MEIA DÚZIA
Chame-se-lhe nota artística ou outra coisa qualquer (o nome é
indiferente), a exibição conseguida pelo Benfica diante do Belenenses fica nos
registos, para já, como a melhor da temporada. Vou mais longe: mesmo puxando
pela memória, não me recordo de qualquer partida da época anterior na qual o
perfume do futebol apresentado pelos encarnados tenha atingido o esplendor evidenciado
na passada sexta-feira na Luz.
Com Gaitán e Jonas endiabrados (que dupla!), com um Mitroglou muito
activo no seu papel de jogador de área capaz de marcar e criar espaços, com
Talisca de regresso aos golos, com dois jovens da formação a titulares - e
outro entrado mais tarde, terminando a partida com cinco portugueses em campo
-, o Benfica deliciou os adeptos, e garantiu, não só estar firmemente empenhado
na conquista do tri-campeonato, como ter instrumentos para lá chegar.
Quem duvidava que Rui Vitória poderia devolver ao futebol encarnado o
encanto de outras temporadas terá ficado esclarecido. Uma exibição como esta só
está ao alcance de equipas que sabem muito bem o que estão a fazer, que sabem muito
bem o que querem, e como o alcançar. Ficou pois uma promessa. Esperamos vê-la
concretizada nas próximas semanas – começando já por este domingo, na
deslocação ao Porto.
Entretanto, já depois de ter escrito estas linhas, jogou-se para a
Liga dos Campeões. Acredito que o resultado tenha sido normal. Assim como
acredito que o Benfica ultrapasse a fase de grupos, algo que, desde 2006, só por
uma vez conseguiu. O grupo não é proibitivo. Cabe à nossa equipa não facilitar,
sobretudo nos jogos em que é favorita.
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