Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2012 Verdade é como o azeite...
A 5 de janeiro de 1977, Eusébio defrontou o Benfica pela primeira e única vez na carreira, ao serviço do Beira-Mar. O Pantera Negra recorda esse dia em entrevista à RTP, que passa esta quarta-feira, às 21 horas. E confessa que não fez tudo o que estava ao seu alcance. Muito longe disso... "Já tinha avisado o treinador do Beira-Mar, o Manuel de Oliveira, que não ia rematar à baliza. 15 minutos antes do jogo fui ao balneário do Benfica e avisei para que não se preocupassem, pois não ia marcar golos".
E assim foi. "Não rematei, não marquei faltas nem grandes penalidades... andava lá no campo só a passar a bola aos outros. E nesse ano o Beira-Mar ganhou ao Sporting e o Benfica foi campeão", recorda.
Tivesse sido jogador do FC Porto, o que não hoje diriam... como (felizmente) não foi até parece tudo normal...
O que o Eusébio fez pelo futebol português permite-lhe dizer tudo, que ninguém pode levar a mal.
Acho uma desumanidade o aproveitamento que alguns estão a fazer do seu estado debilitado, para empolar, à letra, esse tipo de historietas. O Benfica nem sequer ganhou esse jogo.
Então mas agora o estado debilitado do ex-futebolista que muito prezo e aprendi a admirar (sem nunca ter visto qualquer jogo) desculpa tudo o que possa dizer?
Refiro principalmente o que diz o Anónimo, fosse um jogador do FCP ou do SCP a dizer que tinha feito aquilo, o sr LF tinha escrito 1001 "estórias" sobre o assunto e a corrupção ligada ao mesmo, mas como é o Eusébio é tudo perdoado porque está doente. E se não estivesse era acusado? Ou só quando os jogadores emprestados pelo FCP não jogam pelos adversários é que é adulterar a verdade desportiva?
Não se trata de "corrupção", mas sim de amor clubista. A sua debilidade leva-o a não conseguir explicar bem situações que se passaram há décadas. É, no fundo, uma versão romanceada da realidade.
Segundo a minha análise, ele terá dito ao treinador que não conseguia jogar contra o seu clube de coração. O treinador insistiu, e ele acabou por jogar. Ter-se-á recusado a marcar um livre, por não sentir condições psicológicas para o fazer, deixando a tarefa para outro colega. Se quisesse ser batoteiro, dizia que queria jogar, atirava as bolas para fora, ou cometia um penálti, como alguns fazem por aí. Não fez batota. Disse apenas o que sentia, e perante a insistência do treinador, acabou por jogar. O resultado foi 2-2.
Isto não tem nada de anormal, sobretudo se visto à luz de uma época onde o profissionalismo não era ainda tão...eu diria, obsessivo. Havia amor à camisola, os jogadores passavam as carreiras no mesmo clube, ganhavam pouco, e não estavam sujeitos a tão grande pressão mediática. O futebol era uma festa, e não uma guerra.
Eusébio falou com o coração. Só por má fé se pode colocar nas suas palavras qualquer coisa que se assemelhe a corrupção ou batota.
Haverá quem não queira perceber isto. Só lhes fica mal.
Como é possível descontextualizar assim as coisas? Isto foi em 1977... Eusébio é honesto nas palavras, como o foi com o seu clube, na altura, o beira-mar.
O beira-mar podia ter dito: assim não jogas... nem treinas, nem te pagamos...
Hoje era impossível um jogador fazer ou dizer isto de forma romântica, e ser aceite pelo clube, por todos.
Como todos sabemos, presentemente há jogadores a ganharem contratos, ou convocatórias para a seleção, depois de não jogarem nada num determinado jogo... ou fazerem uns penalties, ou não agarrarem umas bolas, ou fazerem umas faltas...
Então posso dizer que o Atsu não querer jogar contra o FCP pode ser apenas lido como... amor à camisola?
Ou aqui já podemos chamar de adultério da verdade desportiva? E se o treinador insistir que ele jogue e ele fizer a pior exibição da época, não será acusado de não jogar nada contra a equipa dele?
