UMA TRADIÇÃO
Não fossem dois erros de arbitragem registados em Aveiro, e o Benfica
estaria, pelo menos, a par dos seus dois rivais no topo da classificação. Não
fosse a inspiração de Gaitán e Jonas, e outro erro clamoroso de arbitragem
ter-nos-ia subtraído mais dois pontos na partida com o Moreirense. Já nos jogos
do nosso vizinho lisboeta, vimos um lançamento irregular proporcionar um golo
decisivo aos 95 minutos da primeira jornada, e, nesta última ronda, vimos
assinalados mais dois penáltis a seu favor – um dos quais a deixar bastantes
dúvidas.
Paradoxalmente, o que se assiste é a um irritante ruído em torno de
alegados prejuízos do Sporting, que começa nos comunicados insultuosos do
presidente nas redes sociais, e acaba no proverbial queixume de comentadores
televisivos alinhados com o clube de Alvalade.
É uma tradição. Os romanos tinham os jogos florais, o Sporting
queixa-se das arbitragens. E fá-lo recorrendo a uma retórica simplista, que
repete até à náusea cada erro (ou pseudo-erro) verificado contra as suas cores,
ignorando olimpicamente todos os erros ocorridos a favor – mesmo quando estes
são bem mais flagrantes.
Nem a arbitragem portuguesa, nem o Benfica, têm nada a ver com o que
se passou no Playoff da Liga dos Campeões. Aí, no plano externo, todos os
clubes portugueses têm as suas razões de queixa. Nós, por exemplo, perdemos uma
final europeia há bem pouco tempo devido a uma arbitragem calamitosa. Com muito
menos barulho.
Misturando tudo, pretendem confundir a opinião pública, e, sobretudo,
condicionar os jogos seguintes. A nós não perturbam nem confundem. Aos
árbitros, veremos.
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