UM RISCO A PRECAVER

A FIFA pretende implementar em breve a regra dos 6+5, o que significa obrigar cada clube a utilizar pelo menos seis jogadores do próprio país. A ideia parece simpática mas, para além das reservas que suscita ao nível da legislação da União Europeia, dificilmente Ligas mais cosmopolitas - como a Inglesa - a deixarão passar.
Há que dizer que, se tal intenção fosse por diante, no contexto do futebol português, o Benfica seria o principal prejudicado. Enquanto o Sporting vai aproveitando os frutos da sua fértil formação, e o F.C.Porto dá mostras de total domínio do mercado nacional (depois de Varela e Miguel Lopes, agora é mais Orlando Sá), os encarnados têm privilegiado o investimento em jogadores estrangeiros, pelo que apresentam um plantel muito pouco preparado para fazer face a tal limitação - são Quim, Moreira, Miguel Vítor, Jorge Ribeiro, Ruben Amorim, Carlos Martins e Nuno Gomes os únicos portugueses de todo o plantel benfiquista.

É verdade que entre juniores e empréstimos se encontram alguns jovens portugueses com talento. Mas não se pode dizer que qualquer deles tenha condições para entrar imediatamente na equipa.

Seria pois prudente e avisado que o Benfica não perdesse de vista esta questão, e se começasse a preparar para todas as eventualidades. O primeiro passo será segurar os portugueses do plantel, o segundo procurar integrar algumas jovens promessas. Mas o mercado interno não pode ser deixado, de mão beijada, ao F.C.Porto, como parece estar a ser o caso.