POUCO FUTEBOL, MUITA FELICIDADE, ALGUMA ESPERANÇA
Portugal conseguiu ontem alcançar os dois objectivos primordiais que tinha para esta 1ª mão do play-off: vencer e não sofrer golos.
O resultado de 1-0 é pois um bom resultado, e devemos para já ficar felizes de o ter conseguido. Um eventual golo conseguido fora significará que a Bósnia terá de nos marcar três para seguir em frente, o que deixa o conjunto nacional numa posição aritmeticamente confortável. Todavia, em termos futebolísticos não é tanto assim, e a imagem que fica da noite da Luz não é nada animadora.
Na verdade, foi a Bósnia que esteve mais perto do empate do que Portugal do 2-0. Mas, pior do que isso, a nossa selecção deu mostras de demasiadas debilidades para quem quer fazer figura num Mundial, e deixou grandes interrogações sobre a sua capacidade de aguentar o inferno de Zenica. O que se viu ao longo de noventa minutos foi uma equipa frágil, colectiva e individualmente, defensiva e ofensivamente, no relvado e no banco.
É difícil ter esperanças num onze cujos laterais são um Paulo Ferreira sem ritmo e fora de forma, e um Duda sem qualidade, nem estatura internacional (qualquer Jorgeribeirozeco faria melhor...). Começam aí os problemas de Portugal. São esses os seus principais rostos.
Mas em termos ofensivos as coisas não estão muito melhor. Não no aspecto individual (Deco, Simão e Nani são grandes jogadores), mas sim quanto a uma ideia de jogo que, ou não existe, ou não se percebe em campo. Para agravar a situação, Liedson está a percorrer um longo período de jejum, o que naturalmente lhe retira confiança e eficácia frente às redes.
Do banco não sai nada de jeito. Não me refiro à qualidade individual dos jogadores - Fábio Coentrão e Tiago são jogadores de eleição, e Hugo Almeida é dos poucos pontas-de-lança que temos ao dispor - , mas sim às alterações (torturas?) que Queiroz faz à equipa, que quase nunca entendo (e desconfio que poucos entendam), e que normalmente vão, substituição por substituição, retirando rendimento global ao conjunto. Neste jogo, só o poste e a barra da baliza de Eduardo salvaram o seleccionador de ser agora apontado como coveiro nacional, após retirar do jogo dois dos melhores portugueses em campo (Deco e Nani), e permitir que a equipa encostasse atrás para os últimos e sofridos minutos da partida, oferecendo ao adversário tudo aquilo que ele precisava para empatar, e que só por milagre não aproveitou.
Enfim, não batamos mais no ceguinho. A felicidade esteve do nosso lado, e espero ardentemente que aí permaneça na próxima quarta-feira, quando, suspeito, bem iremos precisar dela.
A Bósnia talvez não seja aquele papão que se diz, e a experiência internacional da maioria dos jogadores lusos pode fazer a diferença, num ambiente que se espera tremendamente difícil. Assim entrem sem medo, sem Duda (não faz um passe, não acerta um corte, não fecha espaços, falha sistematicamente posicionamentos, um horror) e, tanto quanto possível, alheios às hesitações, temores e inquietações que Carlos Queiroz lhes parece invariavelmente transmitir desde o banco.
A nós, portugueses, resta-nos uma noite de grande sofrimento. Os mais de 60 mil que estiveram na Luz (onde me incluo), mostram que, independentemente dos marinheiros, as marés da paixão pela selecção permanecem vivas.
Do árbitro não nos podemos queixar. Até porque deixou três bósnios fora de combate para a segunda mão.
PS: O apoio à selecção foi incessante, pelo que eram totalmente desnecessários aqueles ridículos e inestéticos incentivos da instalação sonora ao longo da segunda parte. Espero bem que nunca alguém tenha semelhante ideia para os jogos do Benfica, onde felizmente não há cornetins nem megafones, e a fantástica banda sonora é garantida pelos cânticos das claques e pelo barulho do povo nas bancadas.
