PURA DIVERSÃO

Meia hora em alta voltagem, e mais dois golos de Nuno Gomes. Assim se poderia resumir, numa linha, tudo o que de relevante se passou na partida de Paços de Ferreira, onde pouco mais estava em jogo do que o brio profissional dos jogadores, e a preparação dos próximos compromissos.
Jorge Jesus decidiu, desta vez, poupar apenas quatro jogadores. Não entraram no onze Fábio Coentrão, Carlos Martins e Sálvio - todos convocados para as selecções, e dois deles em risco de quinto amarelo - para além de Sidnei, este eventualmente por motivos físicos. Atendendo apenas ao cansaço, eu teria resguardado mais alguns habituais titulares, pois o resultado deste jogo não tinha qualquer relevância. Mas se entrarmos em linha de conta com factores como a manutenção do ritmo e dos estados de alerta competitivos, deixo de me sentir em condições de expressar qualquer opinião, limitando-me a manifestar a minha confiança na comprovada sabedoria do técnico encarnado. Por alguma coisa é ele que se senta no banco, e não eu ou qualquer outro adepto.
Com ou sem poupanças, a verdade é que o Benfica entrou em campo de forma avassaladora, e em menos de meia-hora já vencia por 0-3. Esse período foi, aliás, dos mais brilhantes que vimos esta época a qualquer equipa portuguesa, e quando Gaitán assinou a obra-prima que foi o terceiro golo, o resultado até se afigurava escasso para tão eloquente domínio.
O Paços de Ferreira sentia-se claramente limitado no seu meio-campo (todos os titulares castigados), e uma grande penalidade tão evidente quanto desnecessária logo a abrir o jogo não o ajudou em nada. Só perto do final da primeira parte se viu um cheirinho daquilo que tem sido a excelente temporada do conjunto de Rui Vitória. Deu para reduzir distâncias, deu para assustar Roberto, mas foi novamente Javier Cohene (autor do penálti), expulso com segundo amarelo, a enterrar de vez as esperanças da sua equipa.
Obviamente que da segunda parte não se poderia esperar a mesma qualidade de jogo. O Benfica sentiu-se confortável com a vantagem, enquanto que o Paços, a perder por dois golos de diferença, e em inferioridade numérica, percebeu que dificilmente iria retirar alguma coisa da partida. O cruzamento entre estes dois aspectos fez adormecer o jogo, e nada mais parecia poder vir a acontecer, até entrar Nuno Gomes.
A eficácia do veterano avançado benfiquista tem sido notável. Em pouquíssimos minutos de utilização leva já seis golos na temporada, assemelhando o seu desempenho àquilo que, em tempos, se passava com as entradas de Pedro Mantorras. Compreendo Jorge Jesus quando diz que os golos são justamente resultado do momento em que entra em campo, e acredito que, jogando de início, diante de linhas defensivas concentradas, frescas e pressionantes, o avançado não revelasse a mesma pontaria. Seja como for, a sua experiência, e a confiança que deve sentir neste momento, justificam claramente mais oportunidades, e creio que dadas as circunstâncias da temporada, essas oportunidades podem perfeitamente surgir, por exemplo, nos jogos do campeonato que faltam disputar - libertando Saviola e Cardozo para a frente europeia.
Nuno Gomes foi naturalmente a individualidade de maior destaque na noite, mas Gaitán, com uma primeira parte soberba, deve ter impressionado o técnico do PSV que se sentava nas bancadas.
Soares Dias esteve mal ao não expulsar Cohene no lance do penálti (trata-se de uma agressão sem bola), mas no que restou do jogo não teve muito que fazer.
A próxima jornada pode decidir o que ainda resta: título matematicamente entregue ao FC Porto (em caso de derrota), ou, em alternativa, Champions matematicamente garantida para o Benfica (em caso de empate), e, eventualmente, quebra da invencibilidade da equipa portista (em caso de vitória). Devo dizer desde já que não me interessa absolutamente nada o local onde o FC Porto vai comemorar o título, e que me interessa muito pouco se o vai fazer sem derrotas ou não. Todo o meu pensamento está já direccionado para o jogo do dia 7 frente ao PSV, e é apenas a Liga Europa, a Taça de Portugal e a Taça da Liga que me preocupam. Até sugeria que Villas-Boas e Jesus promovessem uma espécie de pacto, de forma a cada um deles poupar no clássico, por exemplo, seis dos onze jogadores mais utilizados no campeonato. Ficava toda a gente a ganhar.