Como já li muita vez da sua parte os jogadores quando emprestados e não jogam contra os seus clubes é uma forma de adulterar os resultados.
Vá não seja tão faccioso que só lhe fica mal, tire por momentos as palas (não lhe estou a chamar burro juro!) vermelhas da frente e veja as coisas como são, ou pelo menos seja, como posso dizer... isso... isento (coisa que é difícil em si)!
Ah e só mais uma coisa, a sua (dele) debilidade actual, não lhe permite explicar as coisas como deve ser actualmente. Mas deu para se lembrar que sofria de racismo no Sporting de Lourenço Marques, ou isso foi mais uma das suas falhas devido a debilidade? É que foi rapidamente desmentido por alguém que era seu colega ;)
Misturar Atsu com Eusébio é, qualquer que seja o âmbito de análise, confundir a Obra Prima do Mestre com a prima do mestre de obras.
Além das diferenças óbvias (e gigantescas), Eusébio tinha toda uma carreira atrás de si como grande símbolo do Benfica, e não estava emprestado. E os tempos eram outros.
Tentando esticar as coisas, admito que, por exemplo, Vítor Baía (ou Fernando Gomes, ou João Pinto), caso em final de carreira tivesse jogado noutro clube, se recusassem a jogar contra o FC Porto. Não era algo que me chocasse, desde que fosse assumido de forma frontal.
O FC Porto especializou-se, nos últimos anos, em criar e alimentar polémicas em relação ao Benfica, como forma de tentar demonstrar(sem sucesso) que outros têm pecados equivalentes aos seus (e recordo as escutas do Apito Dourado, e recordo que Pinto da Costa só não está na cadeia devido a uma questão meramente processual, a da validade dessas escutas como meio de prova). Não perdem uma oportunidade. Mesmo que tenham de roçar o absurdo.
Mas a realidade é o que é, e a corrupção está onde está.
8 comentários:
Parábens King!
Extra, extra
Musical do SCP
http://ultimos-a-baliza.blogspot.com/
Quarta-feira, 25 de Janeiro de 2012
Verdade é como o azeite...
A 5 de janeiro de 1977, Eusébio defrontou o Benfica pela primeira e única vez na carreira, ao serviço do Beira-Mar. O Pantera Negra recorda esse dia em entrevista à RTP, que passa esta quarta-feira, às 21 horas. E confessa que não fez tudo o que estava ao seu alcance. Muito longe disso...
"Já tinha avisado o treinador do Beira-Mar, o Manuel de Oliveira, que não ia rematar à baliza. 15 minutos antes do jogo fui ao balneário do Benfica e avisei para que não se preocupassem, pois não ia marcar golos".
E assim foi. "Não rematei, não marquei faltas nem grandes penalidades... andava lá no campo só a passar a bola aos outros. E nesse ano o Beira-Mar ganhou ao Sporting e o Benfica foi campeão", recorda.
Tivesse sido jogador do FC Porto, o que não hoje diriam... como (felizmente) não foi até parece tudo normal...
O que o Eusébio fez pelo futebol português permite-lhe dizer tudo, que ninguém pode levar a mal.
Acho uma desumanidade o aproveitamento que alguns estão a fazer do seu estado debilitado, para empolar, à letra, esse tipo de historietas.
O Benfica nem sequer ganhou esse jogo.
Então mas agora o estado debilitado do ex-futebolista que muito prezo e aprendi a admirar (sem nunca ter visto qualquer jogo) desculpa tudo o que possa dizer?
Refiro principalmente o que diz o Anónimo, fosse um jogador do FCP ou do SCP a dizer que tinha feito aquilo, o sr LF tinha escrito 1001 "estórias" sobre o assunto e a corrupção ligada ao mesmo, mas como é o Eusébio é tudo perdoado porque está doente. E se não estivesse era acusado? Ou só quando os jogadores emprestados pelo FCP não jogam pelos adversários é que é adulterar a verdade desportiva?
Não se trata de "corrupção", mas sim de amor clubista.