O resultado de 1-0 é pois um bom resultado, e devemos para já ficar felizes de o ter conseguido. Um eventual golo conseguido fora significará que a Bósnia terá de nos marcar três para seguir em frente, o que deixa o conjunto nacional numa posição aritmeticamente confortável. Todavia, em termos futebolísticos não é tanto assim, e a imagem que fica da noite da Luz não é nada animadora.
Na verdade, foi a Bósnia que esteve mais perto do empate do que Portugal do 2-0. Mas, pior do que isso, a nossa selecção deu mostras de demasiadas debilidades para quem quer fazer figura num Mundial, e deixou grandes interrogações sobre a sua capacidade de aguentar o inferno de Zenica. O que se viu ao longo de noventa minutos foi uma equipa frágil, colectiva e individualmente, defensiva e ofensivamente, no relvado e no banco.
É difícil ter esperanças num onze cujos laterais são um Paulo Ferreira sem ritmo e fora de forma, e um Duda sem qualidade, nem estatura internacional (qualquer Jorgeribeirozeco faria melhor...). Começam aí os problemas de Portugal. São esses os seus principais rostos.
Mas em termos ofensivos as coisas não estão muito melhor. Não no aspecto individual (Deco, Simão e Nani são grandes jogadores), mas sim quanto a uma ideia de jogo que, ou não existe, ou não se percebe em campo. Para agravar a situação, Liedson está a percorrer um longo período de jejum, o que naturalmente lhe retira confiança e eficácia frente às redes.
Do banco não sai nada de jeito. Não me refiro à qualidade individual dos jogadores - Fábio Coentrão e Tiago são jogadores de eleição, e Hugo Almeida é dos poucos pontas-de-lança que temos ao dispor - , mas sim às alterações (torturas?) que Queiroz faz à equipa, que quase nunca entendo (e desconfio que poucos entendam), e que normalmente vão, substituição por substituição, retirando rendimento global ao conjunto. Neste jogo, só o poste e a barra da baliza de Eduardo salvaram o seleccionador de ser agora apontado como coveiro nacional, após retirar do jogo dois dos melhores portugueses em campo (Deco e Nani), e permitir que a equipa encostasse atrás para os últimos e sofridos minutos da partida, oferecendo ao adversário tudo aquilo que ele precisava para empatar, e que só por milagre não aproveitou.
Enfim, não batamos mais no ceguinho. A felicidade esteve do nosso lado, e espero ardentemente que aí permaneça na próxima quarta-feira, quando, suspeito, bem iremos precisar dela.
A Bósnia talvez não seja aquele papão que se diz, e a experiência internacional da maioria dos jogadores lusos pode fazer a diferença, num ambiente que se espera tremendamente difícil. Assim entrem sem medo, sem Duda (não faz um passe, não acerta um corte, não fecha espaços, falha sistematicamente posicionamentos, um horror) e, tanto quanto possível, alheios às hesitações, temores e inquietações que Carlos Queiroz lhes parece invariavelmente transmitir desde o banco.
A nós, portugueses, resta-nos uma noite de grande sofrimento. Os mais de 60 mil que estiveram na Luz (onde me incluo), mostram que, independentemente dos marinheiros, as marés da paixão pela selecção permanecem vivas.
Do árbitro não nos podemos queixar. Até porque deixou três bósnios fora de combate para a segunda mão.
PS: O apoio à selecção foi incessante, pelo que eram totalmente desnecessários aqueles ridículos e inestéticos incentivos da instalação sonora ao longo da segunda parte. Espero bem que nunca alguém tenha semelhante ideia para os jogos do Benfica, onde felizmente não há cornetins nem megafones, e a fantástica banda sonora é garantida pelos cânticos das claques e pelo barulho do povo nas bancadas.
5 comentários:
Esta selecção está a anos luz do que foi à apenas alguns anos atrás, penso que o Carlos Queirós não tem culpa disso, ou terá?!!!
Não temos um guarda-redes -também já o não tinhamos anteriormente; não temos um defesa esquerdo; não temos um trinco de categoria internacional -Pepe bem tenta disfarçar; temos um Deco já na fase descendente da carreira e também não temos avançados que garantam golos (Liedson tb já está no plano inclinado da sua carreira). De nível mundial temos o Ronaldo, que nunca fez grande coisa ao serviço da selecção, os centrais e defesa direito e os extremos (sendo benevolente)...Ora se faltam dois deles, é claro que as dificuldades aumentam ainda mais...
