NEBLINA

"O processo Apito Dourado mostrou-nos a forma como certos clubes se movimentavam nos bastidores, e traficavam influências com vista à viciação de resultados desportivos. Dirigentes desportivos recebiam árbitros em casa nas vésperas de jogos, ofereciam-lhes prostitutas após os mesmos, adulteravam processos disciplinares, instrumentalizavam jornalistas, etc. Ficou à vista, e ao ouvido, de todos, que havia quem não olhasse a meios para atingir os seus fins, que havia quem fosse capaz de tudo para chegar às vitórias. À semelhança do que aconteceu em tantos outros casos no nosso país, questões processuais chocaram de frente com o apuramento da verdade, e promoveram a impunidade generalizada - aspecto que serviu para o branqueamento daquelas vitórias e daqueles títulos, convidando, simultaneamente, a que tais práticas continuassem, ou até que se intensificassem.
A quem conheça um pouco da história da corrupção no desporto internacional (e, infelizmente, já houve vários e diferentes casos), não surpreenderia também que a vertente ligada à arbitragem, então desmascarada, fosse apenas a ponta de um iceberg onde outro tipo de elementos se misturasse. Dito de outro modo, quem acompanhe, por exemplo, o ciclismo e os seus frequentes casos de doping, sabe que o tipo de controlo feito no futebol não passa de uma brincadeira de crianças, à qual muitas práticas ilícitas, e actualmente bastante sofisticadas, podem facilmente escapar. E, quem tenha lido alguma coisa sobre o fenómeno das apostas ilegais (por exemplo na Ásia, mas também na Itália ou na Alemanha), perceberá como a um defesa-central, ou a um guarda-redes, é fácil fabricar um resultado, prejudicando a própria equipa, a troco de dinheiro, de um contrato, de uma relação privilegiada com determinado empresário, de uma boa crítica num jornal, ou até de uma ameaça.
Quem já se mostrou capaz de corromper, e vive da impunidade de um sistema judicial obsoleto, não pode pois esperar as nossas felicitações, mas sim a nossa desconfiança."
LF, jornal "O Benfica", 4/5/12

10 comentários:

No.Worries disse...

Fantástico texto.
Só não percebo como quem o escreveu foi a mesma pessoa que escreveu isto:
"Nunca, em toda a história do desporto nacional, o Benfica se teve de bater com um rival tão forte."
Será assim tão forte? Se sim, tem algum valor sabendo todos de onde vem essa "força"?!? É possivel dissociar os beneficios dos àrbitros, a amarelinha, os clubes satélites, as maobras de bastidores, etc, das vitorias foorjadas do clube corrupto??

Manuel disse...

Exactamente, simples e sintético.

LF disse...

No Worries,

Quando falo de um rival mais forte do que alguma vez teve, falo de tudo isso: dentro e fora do campo.

Em termos desportivos, só talvez no tempo dos violinos o Benfica teve tanta oposição. Em termos extra-desportivos, nunca teve tanta força do outro lado.

Anónimo disse...

Continuem assim burros que nem portas que vão no bom caminho!
Antes durante e após o pifio dourado o Porto ganhou sempre!
A época passada foi a época de todos os enxovalhos para o vosso clube!Foram pura e simplesmente trucidados!Se calhar foi da batota!Pobres de espirito!

Anónimo disse...

é um texto digno de uma criança de 3 anos

Anónimo disse...

é um texto digno de uma criança de 3 anos

Anónimo disse...

pois, porque nos extra desportivos eram voces que mandavam e erams emrpe beneficiados mas houve alguem que veio acabar com a vossa mania da grandeza e cpm a vossa influencia fora do campo

Vitória do Benfica disse...

Sobre o seu texto, recordo a coluna do Domingos Amaral no Record de Domingo. O sistema refinou-se em na década de 90 depois de Pinto da Costa aparecer em quase todas as edições do Domingo Desportivo com Nuno Brás. È importante não esquecer que não é só um sistema que corrompe é um sistema montado há muito tempo.
Pedro Proença e os seus auxiliares vão ser a equipa que vai arbitrar a Final da Champions. O que me leva a pensar que uma coisa é incompetência e outra a competência favorecida. E nisto recordo ainda duas coisas os abraços de Proença a Vitor Pereira e os erros grosseiros de arbitragem desfavorecendo o Benfica, quer no Dragrão, quer na Luz, quer ainda no estádio Axa em 2010.

Vitória do Benfica disse...

Sobre o seu texto, recordo a coluna do Domingos Amaral no Record de Domingo. O sistema refinou-se em na década de 90 depois de Pinto da Costa aparecer em quase todas as edições do Domingo Desportivo com Nuno Brás. È importante não esquecer que não é só um sistema que corrompe é um sistema montado há muito tempo.
Pedro Proença e os seus auxiliares vão ser a equipa que vai arbitrar a Final da Champions. O que me leva a pensar que uma coisa é incompetência e outra a competência favorecida. E nisto recordo ainda duas coisas os abraços de Proença a Vitor Pereira e os erros grosseiros de arbitragem desfavorecendo o Benfica, quer no Dragrão, quer na Luz, quer ainda no estádio Axa em 2010.

Anónimo disse...

Isso, escreve para a manda! Nós afligimo-nos um bocado com isso do Apito Dourado xDDD