A sua debilidade leva-o a não conseguir explicar bem situações que se passaram há décadas. É, no fundo, uma versão romanceada da realidade.
Segundo a minha análise, ele terá dito ao treinador que não conseguia jogar contra o seu clube de coração. O treinador insistiu, e ele acabou por jogar.
Ter-se-á recusado a marcar um livre, por não sentir condições psicológicas para o fazer, deixando a tarefa para outro colega.
Se quisesse ser batoteiro, dizia que queria jogar, atirava as bolas para fora, ou cometia um penálti, como alguns fazem por aí.
Não fez batota. Disse apenas o que sentia, e perante a insistência do treinador, acabou por jogar.
O resultado foi 2-2.
Isto não tem nada de anormal, sobretudo se visto à luz de uma época onde o profissionalismo não era ainda tão...eu diria, obsessivo.
Havia amor à camisola, os jogadores passavam as carreiras no mesmo clube, ganhavam pouco, e não estavam sujeitos a tão grande pressão mediática. O futebol era uma festa, e não uma guerra.
Eusébio falou com o coração. Só por má fé se pode colocar nas suas palavras qualquer coisa que se assemelhe a corrupção ou batota.
Haverá quem não queira perceber isto. Só lhes fica mal.
Como é possível descontextualizar assim as coisas? Isto foi em 1977... Eusébio é honesto nas palavras, como o foi com o seu clube, na altura, o beira-mar.
O beira-mar podia ter dito: assim não jogas... nem treinas, nem te pagamos...
Hoje era impossível um jogador fazer ou dizer isto de forma romântica, e ser aceite pelo clube, por todos.
Como todos sabemos, presentemente há jogadores a ganharem contratos, ou convocatórias para a seleção, depois de não jogarem nada num determinado jogo... ou fazerem uns penalties, ou não agarrarem umas bolas, ou fazerem umas faltas...
Por amor de deus...
Então posso dizer que o Atsu não querer jogar contra o FCP pode ser apenas lido como... amor à camisola?
Ou aqui já podemos chamar de adultério da verdade desportiva? E se o treinador insistir que ele jogue e ele fizer a pior exibição da época, não será acusado de não jogar nada contra a equipa dele?
Como já li muita vez da sua parte os jogadores quando emprestados e não jogam contra os seus clubes é uma forma de adulterar os resultados.
Vá não seja tão faccioso que só lhe fica mal, tire por momentos as palas (não lhe estou a chamar burro juro!) vermelhas da frente e veja as coisas como são, ou pelo menos seja, como posso dizer... isso... isento (coisa que é difícil em si)!
Ah e só mais uma coisa, a sua (dele) debilidade actual, não lhe permite explicar as coisas como deve ser actualmente. Mas deu para se lembrar que sofria de racismo no Sporting de Lourenço Marques, ou isso foi mais uma das suas falhas devido a debilidade? É que foi rapidamente desmentido por alguém que era seu colega ;)
Misturar Atsu com Eusébio é, qualquer que seja o âmbito de análise, confundir a Obra Prima do Mestre com a prima do mestre de obras.
Além das diferenças óbvias (e gigantescas), Eusébio tinha toda uma carreira atrás de si como grande símbolo do Benfica, e não estava emprestado. E os tempos eram outros.
Tentando esticar as coisas, admito que, por exemplo, Vítor Baía (ou Fernando Gomes, ou João Pinto), caso em final de carreira tivesse jogado noutro clube, se recusassem a jogar contra o FC Porto. Não era algo que me chocasse, desde que fosse assumido de forma frontal.
O FC Porto especializou-se, nos últimos anos, em criar e alimentar polémicas em relação ao Benfica, como forma de tentar demonstrar(sem sucesso) que outros têm pecados equivalentes aos seus (e recordo as escutas do Apito Dourado, e recordo que Pinto da Costa só não está na cadeia devido a uma questão meramente processual, a da validade dessas escutas como meio de prova).
Não perdem uma oportunidade. Mesmo que tenham de roçar o absurdo.
Mas a realidade é o que é, e a corrupção está onde está.
Enviar um comentário