Resumindo, temos uma boa selecção mas muito longe de ser uma grande selecção onde tudo se pode exigir. No entanto que bom seria que este nível de exigência se estendesse a outros sectores de actividade existentes em Portugal...
Eu fui à Luz, mas confesso este CQ que bem poderia um Control de Qualidade dos jogadores Portugueses, não passa de um Caso de Quadros (CQ) de mau futebol.
Não me revejo no seu futebol antiquado, com defesas muito rigidas com um Liedson desenquadrado e com um meio campo de passe vite. Não sei o que lá fazem Deco ou Pepe, que ligação têm a Portugal??. Duda foi horrivel e meter o Hugo Almeida no final francamente não lembra a ninguém
O Bruno Alves já afinou a pontaria no ninho das Águias.....
Brytto,
Queiroz tem culpa de a equipa colectivamente render muito menos que a soma das individualidades, e tem culpa de, com as suas experiências, ter desperdiçado toda a fase inicial da qulificação.
Faltam Figo e Pauleta, mas temos ainda assim bons jogadores, que estão quase todos em grandes clubes europeus, com salários de topo no futebol internacional.
Não se exige o título mundial (foi Queiroz que falou nele), mas exigia-se uma qualificação tranquila.
Quim é um bom guarda-redes, e estaria perfeitamente ao nível das exigências.
Para defesa-esquerdo as opções não são muitas. Mas digo-te já meia duzia melhores que Duda: Fábio Coentrão, Paulo Ferreira, Miguel Veloso, Marco Caneira (lesionado), Ricardo Costa e César Peixoto (lesionado)
Tirando os lesionados sobram 4.
É uma posição problemática, mas com franqueza, Duda ???!!!??
Gostava de acreditar que Liedson estivesse já em decadência, mas não creio. Trata-se de um mau período de forma, agravado na selecção pela forma como a equipa joga.
Gostava de o ver jogar ao lado de Nuno Gomes. A combatividade e eficácia de um, com a inteligência táctica e movimentação de outro.
Para trinco acho que Pepe resolve o problema. Mas temos, além de Pepe, também Miguel Veloso e Pedro Mendes
Podiamos ter também o Ruben Amorim, isto para não falar do Paulo Assunção que, disse-me fonte bem informada, Pinto da Costa impediu de ser chamado.
Tinhamos equipa para ficar em primeiro do grupo e, na fase final, chegar a uns quartos-de-final, oitavos no mínimo.
Não se pode exigir um título (como muitos exigiram no passado recente), mas tem de se exigir a qulificação.
Uma derrota na quarta-feira será um fracasso total, e o responsável está bem identificado.
Imagina estes onze jogadores:
Quim-Bosingwa-B.Alves-R.Carvalho-P.Ferreira-Pepe-Maniche-Deco-C.Ronaldo-Liedson-Simão
e com este banco:
Hilário-Miguel-F.Meira-Rolando-Caneira-M.Veloso-R.Meireles-Tiago-Nani-N.Gomes-F.Coentrão
e ainda estas terceiras opções:
R.Patricio-J.Pereira-Ricardo Costa-Tonel-C.Peixoto-P.Mendes- R.Amorim - N.Assis-Quaresma -H.
Almeida-Danny
e estas quartas:
Eduardo-Manuel da Costa-C.Martins-P.Assunção-H.Viana-M.Fernandes-H.Postiga-Y.Djaló
Sem Dudas, Betos, Edinhos, Gonçalos Brandões, Eliseus, Antunes ou Danieis Fernandes
Estão aqui 40 jogadores, mais de três equipas, muitas opções.
Imagina Mourinho ou Jesus com este plantel...
concordo com tudo o que foi escrito menos com o PS...é que durante a 2ª parte o publico, fruto da exibição da equipa, esmoreceu bastante e a corneta ate acabou por ser importante para puxar pelo publico.
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