes, mas com as quais eu estou absolutamente em desacordo sao as 6 e 7

pôr a liga sob a alçada da fpf é voltar ao antigamente no tempo da presidencia do cons de arbitragem da af porto, tutelada pelo poder poitico consegue ser ainda pior, é medida de 3º mundo embora o nosso futebol valha pouco mais do que isso

reduzir a liga a 8 clubes é nem sequer ver que o mais parecido que há com isso na europa é... a liga escocesa. para além do mais nao se pode pretender ignorar que o país nao é lisboa/porto e o resto é paisagem, uma liga a 8 seria slb, scp + 6 do norte. sugerir paragem no natal nao faz sentido nenhum pq os jogadores/tecnicos nao deixam de receber no natal (pelo contrario recebem 2x) e portanto os clubes ficariam sem receitas de bilheteira (varia mas podem representar até ~40% das receitas totais) e os custos fixos (essencialmente ordenados), por definiçao, inalterados

embora meritorio o seu contributo parece-me ser mais fruto do desespero do que outra coisa. embora voçê tenha muita razao em muitas das apreciaçoes que faz incorre no erro de pensar que uma intervençao administrativa por si só daria a volta à situaçao, leis já temos aos pontapés, se os agentes desportivos cumprissem todos as ditas à risca nao haveria metade dos problemas, e o resto seriam detalhes a limar, mas como sabemos o problema é mais vasto do que isso, quando as pessoas nao colaboram nao há leis ou modelos que resistam. para o problema da liga, por exemplo, nem é preciso inventar muito, bastaria pôr pessoas competentes e à altura a dirigi-la, mas tambem como sabemos isso nao interessa à maioria dos clubes representados (e as associaçoes idem) por variadas razoes: desde os que sao clubes capturados pelos interesses do fcp (e há muitas formas de o gato ir às filhoses, politica de emprestimos, corrupçao, etc) e da coluna anti-benfica, até aos que pretendem mamar por fora à conta do futebol e que para isso precisam de um avençado capacho na liga ao invés de um dirigente qualificado. proença é como dirigente aquilo que foi como arbitro, um manipulador que sabe onde agradar para subir na vida, é a pesssoa certa para o sistema portanto

veja o exemplo da famigerada centralizaçao dos direitos tv; foi eleito à conta dessa promessa aliciando os clubes pequenos com uma fatia maior do bolo à conta dos tres grandes (e principalmente do slb), e era igualmente uma medida que agradaria ao oligopolio sport tv + oliveiras sa, nao só porque passava a ter de negociar apenas com um interlocutor (com todos os riscos inerentes ao escancarar uma janela para a corrupçao e falta de transparencia) como de uma assentada anularia a afronta do slb ao romper com o status quo nao renovando nem negociando novo contrato com os ditos, mas correu-lhes mal porque a iniciativa do slb rompeu com o marasmo e abriu o mercado a outros operadores que se chegaram à frente e com isso benefeciaram tambem porto e sporting que à conta do precedente do slb negociaram acordos muito mais vantagosos e um mercado que valia cerca de 8M€/ano passou a valer 40M€, e os clubes pequenos, testas-de-ferro de ocasiao dessa vontade em aniquilar as pretensoes do slb tb acabam por nao se sair muito mal pq tb puderam fazer novos contratos tendo como base a nova evoluçao do mercado. a partir daí todos enfiaram a viola no saco e nao mais se ouviu falar em centralizaçao de direitos, porque por vias travessas lá conseguiram almejar as suas pretensoes e afinal a visao do slb até permitiu normalizar a distorçao de mercado vigente ao tempo, o que desde logo desmonta toda a argumentaçao e retórica apresentada pelos seus defensores e revela o verdadeiro propósito escondido que consistia apenas na perseguiçao aos interesses legítimos do slb e da sua vantagem economica natural enquanto maior clube portugues, líder de audiencias e de mercado

artnis disse...

Depois de me rir com tamanho lirismo em 10 pontos, de uma pessoa nobre e de grande carácter, nisso se dúvidas houvesse, seriam completamente dissipadas com este texto, diz-me lá que sentido faria acabar com a Liga dos pacóvios e manter a sua Taça ?!

joão carlos disse...

2-sim
3 e 4 -a parte de mandar na comunicação social é sinistra e até salazarenta.
são entidades privadas que fazem o que bem entenderem tem de ser o publico a acabar com elas, não lhe dando o que interessa, audiência e dinheiro.
5-mas é só no mundo desportivo que isso acontece, 50% das noticias, do que quer que seja e em qualquer meio de comunicação, são patrocinadas pela entidade que dela beneficia.
6- sim mas isso não resolve nada até porque as duas são patrocinadas pelos mesmos, a diferença é que a fpf tem a nossa bênção.
7-16 clubes era o ideal, talvez 14 mas nunca a quatro mãos isso é ridículo.
10- as regras tem de ser as internacionais não tem lógica serem diferentes cá, imagina que levam 6 jogadores nossos e batem as clausulas de rescisão se depois só podes inscrever um como é que fica.
tem é de o mercado fechar em julho que as competições começam em todo o lado em agosto.