ESCOLHAS
Não existem muitos clubes na Europa que, nesta altura da temporada, mantenham ambições em quatro frentes distintas. Ocorrem-me apenas Manchester City e FC Porto, sendo que nenhum deles lidera o respectivo campeonato. O Benfica, não só comanda o campeonato, como está presente nas meias-finais de Taça de Portugal e Taça da Liga, e ainda alimenta esperanças na Liga Europa. Isto constitui motivo de orgulho para todos nós, mas traz ao treinador um desafio suplementar: como gerir o plantel mantendo idêntico grau de competitividade em todas as partidas até final da época? É preciso lembrar alguns dos motivos que levaram o Benfica a perder os dois últimos campeonatos. Em 2011-12 tivemos razões de queixa da arbitragem, mas não foi por acaso que perdemos oito pontos entre os dois jogos da eliminatória com o Zenit, e perdemos mais cinco nas imediações do confronto com o Chelsea. Em 2012-13, entre a 2ª mão da meia-final com o Fenerbahce, e a final com o Chelsea, disputámos dois jogos intramuros, com Estoril e FC Porto, e com os resultados que ainda ninguém terá conseguido esquecer. Estes dados parecem suficientes para estabelecer um padrão. As boas caminhadas internacionais têm um preço bastante elevado em termos domésticos, e se o Benfica chegou ao sexto lugar do ranking da UEFA, há que dizer que o conseguiu à custa de derrapagens comprometedores na principal competição nacional. Noutras circunstâncias poderia até nem ser assim, mas neste momento penso que todas as energias devem estar concentradas num campeonato que não nos pode escapar. Deste modo, creio que a Liga Europa, pelo desgaste físico e emocional que acarreta, terá de ser disputada com ambições moderadas. André Almeida, Jardel, Sílvio, Sulejmani, Djuricic, Ivan Cavaleiro, Ruben Amorim ou André Gomes, são jogadores que dão garantias, merecem um palco digno, e deixarão tudo em campo a cada ronda europeia a que tivermos a felicidade de chegar. Às quintas-feiras jogamos o orgulho, mas aos domingos teremos de jogar a vida.
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