IMPRUDÊNCIAS

O futebol é um fenómeno popular, que mexe profundamente com as emoções daqueles que o seguem com maior fervor.
Milhões de almas percorrem quilómetros para estar perto das suas equipas gastando o que têm e o que não têm, sofrem a bom sofrer durante os jogos, e choram as derrotas como crianças, deixando de lado toda a racionalidade com que terão de enfrentar a segunda-feira seguinte.
São as emoções que fazem do futebol aquilo que ele é, que fazem crescer os clubes, e lhes dão dimensão social, humana, e também económica. São elas o cimento de todo o edifício futebolístico, por mais que uma certa empresarialização dos tempos modernos possa induzir o contrário. Sem elas, o futebol não teria nada de interessante.
Nem sempre os agentes deste desporto transformado em indústria têm em atenção essa realidade, permitindo descuidadamente que cumplicidades profissionais e pessoais se sobreponham ao respeito devido àqueles que os idolatram. Terá sido o que aconteceu com o nosso Ruben Amorim, ao deixar-se fotografar junto de figuras muito pouco recomendáveis.
Não é justo crucificar um atleta que sempre demonstrou a maior dedicação e profissionalismo ao serviço do clube do qual também é sócio e adepto, tal como nós. O próprio Ruben de pronto se arrependeu da imprudência - que feriu o sentimento de muitos benfiquistas.
Ruben explicou, perdoámos, assunto encerrado. Mas fica o ensinamento para ele, e para todos os jogadores, técnicos, dirigentes e profissionais ao serviço do clube: há situações que de um ponto de vista meramente racional são inócuas, mas para as quais a emoção do adepto não está, nem tem de estar, preparada.
Paralelamente, importa também reflectir sobre os motivos que levam um árbitro internacional a uma proximidade tão ostensiva a um líder de uma claque – que, em livro, confessou ao país várias práticas criminosas. Aí, não se trata de emoções nem de razão, mas sim de transparência. Mas, ao contrário de Ruben, de Proença não espero nada, a não ser a sua rápida aposentação. 

 

2 comentários:

artnis disse...

Em termos pessoais o Rúben Amorim, como cidadão e vulgar adepto explicou, mas não tinha que explicar nada.

Absolutamente nada!!!

Quem tem (teria num outro Benfica que infelizmente, acabou em Jorge de Brito...!) muito para explicar, foi quem 'atirou' o jogador profissional Rúben Amorim, directamente para o meio da solércia.

Mas há sempre alguém pronto a 'lançar areia para os olhos' dos benfiquistas, desculpando erros, desatenções e desvios de liderança e a indução de culpas a terceiros.

Quando no S. L. e Benfica se devia preparar a estocada final no boi da infâmia corrupta, vamos assistindo a um constante lançar para a 'água' de bóias (ou câmaras d'ar) e coletes de salvação ... !!!

E por que sei, que os ratos de porão, nos voltarão ferrar o dente ...

e sinto-me almareado, para não dizer pior.

F.L. disse...

Muito bem. E exactamente "artnis". Desde o golpe de estado que destituiu Jorge de Brito acabou o Benfica, acabou tudo o que fez do Benfica o maior, único, clube deste país.
E os ratos aí andam por tudo quanto é blog. Andam afanados, excitados, a lançar areia.
Eles não vão desistir. Vêem o corrupto mor a ser salvo precisamente por quem deveria dar a estocada final e pressurosos, desavergonhadamente, apressam-se a defender o chefe.
Há saída para isto?