TAÇA DERRAMADA
"FC Porto, Rio Ave, Naval e Chaves são os semi-finalistas da Taça de Portugal. A prova tem tradições, tem história, é bonita, mas tem andado, nestas últimas épocas, ferida de morte. O motivo é só um: a ausência do Benfica (e de todo o seu peso social) das fases mais adiantadas.
Por muito que isto desagrade a alguns, sem o Benfica as competições perdem mediatismo, perdem interesse, perdem dinheiro, e acabam por definhar longe dos holofotes da ribalta. E se o clube da Luz não salvar a Taça de Portugal nas próximas épocas (vencendo-a, ou chegando, pelo menos, às finais), temo que esta se venha a tornar, a breve trecho, uma competição menor, destinada apenas às proezas ocasionais de clubes da província.
Entalada entre a última jornada do campeonato e o início do Mundial, a meio de uma tarde provavelmente soalheira e a convidar à praia, sem atribuir qualquer lugar europeu, estou certo que a outrora bela final do Jamor vai este ano (à semelhança do anterior) dar lugar a uma triste formalidade federativa, sem alma, sem cor, sem vida, e sem que a maior parte dos portugueses dê por ela.Em sentido inverso tem caminhado a jovem Taça da Liga, que, por felicidade sua, tem contado com o Benfica nos momentos de decisão. Bateu recordes de audiência (a última final foi o programa televisivo mais visto do ano), esgotou estádios, dominou as atenções dos adeptos, as conversas de café e os artigos de jornal, deliciando os responsáveis pela sua organização.
Esta reflexão faz-nos perceber a importância que o Benfica tem no contexto desportivo nacional, do qual é simultaneamente coração e pulmão, não havendo sinais de vida sem ele, nem para além dele.Qual o último grande jogo de Taça? Foi talvez o 5-3 de Alvalade, há dois anos atrás, exactamente na última ocasião em que o Benfica chegou às meias-finais.Qual será o próximo grande jogo de Taça? Provavelmente a próxima vez que o Benfica chegar a uma final.
Até lá… o vazio. Que a Taça de Portugal consiga sobreviver-lhe, são os votos que faço."
LF em "O Benfica", dia 9 de Abril de 2010.
Entalada entre a última jornada do campeonato e o início do Mundial, a meio de uma tarde provavelmente soalheira e a convidar à praia, sem atribuir qualquer lugar europeu, estou certo que a outrora bela final do Jamor vai este ano (à semelhança do anterior) dar lugar a uma triste formalidade federativa, sem alma, sem cor, sem vida, e sem que a maior parte dos portugueses dê por ela.Em sentido inverso tem caminhado a jovem Taça da Liga, que, por felicidade sua, tem contado com o Benfica nos momentos de decisão. Bateu recordes de audiência (a última final foi o programa televisivo mais visto do ano), esgotou estádios, dominou as atenções dos adeptos, as conversas de café e os artigos de jornal, deliciando os responsáveis pela sua organização.
Esta reflexão faz-nos perceber a importância que o Benfica tem no contexto desportivo nacional, do qual é simultaneamente coração e pulmão, não havendo sinais de vida sem ele, nem para além dele.Qual o último grande jogo de Taça? Foi talvez o 5-3 de Alvalade, há dois anos atrás, exactamente na última ocasião em que o Benfica chegou às meias-finais.Qual será o próximo grande jogo de Taça? Provavelmente a próxima vez que o Benfica chegar a uma final.
Até lá… o vazio. Que a Taça de Portugal consiga sobreviver-lhe, são os votos que faço."
LF em "O Benfica", dia 9 de Abril de 2010.
Escrevi isto antes das meias-finais. Podia ter sido ontem, ou anteontem, a propósito de uma final de tristes (nem o Chaves tinha motivos para festejar a ocasião, pois acabara de ser despromovido) à qual, obviamente, ninguém ligou.
De que se queixa afinal Jesualdo? De que se queixam portistas e sportinguistas, que constantemente confundem a muito maior dimensão social do Benfica (que, manifestamente existe, e se faz sentir nos estádios, nos cafés, nos empregos, na rua, ...nas vendas), com insinuações sobre um alegado proteccionismo subterrâneo, ou, por outro lado, com uma alegada perseguição às suas cores, coisas que, de todo, não existem?
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