5 comentários:

Jotas disse...

Sinceramente, depois de mais uma escalada de violência, protagonizada pelos discípulos do Papa, com a impunidade de sempre, onde mais parece que neste país, a zona circundante do Porto, tem leis e regras diferentes do resto do país, pouco me apetece falar de futebol, mas foi de facto uma exibição convincente do Benfica, com um golo de bandeira de Gaitan e uma exibição com personalidade, que só podia dar em goleada.

Unknown disse...

Ontem voltou a dar gosto ver o Benfica. Mesmo Cardozo, marcando deforma muito nervosa o penalty, deu gosto ver, para pelo menos dizer-mos que este é mais um a adicionar ao golos do paraguaio. Fantástica a actuação de Nuno Gomes, ele tem o sentido de portunidade, os outros anos tal como Cardozo este ano, falhava muitos golos de baliza aberta. Penso que Nuno Gomes terá esta eficácia, porque faz muito boa leitura de jogo e quando entra em campo já sabe onde se deve posicionar, o primeiro golo ´´e isso mesmo.

Quantos aos incidentes só quem ñão conhece os adeptos do FCP Fanecas e Roupinhas e Tarecos todos têm um ódio profundo ao Benfica para o qual nada ajuda o comportanmento do padrinho

Peter disse...

Um jogo bom do Benfica é pena é que o rui vitória tenha tido as tristes declarações que teve no final do jogo,1º é penalty o jogador do paços devia ter sido logo expulso ali e depois há uma agressão clara do maicon ao Jara.Em relação ao jogo em si o Benfica fez uma 1ª meia hora de bom nível o golo do Gaitan é majestoso, depois o Benfica apesar de estar em superioridade numérica facilitou um bocadinho e o Roberto brilhou, quando o Nuno Gomes entrou o Benfica matou o jogo e volto a afirmar o Nuno Gomes é muito melhor que o Kardec, o Saviola desta vez jogou um bocadinho melhor,gostei do Carole apesar do auto-golo, mostrou pormenores interessantes.Agora a tristeza continua e o autocarro do Benfica e o carro do presidente foram apedrejados e isto não é inocente, porque segundo as notícias que circulam no único viaduto em que não se encontrava a protecção da gnr foi onde a emboscada aconteceu, o que revela que alguém dentro daquela força de segurança avisou os autores de tal acto.Porque não há coincidências, isto é uma vergonha, querem incendiar o clássico e aquilo que eu transmito a todos os Benfiquistas que forem ao estádio da Luz ver esse jogo é que não entrem em retaliações por causa dos últimos acontecimentos, porque senão perdemos a razão, não devemos baixar ao nível destes quadrúpedes acéfalos que gostam é de violência e desacatos.

zé_ninguém disse...

jotas, está a falar disto:

http://www.dn.pt/desporto/porto/interior.aspx?content_id=1477921

ou disto:

http://www.jn.pt/PaginaInicial/Desporto/Interior.aspx?content_id=1571768

??

estas situações são perigosíssimas e as autoridades não podem descansar enquanto elas forem recorrentes. eu, por mim, peço a todos os dirigentes e envolvidos que se retractem, repudiem veementemente estas situações e se portem civilizadamente; às autoridades que façam cumprir a lei e não sejam brandos com quem executa estes actos cobardes.

Pedro disse...

Lembro-me que há tempos o LF tinha dito que era provável que o Benfica agora nos últimos jogos já não fosse prejudicado pelas arbitragens, de modo a camuflar o que se passou no início do campeonato. Quando vi o lance do penalty lembrei-me logo disso. Se este jogo tivesse sido à 2ª ou 3ª jornada será que o penalty tinha sido marcado? E o defesa do Paços será que tinha sido expulso? De resto dá para ver que com arbitragens isentas o Benfica consegue grandes resultados, mesmo a poupar habituais titulares e no terreno de uma equipa em grande forma.