CLASSIFICAÇÃO REAL

Como já é tradição, VEDETA DA BOLA vai analisar semanalmente os casos de arbitragem dos três principais clubes na Liga Portuguesa.

Decorridas três jornadas, há que ser preciso e conciso. Vamos a isto:


1ª Jornada

GIL VICENTE-BENFICA – Muito se reclamou de um fora-de-jogo no golo de Nolito, mas, sinceramente, não acho que nenhum dos ângulos de repetição o tenha provado. Para mim, no momento do passe, o espanhol está em linha com um dos defesas centrais gilistas, tão em linha como Evaldo no jogo do Sporting deste último fim-de-semana.

Uma mentira contada muitas vezes transforma-se rapidamente em verdade, e em termos de arbitragem, sobretudo quando toca a pretensos benefícios ao Benfica, essa é uma situação bastante comum.

Resultado real: 2-2


SPORTING-OLHANENSE – Se há jogos em que o Sporting tem razões de queixa, este é certamente um deles. Ficou por marcar um penálti por corte com a mão, e o golo de Postiga foi mal anulado. No outro prato da balança terá de se colocar a expulsão poupada a Jeffren, mas em termos de classificação real, os pontos seriam para os leões.

Resultado real: 3-1


V.GUIMARÃES-FC PORTO – Parece haver na Liga, e até no futebol internacional, uma directiva no sentido de só se assinalarem grandes penalidades quando elas são evidentes, e não deixam dúvidas a ninguém. É isso que se tem visto nas provas europeias, nas competições de selecções; e em Portugal, nos jogos do Benfica, do Sporting, e da maioria das restantes equipas, com prejuízos e benefícios aleatoriamente distribuídos (e neste mesmo texto temos exemplos de vários casos que se enquadram nessa linha).

Direi até que concordo com a ideia (e irei tentar seguí-la aqui), uma vez que é humanamente impossível decidir com rigor em todos os lances reclamados, e, por vezes, altamente duvidosos. Até eu, que ao fazer esta rubrica não tenho qualquer responsabilidade acrescida, e posso fazê-la recorrendo às imagens da televisão, hesito em muitos lances – que na verdade podem ser uma coisa ou outra conforme o critério que se estabelecer.

Ora tudo isto estaria correcto, caso não houvesse uma excepção: os lances a favorecer o FC Porto.

Aqui, neste tipo de casos, a regra tem sido exactamente a contrária: na dúvida, marca-se. São os factos que o determinam, pois lances como os de Sapunaru em Guimarães, e Hulk frente ao Gil Vicente, não são sancionados em nenhum estádio do mundo.

Não os poderei, por isso mesmo, considerar como penáltis bem assinalados. São, na verdade, excessos de zelo de personagens reverentes, cujos critérios mudam de acordo com as camisolas que evoluem à sua volta. Olegário Benquerença é, de resto, o mesmo árbitro que, no mesmo estádio, há um ano atrás, não viu dois penáltis flagrantes sobre Aimar e Carlos Martins, abrindo caminho à época desastrosa do Benfica, isto para não recuar mais no tempo, e não esmiuçar ainda mais o pantanoso palmarés deste “herói” do apito.

Resultado real: 0-0


2ª Jornada

FC PORTO-GIL VICENTE – Um condenado no âmbito do Apito Dourado decidiu brindar o país com uma arbitragem fantasmagórica, onde não faltou quase nada.

Começou logo aos dois minutos, quando deixou ficar em campo Otamendi, após este ter cometido uma falta clara de penálti e expulsão. Pode até questionar-se a regra, mas ela existe, e enquanto existir é, como todas as outras, para ser aplicada.

Depois, com medo, ouvindo fantasmas no sótão, apitou para penálti num lance em que Hulk se deixa apenas cair. Aliás, dá até a sensação que os jogadores portistas já sabem que à mínima queda os árbitros vão considerar falta, o que é uma ajuda notável em jogos complicados.

Ou seja, em poucos minutos, o juiz transformou um 0-1 com o FC Porto a jogar em inferioridade numérica, num 1-1 com onze de cada lado. Não sendo aqui a Unicef, o que será que adultera as coisas desta forma?

Nos restantes casos reclamados irei manter o critério. Nem o lance sobre Varela, nem o agarrão de Sapunaru são inequívocos, pelo que nada assinalaria em qualquer deles.

Resultado real: 2-1


BENFICA-FEIRENSE – A arbitragem de Hugo Pacheco foi, de facto, desastrada. Se o Benfica foi muito beneficiado, isso já são outros quinhentos. Vejamos:

Ficaram três penáltis por marcar, um por cotovelo de Maxi Pereira, outro por agarrão a Nolito, e, já na ponta final do jogo, outro ainda por empurrão de Javi Garcia a um avançado contrário.

Foi também assinalado um fora-de-jogo inacreditável a Saviola, que ficaria isolado, e em posição frontal, para a baliza adversária. Tenho dúvidas se um lance destes não deveria também figurar na classificação real, pois era praticamente um penálti. Mas as regras têm de ser objectivas, e se nesta situação a coisa era óbvia, outras haverá em que seria muito mais difícil decidir.

