SOMOS NÓS!
O futebol, tal como o mundo, está longe de ser aquilo que queríamos.
É o que é. E neste futebol, como neste mundo, há que fazer contas,
pois os salários não se pagam com feijões, nem com juras de amor eterno.
Neste futebol ninguém joga pela camisola. Gente de diferentes
latitudes procura que a cada passo na carreira corresponda gordura na conta
bancária. Os empresários, os fundos e os passes repartidos, acrescentam vinagre
a um prato já de si indigesto. E temos o mercado de transferências sobre a mesa.
Temos o futebol moderno, de costas voltadas para tudo o que o popularizou.
Lamento, mas não existe outro. Só há este, e, com os seus vícios e virtudes,
continuamos a amá-lo. Por enquanto.
O Benfica não lhe está imune.
Terão sido cometidos erros nesta pré-temporada? Porventura sim, na
forma de comunicar com uma massa adepta jovem, cada vez mais instruída, que
exige perceber como, de que forma, e porque razão, são tomadas determinadas
decisões.
De resto, lutar contra a voragem dos tempos, e dos dinheiros, é como
lutar contra a chuva. Lamento, mas é esta a verdade.
Quanto a jogadores, prevalece a velha máxima segundo a qual só fazem
falta os que cá estão. Já vimos sair Di Maria, David Luíz, Ramires, Fábio Coentrão, Witsel,
Javi Garcia e Matic, todos eles, a seu tempo, insubstituíveis. Sem eles, em
Maio ganhámos tudo. Agora sairão outros. Sem eles, teremos de voltar a ganhar. Iremos
voltar a ganhar.
Insubstituíveis somos nós. E nós, sócios, jamais poderemos falhar com
o apoio à equipa, ao clube, e a todos aqueles que o servem - compreendendo que
é fácil criticar (a quem está de fora), sendo bem mais difícil decidir (a quem
está de dentro).
No dia em que o Campeonato tiver início, entraremos em campo com onze
jogadores. Essa será a nossa equipa. Com ela, faremos a longa caminhada até ao
34º título. Depois virão outros, e mais outros, e mais outros. Mas nós…, nós
estaremos sempre cá. Nós é que somos o Benfica. E o Benfica será tão forte
quanto a união que demonstrarmos em seu redor.