UM ADEUS PORTUGUÊS

Não adianta dourar a pílula. Agora só um milagre poderá permitir à selecção nacional estar presente no Mundial.
Ganhar à Suécia era a última oportunidade que tínhamos de reverter uma qualificação já de si muito complicada. O empate a zero não passa pois, na prática, de uma derrota, e coloca a equipa das quinas à beira de um dos seus maiores fracassos das últimas décadas, justamente pela mão daquele que muitos consideravam o seu providencial salvador.
Portugal, ontem, até produziu alguns momentos agradáveis de futebol. Mas se por um lado voltou a revelar a ineficácia que já lhe valeu três empates a zero consecutivos, por outro, não se poderá desenquadrar este jogo dos últimos e penosos meses da equipa, que ainda não conseguiu objectivamente nada – nem um bom resultado, nem um jogo totalmente conseguido -, desde que Luíz Felipe Scolari a deixou.
A total inoperância revelada diante das balizas faz lembrar os tempos de Pedroto, que dizia faltarem trinta metros ao futebol português. É verdade que, à excepção de Pauleta, poucos foram os que daí para cá se afirmaram como verdadeiros goleadores. Mas se um desses poucos ainda joga e Queiroz faz que não o vê, mais grave ainda é, durante uma hora de um jogo em que só a vitória interessava, a equipa portuguesa, recheada com quatro defesas-centrais, insistir no erro de jogar sem um único ponta-de-lança, mau ou bom, forte ou fraco, alto ou baixo, velho ou novo.
Mas o problema de Portugal não se resume a um sistema táctico nem a uma ou outra opção individual. Os equívocos de Queiroz têm sido muitos, e começaram desde logo ao pretender, arrogantemente, introduzir alterações de fundo à filosofia que tão bons resultados tinha dado nos anos anteriores, alegadamente com o objectivo de – agora sim – ser campeão do mundo (!!). O novo seleccionador desmantelou uma base coesa e ganhadora, para em cima dela colocar o nada. Afastou jogadores experientes e integrados na alma da selecção, para em lugar deles convocar jovens avulso sem referências nem credenciais (ontem a dada altura, quando as câmaras filmaram o banco nacional, tive dificuldades em reconhecer alguns suplentes). Multiplicou experiências que só ele pareceu entender, e que nunca conseguiu justificar. Utilizou critérios pouco ou nada coerentes (prescindindo de jogadores por não serem momentaneamente titulares nos clubes, para depois convocar jogadores sem um único jogo oficial completo nas respectivas carreiras). Abdicou do presente invocando construir um futuro – coisa que é, no futebol, como na vida, na política ou na economia, quase sempre um mau princípio. Perdeu ambos, perdendo-se também a si próprio pelo meio.

Queiroz saberá certamente muito de metodologias de treino, de aspectos científicos relacionados com a motricidade, mas não entende nada do que se passa dentro das linhas de um campo, e provavelmente também não sabe como gerir e motivar um balneário de jogadores profissionais. A sua carreira fala por si, com despedimentos sucessivos à frente do Sporting, do Real Madrid, da selecção sul-africana, e com três (com esta) qualificações falhadas à frente da nossa selecção. Em Manchester foi vivendo tranquilamente na sombra de Alex Ferguson, pouco ou nada se notando, quer a sua entrada, quer a sua saída do clube.
Pode parecer embirração, mas na verdade nada tenho contra o professor. Reconheço-lhe méritos na formação de jovens e na organização de retaguarda. Acho-o uma pessoa educada e gosto de o ouvir falar. Muito gostaria de ser ainda obrigado, pelos factos, a desmentir tudo isto, e ver Portugal na África do Sul em 2010. Infelizmente não acredito. Já pouco acreditava, e ontem tive a prova definitiva.
É uma pena que a jogadores como Cristiano Ronaldo, Deco, Pepe, Ricardo Carvalho, Bosingwa ou Simão seja negada a oportunidade de se exibirem na maior montra do futebol internacional, aquela onde se escreve a história do desporto-rei, aquela onde os homens se tornam deuses. A culpa não é deles, que correram e lutaram quanto puderam, nem é do público português que voltou a encher um estádio para apoiar a equipa. Dentro de uma semana, com o campeonato nacional de volta, ninguém mais se vai lembrar da qualificação para o Mundial. Mas ao contrário de qualquer penálti mal assinalado num qualquer relvado do país, este sim é um problema grave, que a todos deveria merecer reflexão.

9 comentários:

Tiago Pereira disse...

O problema não é o que Queiroz faz, mas sim o que Scolari não fez.

Silva Barqueiro disse...

Pois, entao se esse penalty for a favor do benfica, entao nao é mesmo grave. Mas se for a favor do Porto, ai sim, já é corrupçao ao nivel siciliano...

a.rodrigues disse...

É uma vergonha de seleccionador. Mal foi empossado foi sentar-se ao lado do presidente do Fruta Corrupção e Putedo.
Logo ali denunciou a sua intenção: ter o corrupto e a sus imprensa ao seu lado. Em troca tudo o que seja ou tenha passado por aquele clube joga nem que para isso tenha de colocar em campo 4 defesas centrais.
Quem organizou o jogo: a Federação.
Quem fez os convites: A Federação.
Porque razão não foi o Benfica convidado?
É preciso averiguar e denunciar. O Futebol não é do Madail (nem do Laurentino lambe botas).

Anónimo disse...

hahahahahahahahahahahahahahahahaahahahahahahaah tao bem feita hahahahahaahah pera ai ke vou me rir outra vez hahahahhahahahahaahhahahahahahahahahahahahahahahah

Anónimo disse...

Tenho para mim que Carlos Queirós vai ser o próximo treinador dos Andrades!
Esperem para ver... Este jogo deu para ver uma vez mais a bajulação e a cambada de sem vergonhas que estavam ao lado do Corrupto Mor na bancada VIP e adorei ver como deixaram o Gilberto Madail sozinho no final! Abre os olhos Gilberto, se ainda fores a tempo, pq o Pintinho já te fez a folha e tu fizeste o favor de lhe arranjar um treinador para a próxima época...
Cambada de CHULOS!!!

Ricardo Campos disse...

ele não convocou o martelão do nuno gomes pq?
andamos lá com vedetas de merda madeirense a armarem-se em melhores do mundo

AS disse...

É uma pena não estarmos na fase final do Mundial, mas poderá até ter algumas coisas positivas. Pode ser que assim alguém se preocupe, efectivamente, com o que se passa no futebol português, em vez de continuarmos a assobiarb para o lado.

Por outro lado, hoje em dia, na minha opinião, um mundial, ainda para mais jogado na África do Sul, não me parece que seja um dos palcos mais interessantes para se mostrar quem quer que seja. A mimi soa-me mais a uma estância de férias antecipadas.

Anónimo disse...

A selecção funcionou enquanto mais não foi que a estrutura dorsal do Futebol Clube do Porto, realidade que constituiu o abono de família do Esolarri; agredeçam ao CAMPEÃO...

Ricardo Campos disse...

o scolari era fraco, mas os jogadores respeitavam-no, ao queiroz só lhe falta cagar na cabeça.