Quanto às reclamadas expulsões, creio que ficou bem patente na Choupana aquilo que é uma agressão com o cotovelo. Os casos do jogo com o Feirense são disputas de bola, em que um jogador abre os braços para conquistar o espaço, com intenção de barrar o caminho ao adversário - é certo -, mas não de o agredir. No caso da Choupana o vermelho seria indiscutível, nos lances do Benfica-Feirense (Javi e Maxi, também), creio que se trata de faltas, até admito, no limite, cartões amarelos, mas nunca expulsões. É este o meu critério, sempre o foi, sejam quais forem as equipas em causa.

Em termos de resultado real, com dois penáltis por marcar para os forasteiros, e um para o Benfica, a coisa ficaria em 4-3. Podem argumentar com o timing do último penálti por marcar, e eu poderei dizer que também o agarrão a Nolito, e o lance de Saviola foram em momentos chave, que poderiam ter alterado todo o rumo do jogo.

Resultado real: 4-3


BEIRA MAR-SPORTING – De todas as arbitragens em análise, a do ilustre desconhecido Fernando Martins terá sido a que menos errou, o que não deixa de ser curioso.

Há de facto um penálti por marcar a favor do Sporting (rasteira a João Pereira), mas o posterior teatro do lateral induziu em erro, quer o árbitro, quer os espectadores, até porque só à terceira repetição (tirada desde a linha de fundo) se vê a falta.

O outro caso reclamado é uma disputa legal de bola, em que o jogador mais fraco cai sem qualquer infracção.

De resto, apenas mais uns foras-de-jogo mal assinalados, sendo aí a responsabilidade do juiz de linha.

Resultado real: 0-1


3ª Jornada

SPORTING-MARÍTIMO – Se nos primeiros dois jogos o Sporting teve razões de queixa efectivas (sobretudo, como vimos, no primeiro), nesta terceira partida os erros equivaleram-se, e a derrota leonina tem de procurar razões noutros lados.

O golo de Evaldo é limpo, ainda que Nolito, contra o Gil, me pareça ainda mais em jogo (se é que se pode utilizar a expressão) que o lateral sportinguista neste lance – o que ninguém diria a avaliar pelos protestos face a uma e outra situações.

Mas há que dizer que o segundo golo do Sporting nasce de uma falta assinalada ao contrário, naquele que é, quanto a mim, o erro mais evidente de toda a partida.

O penálti reclamado sobre o holandês é um lance de difícil decisão. Há um toque, mas não sei se em grau suficiente para se considerar faltoso. Neste caso darei o benefício da dúvida a Pedro Proença.

Resultado real: 2-3


NACIONAL-BENFICA – Uma expulsão poupada a Felipe Lopes (a quem já havia ficado por mostrar um cartão amarelo), foi o erro mais clamoroso de Artur Soares Dias. Já um dos seus auxiliares assinalou o fora-de-jogo a Witsel (ficaria isolado, ainda que não em posição frontal) que só o nevoeiro pode explicar, mas que na televisão se vê ser totalmente inexistente.

Não gostaria de deixar de dizer que este árbitro – como também, por exemplo, Bruno Paixão – irrita pelas constantes pausas que impõe ao jogo, não dando leis da vantagem, apitando à mínima queda, mostrando cartões por tudo e por nada, e criando problemas a si próprio, pois os critérios extremados quase sempre trazem incongruências. Foi o que acabou por acontecer.

Resultado real: 0-2


CLASSIFICAÇÃO REAL

BENFICA 7

Sporting 6

FC Porto 4 (- 1 jogo)

4 comentários:

Anónimo disse...

Ahahaahh. Vês os lançes numa televisão a preto e branco? Ou gostas mesmo de ficção cientifica?

Ahahaha,acho que nem tu acreditas nessas análises.

jbs disse...

Faltou-te assinalar o penalty a favor do Guimarães no final do jogo com o clube corrupto. Com esse a classificação real ficava em 0-1 nesse jogo e menos um ponto para os corruptos.

BT26 disse...

Tens de rever o 3º golo dos corruptos contra o Gil. O jogador barcarence faz-se a bola, e como vê que não chega encolhe-se, sendo o contacta forçado pelo jogador corrupto, assim sendo não seria falta. Embora ache que ainda há um penalti a favor do Gil nos minutos finais, vou seguir este meu comentário com a lógica que apresentaste e logo o resultado real seria 1-1. Com isto dizer que invés de -2 (atenção que meteste mal o valor na classificação) seriam -4...

E concordo com o penalti a favor do Guimarães, mas vou seguir o que disseste...nos comentários a tua analise.

Benfica sempre.

No.Worries disse...

Bem, dizer que o resultado real do futebol corrupto do porto contra o gil vicente seria um 2-1 é altamente imporvável.
Se com o penalty tivesse sido expulso o jogador dos corruptos, e se não se tivesse inventado um penalty a favor desse clube, duvido muito que com dez jogadores e sem ajudas o clube da fruta sequer pontuasse. Acho que o resultado real desse jogo seria a vitória do gil vicente, e como tal na classificação real o futebol corrupto do porto teria 1 (um!) pontinho.
Bem diferente de ter 4, que serão 7 (os mesmos do Benfica) caso vença o jogo em atraso, o que eu gostava de os ver fazer sem as habituais e eternas ajudas...